Em meio à pandemia de coronavírus, STF tem sido chamado a agir para resolver impasses. Em entrevista, ministro afirma não ver perspectiva de crise institucional e que maioria da sociedade deseja manutenção da democracia.
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Os litígios envolvendo a resposta à pandemia de coronavírus em diferentes esferas do poder Executivo no Brasil têm chamado o Supremo Tribunal Federal (STF) a agir. Em uma das decisões, o ministro Luís Roberto Barroso proibiu a veiculação da campanha publicitária "O Brasil não pode parar", encomendada pelo governo federal. A liminar foi concedida em 31 de março.
"Como relator, vislumbrei um risco grave para a vida e a saúde das pessoas se as aglomerações voltassem a ocorrer", diz Barroso.
Em entrevista à DW Brasil, Barroso propõe uma agenda pós-crise e diz não vislumbrar no horizonte uma crise política ou institucional. "Não vejo qualquer germe golpista em parte alguma das instituições relevantes no Brasil. A fricção entre os poderes é própria da democracia", avalia.
Quanto a manifestações a favor do fechamento do Congresso Nacional e do STF, Barroso afirma que estão "confinadas a uma minoria". "Penso que a maior parte da sociedade brasileira deseja a manutenção da democracia [...] Só pode desejar a volta da ditadura quem perdeu a esperança no futuro e tem saudade de um passado que não existiu, de algo que atrasou o Brasil no curso da história."
Prestes a assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em maio, o ministro afirma que o protagonismo no combate às fake news cabe às plataformas tecnológicas. "Frequentemente, a Justiça possui um timing que não é ágil suficiente para impedir a fake news. Quando ela chega é tarde, pois a notícia falsa já circulou", defende.
DW Brasil: Falas e ações do presidente Jair Bolsonaro estimulam a população a contrariar as recomendações de isolamento social feitas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a contenção da pandemia do novo coronavírus. Essas atitudes podem configurar crime de responsabilidade, perante a Constituição Federal?
Luis Roberto Barroso: As atitudes do presidente devem ser objeto de consideração de comentaristas políticos. Não cabe a mim. Como juiz, meu papel é interpretar e aplicar a Constituição Federal. O STF interveio em situações específicas com três decisões: liberar os estados de pagarem as dívidas com a União durante a crise; assegurar aos estados e municípios o direito de coparticipação no combate à pandemia e proibir a veiculação da campanha "O Brasil não pode parar", que convocava as pessoas de volta ao trabalho e às ruas. A última decisão foi proferida por mim. No normal da vida, não é papel do Judiciário interferir em campanhas governamentais.
Nesse caso, porém, como relator, vislumbrei um risco grave para a vida e a saúde das pessoas se as aglomerações voltassem a ocorrer. As recomendações da OMS e das autoridades médicas brasileiras apontam na direção do isolamento social como única forma de produzir o achatamento da curva de transmissibilidade da doença, impedindo que muitas pessoas adoeçam ao mesmo tempo e sobrecarreguem o Sistema Único de Saúde (SUS). Para lidar com a pandemia, tornou-se muito importante tentar evitar uma contaminação veloz de muitas pessoas. Além disso, se olharmos para o mundo, já sabemos quem acertou e quem errou.
Nos Estados Unidos, por exemplo, a Califórnia, estado mais rico da Federação, adotou imediatamente a política de isolamento social. A doença está controlada. Nova York, no entanto, foi leniente e está vivendo um caos no serviço de saúde. Tomei a decisão baseado na autoridade cientifica dos órgãos e na experiência mundial, que me levaram à conclusão de me posicionar contra o retorno das pessoas às ruas.
A pandemia da covid-19 tende a agravar a crise econômica, em meio a uma crise política que já se desenha. Como ministro do STF, instituição garantidora da segurança institucional do país, que avaliação o senhor faz do cenário atual?
