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Frente al-Nusra anuncia separação da Al Qaeda e novo nome

28 de julho de 2016

Organização rival do "Estado Islâmico" se afasta de comum acordo da rede terrorista e comunica mudança de nome. Objetivo declarado é acabar com "pretexto" de EUA e Rússia para atacar outros grupos.

Combatentes da organização jihadista Frente Al Nusra, que anunciou sua desvinculação da Al Qaeda
Foto: Getty Images/AFP/O.H. Kadour

O líder da organização extremista síria Frente al-Nusra, Abu Mohamad al-Jolani, anunciou a desvinculação da rede terrorista Al Qaeda, numa inédita aparição num vídeo difundido pela emissora Al Jazeera nesta quinta-feira (28/07).

"Agradecemos aos comandantes da Al Qaeda por terem entendido a necessidade de cortar as relações", afirmou o líder do segundo grupo jihadista mais importante da Síria. Ele anunciou que o grupo "não atuará mais sob a designação de Frente al-Nusra", referindo-se à "criação de uma nova entidade, a Frente Fateh al-Sham [Conquista do Levante, em árabe]".

Jolani afirmou que o novo grupo não terá qualquer ligação com organizações estrangeiras e explicou que a decisão se destina a acabar com o "pretexto" dos EUA e da Rússia para atacar outros grupos, afirmando que, na verdade, atacam a al-Nusra por ser um grupo associado à Al Qaeda.

Pouco antes, o líder da Al Qaeda, Ayman al-Zawahiri, autorizou a desfiliação num áudio. "Estes laços [com a Al Qaeda] devem ser sacrificados sem titubear se eles se contrapõem à aliança contra o inimigo laico e sectário [o regime de Assad]", disse o líder jihadista. "A irmandade do islã que há entre nós é mais forte que qualquer vínculo organizacional, e a aliança entre as facções opositoras na Síria é mais importante", afirmou.

A desfiliação da Frente al-Nusra acontece uma semana após o acordo dos chefes das diplomacias russa e americana, Serguei Lavrov e John Kerry, sobre a luta comum contra a al-Nusra e o grupo extremista "Estado Islâmico" (EI).

A Frente al-Nusra, o mais importante grupo jihadista na Síria depois do EI, o seu grande rival, entrou oficialmente no conflito sírio em janeiro de 2012, dez meses após o início da revolta contra o regime do presidente Bashar al-Assad, que evoluiu para uma guerra civil devastadora.

PV/lusa/afp/efe

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