Presumo que as economias do Brasil e do mundo enfrentarão uma inevitável e difícil recessão econômica. No caso do Brasil, a pandemia incide justamente quando começávamos a sair de uma recessão que já vinha de alguns anos. O problema econômico é inevitável. No entanto, não vislumbro no horizonte uma crise política, nem muito menos uma crise institucional. Não há razão para que elas ocorram. Teremos de atravessar uma tempestade junto com o resto do mundo e, para isso, precisaremos de uma agenda pós-crise.
Quais seriam os pilares dessa agenda?
Acredito que a agenda pós-crise terá um capítulo econômico e, possivelmente, médico-cientifico, a fim de evitar a recidiva de covid-19. Creio também, sobretudo, na necessidade de formulação de uma agenda institucional para o Brasil, com o objetivo de recompô-lo após a crise. Para tal, incluiria seis tópicos: integridade, solidariedade, igualdade, competência, educação, e ciência e tecnologia.
O item que deve estar no topo da agenda é a pobreza extrema, a desigualdade abissal que persiste no Brasil e no mundo. Aqui, uma fração ínfima da sociedade detém a maior parte da riqueza nacional. A pandemia escancarou o déficit habitacional. Há, também, uma inadequação das unidades domiciliares às condições de infraestrutura básica, como o saneamento básico, um problema crítico que assola mais de 50% dos municípios do país. Enfrentar a desigualdade nos ajudará a promover crescimento adequado, pois ela nos atrasa.
Outro elemento que deve ser colocado no radar como prioridade absoluta é a educação básica. A deficiência da educação básica no Brasil percorre do Ensino Infantil até o Ensino Médio e produz três consequências graves: vidas menos iluminadas, trabalhadores menos produtivos e um número reduzido de pessoas com capacidade de pensar criativamente as soluções para o país. Há muitos estudiosos na área da educação que se debruçam sobre diagnósticos corretos e oferecem propostas adequadas. Precisamos valorizar a experiência, o compromisso e o mérito com a causa da educação. Achar que o problema da educação no Brasil é Escola Sem Partido, identidade de gênero ou estar preocupado se houve golpe militar é se assustar com a assombração errada.
A integridade é a premissa de tudo o mais, precede ideologia ou escolhas políticas. Não é virtude ou opção, mas uma regra civilizatória básica. Tenho a convicção de que o Brasil só se tornará um país plenamente desenvolvido se elevarmos os padrões de ética pública e privada. Portanto, acho que a retomada pós-crise é um momento propício para discuti-la. A integridade envolve duas regras simples: no espaço público, não desviar recursos; no espaço privado, não obter vantagens em relação ao próximo.
A democracia está ameaçada em países com governos populistas, nos quais o Executivo busca subjugar os outros poderes e acuar as instituições mediadoras da sociedade, como a imprensa. O Brasil vive esse risco?
De fato, países como Hungria, Rússia, Ucrânia, Filipinas, Venezuela, Nicarágua e outros enfrentam uma espécie de recessão democrática, o que alguns autores denominam de democracias iliberais. Há três fenômenos diferentes ocorrendo em diferentes partes do mundo: o conservadorismo, o populismo e o autoritarismo. São conceitos distintos, mas tornam-se um problema quando se mesclam simultaneamente. Quanto ao conservadorismo, refiro-me àquele radical, intolerante e raivoso, não à sua definição clássica. Observo que, no Brasil, as instituições estão funcionando de modo eficiente. Legislativo e Judiciário têm atuado com independência, e suas decisões são observadas pelo Executivo, como deve ser.
Portanto, não vejo nenhuma perspectiva de quebra da legalidade constitucional no Brasil. É verdade que as democracias iliberais acabam surgindo pelas mãos de líderes eleitos, presidente ou primeiros-ministros. Já não são mais os golpes de Estado que marcam a erosão da democracia. Seja como for, é de justiça registrar que, nos últimos 30 anos de democracia, as Forças Armadas têm tido um comportamento exemplar. Se existe um lugar de onde não veio notícia ruim foi das Forças Armadas. Não vejo qualquer germe golpista em parte alguma das instituições relevantes no Brasil. A fricção entre os poderes é própria da democracia.
Como o senhor vê o endosso do presidente Jair Bolsonaro a manifestações que reivindicam o fechamento do STF e do Congresso?
Não sou comentarista político e, portanto, não me cabe comentar as posturas do presidente. O que posso dizer sobre as reivindicações acerca de fechamento do Congresso Nacional e do STF é que estão confinadas a uma minoria. Eventualmente ruidosas, mas uma minoria. Penso que a maior parte da sociedade brasileira deseja a manutenção da democracia e acho que superamos todos os ciclos do atraso nesses 30 anos da Constituição Federal. Só pode desejar a volta da ditadura quem perdeu a esperança no futuro e tem saudade de um passado que não existiu, de algo que atrasou o Brasil no curso da história. Ditaduras envolvem tortura, censura, intolerância e truculência. Ao contrário do que se imaginava, a revisão da história mostra que nem milagre econômico ocorreu no período do Regime Militar (1964-1985).
No ano passado, o senhor afirmou que "combater fake news com decisão judicial é ilusão". O que pretende fazer sobre o tema à frente do TSE?
Sobre a utilização das fake news em campanhas eleitorais, há uma dificuldade enorme de qualificar o que elas sejam. O debate político envolve visões contrapostas que não podem ser objetos de censura. Se é dito que um determinado candidato tem ligações com a milícia, por exemplo, alguns possivelmente não vão gostar da afirmação. Mas, em muitos casos, fará parte de um debate público legítimo. Portanto, a primeira dificuldade – e preocupação – é não transformar a Justiça Eleitoral em censora do debate público. Claro que há certezas objetivas em relação a determinadas mensagens que são falsas, o que torna possível retirá-las. Mas nem sempre é fácil. Além disso, as fake news podem ser geradas em qualquer parte do mundo, o que limita a atuação da Justiça brasileira, por estar fora da sua jurisdição.
Qual deve ser a ação da Justiça nesses casos?
Frequentemente, a Justiça possui um timing que não é ágil suficiente para impedir a fake news. Quando ela chega é tarde, pois a notícia falsa já circulou. Há um papel a ser desempenhado pela Justiça, mas este não é o papel central no controle da fake news. O grande papel será desempenhado pelas próprias plataformas tecnológicas. O TSE, sob a liderança da atual presidente, Ministra Rosa Weber, fez parceria com plataformas para que nos ajudem com meios tecnológicos para detectar robôs e comportamentos inusuais.
Verdade seja dita, Facebook, Twitter, Youtube e Whatsapp tomaram decisões recentes para limitar a propagação de notícias falsas. Todos os meios precisam estar atentos para evitar a disseminação de robôs. Sem tolher a liberdade de expressão, claro. Também é importante trabalhar em campanhas de conscientização para esclarecimento da população, a fim de que não transmitam acriticamente notícias falsas e avaliem a plausibilidade daquilo que recebem. Nesse cenário, acredito na retomada do papel da imprensa tradicional.
As redes sociais ajudaram a democratizar a circulação da informação, que deixaram de depender do critério seletivo de poucos órgãos de imprensa. Porém, precisamos muito da imprensa tradicional para realizar o filtro e apuração das informações, ajudando as pessoas a navegarem no mar de informação. No momento em que nós mais precisamos da imprensa tradicional, ela vive uma certa crise no seu modelo de negócio, afetada pelo streaming e as redes sociais. Mas acho que a pandemia revelou o papel vital que ainda possui na democracia. Se eu pudesse torcer por alguma coisa, seria pelo incremento relevante nas assinaturas de veículos da mídia tradicional.
A divulgação de conversas privadas pelo site The Intercept Brasil colocou em xeque a credibilidade da Operação Lava Jato. À época, o senhor classificou o material como uma "fofoca produzida por criminosos". Qual é sua leitura hoje e que balanço faz da Operação Lato Jato?
Que a invasão de privacidade foi produto de uma atuação criminosa, não tenho dúvidas. É um fato indiscutível. Sobre o Intercept divulgar, assim como outros órgãos da mídia, faz parte da liberdade de expressão. É preciso, no entanto, uma leitura crítica do que é informação e do que é militância política. Na minha visão, boa parte das interpretações dadas pelo Intercept estavam mais ligadas à militância política do que ao jornalismo – a qual considero legitima também, mas jornalismo é outra coisa.
A Lava Jato deixou de ser uma operação específica e se transformou em um símbolo do esforço que estamos fazendo no Brasil para derrotar uma mentalidade e uma velha ordem sob a qual era legítimo o desvio do dinheiro público. Uma ordem que naturalizou as coisas erradas. Por exemplo, era regra geral que agentes do Estado levassem vantagem indevida nos contratos públicos em geral. Isso não é normal. Isso é crime, é corrupção.
A Lava Jato fez com que a sociedade deixasse de aceitar o que era inaceitável e, nesse sentido, possui méritos, pois contribuiu para uma mudança de paradigma no Brasil. Ficou mais difícil e menos tolerável praticar atos criminosos como os perpetrados na Petrobras, autoridades públicas negociarem atos normativos, ou mesmo bancos públicos pedirem pedágio para liberar empréstimos. Muitos juízes – eu, inclusive – nos empenhamos para quebrar essa "normalidade". Quando essas questões passam por mim, trato-as com a seriedade e gravidade que merecem. Nesse sentido, o país mudou.
Reveja os principais fatos desde a confirmação do primeiro caso da doença causada pelo novo coronavírus no Brasil, em fevereiro. Desde então, país está entre as nações com maior número de casos e mortos no mundo.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Sena
Primeiro caso no Brasil
Após já ter se espalhado por cerca de 40 países, matado mais de 2.700 pessoas e infectado mais de 80 mil, o primeiro caso do novo coronavírus é confirmado no Brasil apenas no final de fevereiro. Trata-se de um homem de 61 anos que viajou à Itália a trabalho. (26/02)
Foto: picture-alliance/NurPhoto/FotoRua/F. Vieira
Brasil registra primeiras mortes pelo novo coronavírus
A primeira vítima de covid-19 no país é um homem de 62 anos, morador de São Paulo e que sofria de diabetes e hipertensão. No mesmo dia, um hospital em Niterói, no Rio de Janeiro, anuncia a morte de um idoso de 69 anos com sintomas de coronavírus. (17/03)
Foto: Getty Images/AFP/N. Almeida
Covid-19 em todos os estados
Roraima, o último estado que ainda não registrava casos do novo coronavírus, reporta dois infectados. Com isso, todos os estados brasileiros e o Distrito Federal já têm casos de covid-19 confirmados. (21/03)
Foto: Reuters/A. Perobelli
Governo restringe entrada de estrangeiros
Começa a valer a medida que restringe a entrada no país, via aérea, de pessoas vindas da Europa e de vários países asiáticos por 30 dias para conter a disseminação do coronavírus. A portaria não se aplica a brasileiros natos ou naturalizados ou a imigrantes com autorização de residência no país. (23/03)
O presidente faz um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão no qual conclama o país a "voltar à normalidade", pedindo que os estabelecimentos comerciais não fechem as portas e que as pessoas saiam do confinamento em suas casas. Ele chama a covid-19 de "gripezinha" e fala em "histeria" devido à pandemia. Bolsonaro é alvo de panelaços pelo oitavo dia consecutivo. (24/03)
Foto: YouTube/TV BrasilGov
Bolsonaro sanciona ajuda de até R$ 1,2 mil para informais
Bolsonaro sanciona um auxílio emergencial por três meses, no valor de 600 reais, destinados aos trabalhadores autônomos, informais e sem renda fixa durante a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. (01/04)
Foto: picture-alliance/robertharding/I. Trower
Mortes por covid-19 no Brasil superam óbitos por dengue e H1N1 em 2019
O país soma 800 mortes em decorrência do novo coronavírus. Durante todo o ano passado, foram registrados 782 óbitos por dengue e outros 312 continuam em investigação, mostra boletim epidemiológico divulgado pela pasta da Saúde. De acordo com outro boletim epidemiológico, em 2019 morreram no Brasil 787 pessoas vítimas de Influenza A (H1N1). (08/04)
Foto: picture-alliance/dpa/EPA/G. Amador
Garoto de 15 anos é primeiro ianomâmi a morrer por covid-19
O adolescente recebia cuidados em um leito de UTI num hospital em Boa Vista desde 3 de abril. Entidades de defesa da causa indígena, como o Instituto Socioambiental (ISA) e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), têm denunciado a subnotificação de casos de covid-19 entre indígenas e demonstrado preocupação com o risco para as comunidades. (10/04)
Foto: Adam Renan/Rede Amazônia Sustentável
Bolsonaro demite Mandetta
Em meio à pandemia de coronavírus, Bolsonaro demite o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. A decisão ocorre dias depois de o titular da pasta ter dado uma entrevista contrariando a posição do presidente em relação à resposta à pandemia de covid-19. Mandetta defendia o isolamento social. O médico oncologista Nelson Teich foi escolhido para substituir Mandetta. (16/04)
Foto: picture-alliance/AP Photo/A. Borges
Novo ministro da Saúde defende plano para saída do isolamento
Em sua primeira entrevista após assumir o comando do Ministério da Saúde, Nelson Teich defende um plano para saída do isolamento e diz que o número de infectados no país é relativamente baixo se comparado com o total da população e não deve alcançar 70% da população em contato com a doença. "É impossível um país sobreviver um ano, um ano e meio parado." (22/04)
Foto: picture-alliance/ ZUMAPRESS/GDA/O. Globo
Brasil supera a China em mortes por covid-19
A contagem diária de mortes por covid-19 atinge número recorde com 474 óbitos, elevando o total de vítimas no país para 5.017. O Brasil se torna o 9º país com o maior número de mortes em todo o mundo, superando a China, onde surgiu a pandemia e 4.637 óbitos foram registrados. Ao ser questionado sobre as mortes, Bolsonaro responde: "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?". (28/04)
Foto: AFP/M. Dantas
Bolsonaro livra agentes públicos de responsabilidade por erros durante epidemia
De acordo com medida provisória (MP) editada por Bolsonaro, agentes públicos apenas poderão ser responsabilizados nos âmbitos civil e administrativo se houver "dolo ou erro grosseiro", "manifesto, evidente e inescusável, praticado com culpa grave" e "com elevado grau de negligência, imprudência ou imperícia". Dias depois, o STF limitou o alcance da MP. (14/05)
Foto: Getty Images/A. Anholete
Covid-19 atinge dezenas de povos indígenas
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) informou que, até 15/05, 38 povos indígenas do país já haviam sido afetados pelo coronavírus. A associação contabilizou 446 infecções e 92 mortes em comunidades indígenas. A maioria das infeções foi registrada na Amazônia, onde está localizada a maioria das comunidades isoladas. Mas também há casos no Sul, Centro-Oeste e Nordeste. (15/05)
Foto: Reuters/B. Kelly
Nelson Teich pede demissão do Ministério da Saúde
Menos de um mês após ter assumido o cargo, Nelson Teich pede demissão do Ministério da Saúde. Ele afirma que a saída foi decisão dele, sem dar detalhes sobre os motivos. "A vida é feita de escolhas. E hoje eu escolhi sair", destaca. Ele e Bolsonaro vinham discordando sobre medidas na gestão da epidemia. O general Eduardo Pazuello assume o cargo interinamente. (15/05)
Foto: Reuters/A. Machado
Sem base científica, governo amplia uso da cloroquina
O Ministério da Saúde divulga um novo protocolo sobre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para o tratamento de pacientes com covid-19, permitindo que os medicamentos sejam administrados também em casos leves da doença. A mudança do protocolo foi feita a pedido de Bolsonaro, apesar de não haver comprovação científica da eficácia do medicamento em pacientes com covid-19. (20/05)
Foto: Getty Images/AFP/G. Julien
Brasil ultrapassa Itália e é terceiro país com mais mortes por covid-19
Exatos cem dias após o primeiro caso registrado, o Brasil ultrapassa a Itália e se torna o terceiro país com mais mortes pela covid-19. O país contabiliza 34.021 mortes e fica atrás apenas dos EUA (108.211) e do Reino Unido (39.987). (04/06)
Foto: Reuters/R. Moraes
Brasil amplia orientações de uso da cloroquina contra a covid-19
O Ministério da Saúde informa que vai ampliar as recomendações de uso da cloroquina e de sua derivada hidroxicloroquina no tratamento da covid-19, passando a orientar a aplicação precoce das drogas em crianças e grávidas diagnosticadas com a doença. O anúncio ocorre no mesmo dia em que os EUA revogam seu uso emergencial no tratamento da covid-19. (15/06)
Foto: AFP/G. Julien
Casos de covid-19 passam de 1 milhão no Brasil
O Brasil supera a marca de 1 milhão de casos confirmados de covid-19, após registrar um recorde de 54.771 novas infecções pelo novo coronavírus em apenas 24 horas. Menos de quatro meses após a confirmação do primeiro caso, o país soma 1.032.913 ocorrências da doença e é o segundo do mundo com mais casos e mortes, atrás apenas dos EUA. (19/06)
Foto: Reuters/A. Perobelli
Vacina de Oxford contra covid-19 começa a ser testada no Brasil
O Brasil é o primeiro país fora do Reino Unido a iniciar testes de uma vacina desenvolvida pela universidade britânica. O projeto financiado pela Fundação Lemann contará com 2 mil voluntários em São Paulo e outros mil no Rio. A vacina está atualmente na fase 3 de testes. Um dos motivos que levaram à escolha do Brasil foi o fato de a epidemia estar em ascensão no país. (22/06)
Foto: picture-alliance/AP Photo/University of Oxford
Juiz manda Bolsonaro usar máscara em público
O juiz Renato Coelho Borelli, da 9ª Vara Federal Cível de Brasília, impõe ao presidente Jair Bolsonaro o uso obrigatório de máscara em espaços públicos e estabelecimentos comerciais, como medida de proteção contra o novo coronavírus. Em caso de descumprimento, o magistrado fixou um multa diária de R$ 2 mil. (22/06)
Foto: Getty Images/AFP/E. SA
UE estende proibição à entrada de viajantes do Brasil
Lista elaborada por Bruxelas recomenda que Estados-membros reabram suas fronteiras para viajantes de 15 países a partir de 1º de julho. Brasil, EUA e Rússia ficam de fora devido ao alto número de casos de covid-19. (30/06)
Foto: Delfim Martins
Bolsonaro diz estar com covid-19
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que teve resultado positivo em um exame para detectar a covid-19. Ao anunciar o resultado, em entrevista em frente ao Palácio da Alvorada, ele aproveitou a ocasião para mais uma vez reclamar das medidas de isolamento impostas por prefeitos e governadores. Bolsonaro também disse estar se tratando com hidroxicloroquina. (07/07)
Foto: picture-alliance/dpa/E. Peres
Casos de covid-19 passam de 2 milhões no Brasil
Menos de um mês depois de o país ter atingido o número de 1 milhão de infectados, em 19 de junho, o Brasil ultrapassou a marca de 2 milhões de casos oficialmente notificados de covid-19. O número de casos identificados da doença dobrou em menos de um mês. (16/07)
Foto: picture-alliance/E. Lustosa
Brasil: 100 mil mortos por covid-19
Menos de seis meses após a identificação do primeiro caso de covid-19 no Brasil, o país cruzou a marca de 100 mil mortes pela doença. O número de casos chegou a 3 milhões. Mesmo num ritmo de mil mortes por dia, o governo do país segue defendendo a flexibilização do isolamento e minimizando os impactos do vírus. (08/08)
Foto: Getty Images/A. Schneider
Mais uma empresa alemã pretende testar vacina contra covid-19 no Brasil
CureVac, de Tübingen, pretende começar testes em voluntários brasileiros em setembro ou outubro. Em parceria com a Pfizer, a também alemã BioNTech iniciou testes no Brasil na semana passada. (11/08)
Foto: picture-alliance/dpa/S. Gollnow
Brasil autoriza testes de mais uma vacina contra covid-19
Anvisa dá aval para estudos clínicos de fase 3 do imunizante desenvolvido pela Janssen, farmacêutica da Johnson & Johnson, com 7 mil voluntários participando dos testes. É a quarta vacina a obter autorização no país. (18/08)
Foto: picture-alliance/AP Photo/University of Oxford
Saldo do coronavírus após seis meses no Brasil
Somada à falta de testes e à desigualdade social, resposta de Bolsonaro à covid-19 contribuiu para que o país virasse o segundo do mundo com mais óbitos devido à pandemia, atrás dos EUA. Seis meses após primeiro caso confirmado no Brasil, país acumula mais de 3,6 milhões de infecções e 116 mil mortes por covid-19, números que devem ser maiores devido à falta de testes e à subnotificação. (26/08)
Foto: picture-alliance/dpa/ZUMA Wire/D. Oliveira
Índia passa Brasil e é segundo país com mais casos de covid-19
País registra mais de 90 mil novas infecções pelo coronavírus por dois dias consecutivos, elevando o total de casos para mais de 4,2 milhões. Brasil ainda é a segunda nação com mais mortes em decorrência da doença. (07/09)
Foto: picture-alliance/dpa/AP/C. Anand
Pazuello é efetivado como ministro da Saúde
General ocupava posto há quatro meses na condição de interino. No período, submeteu a pasta completamente aos desejos de Bolsonaro, tentou esconder números e viu mortes por covid-19 no país explodirem. (16/09)
Foto: Getty Images/A. Anholete
Brasil adere à iniciativa global por vacinas contra covid-19
Governo anuncia inclusão em programa mundial que monitora desenvolvimento de imunizantes e inclui mais de 170 países. Nações envolvidas receberão doses para cobrir ao menos 20% de suas populações. (19/09)
Foto: Adriano Machado/Reuters
Brasil ultrapassa marca de 5 milhões de casos de covid-19
Pouco mais de sete meses depois do primeiro caso de covid-19, o Brasil passou nesta quarta-feira (07/10) a marca de cinco milhões de pessoas infectadas. Segundo o Conass, o país registrou mais 31.553 infecções nas últimas 24 horas, elevando o total para 5.000.694. Ainda nesta quarta-feira, foram registradas mais 734 mortes, elevando o total para 148.228.
Foto: picture-alliance/NurPhoto/G. Basso
Testes no Brasil mostram segurança de vacina chinesa, diz Butantan
Segundo instituto, resultados preliminares em estudo de fase 3 feitos no país são semelhantes aos de ensaios clínicos feitos na China. São Paulo quer começar vacinação no início do próximo ano. (19/10)
Foto: picture-alliance/dpa/AP/A. Zemlianichenko
"Pandemia deve elevar tanto a fome quanto a obesidade entre brasileiros"
Ex-chefe da FAO, José Graziano se diz preocupado com queda na qualidade da alimentação de crianças fora da escola, bem como com fim do auxílio emergencial, que pode levar milhões a passarem fome e dependerem de caridade. (20/10)
Foto: DW/N. Pontes
Brasil incluirá vacina chinesa em calendário nacional de vacinação
Ministério da Saúde pretende comprar 46 milhões de doses da Coronavac e iniciar imunização em todo país já em janeiro. Resultados de testes ainda são aguardados para liberação de imunizante no país. (20/10)
Foto: Andre Lucas/dpa/picture-alliance
Anvisa autoriza importar 6 milhões de doses de vacina chinesa
Após polêmica envolvendo a Coronavac, a Anvisa autorizou no dia 23 de outubro a importação de 6 milhões de doses da vacina produzido pela chinesa Sinovac em parceria com o Butantan. A licença é só para importação da vacina. Sua distribuição depende de autorização da própria Anvisa. Enquanto ela não autorizar a aplicação, o Butantan deve armazenar as doses e garantir que elas não sejam usadas.