Site coletivo mapeia árvores frutíferas em locais públicos para estimular colheita e evitar desperdício. Ideia, que surgiu na capital alemã, se espalhou por diversos países.
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Maçãs, amora, pera, cereja, ameixa: Berlim possuiu grande variedade de árvores frutíferas em suas ruas e parques. Mas para quem não é familiarizado com o tema, é difícil saber onde encontrá-las, e muitas frutas acabam ficando no pé, estragando.
Em 2009, um engenheiro ambiental incomodado com esse desperdício teve uma ideia simples, mas eficaz, para promover a colheita: ele criou uma plataforma online coletiva para mapear as árvores frutíferas em locais públicos de Berlim.
Assim, surgiu o site mundraub – o nome vem da expressão em alemão que indicava o furto de alimentos de jardins. Até meados da década de 1970, o munddraub era um crime previsto na legislação da Alemanha.
As primeiras árvores – duas macieiras, no jardim Britzer, e uma cerejeira, na praça Boxhagener – foram marcadas no mapa da plataforma pelo próprio engenheiro ambiental, Kai Gildhorn, um de seus criadores. Desde então, a ideia rendeu frutos e atualmente conta com mais de 61 mil colaboradores.
Em quase dez anos de funcionando, a plataforma colaborativa fez tanto sucesso que ultrapassou as fronteiras de Berlim. Árvores frutíferas começaram a ser marcadas em outras cidades da Alemanha e também em outros países. Atualmente mais de 48 mil árvores já foram mapeadas, 14 delas no Brasil.
Qualquer pessoa pode se inscrever no site para indicar a descoberta de árvores frutíferas, nozes, temperos, ervas e arbustos com frutas silvestres localizados em espaços públicos de sua cidade. Os inscritos podem também fazer comentários sobre indicações de outros usuários, por exemplo, quando houver dúvidas se a árvore realmente é pública.
Além de ajudar a matar a fome, o site é ainda uma ótima dica para quem deseja explorar Berlim, ou outras cidades que estão sendo mapeadas, por seu lado mais frutífero.
Clarissa Neher é jornalista freelancer na DW Brasil e mora desde 2008 na capital alemã. Na coluna Checkpoint Berlim, publicada às segundas-feiras, escreve sobre a cidade que já não é mais tão pobre, mas continua sexy.
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Árvores que impressionam
Todas as árvores são formadas por raiz, caule, folhas e frutos, mas a variedade dessas espécies é enorme. Em imagens, uma seleção das mais conhecidas e interessantes.
Foto: imago/imagebroker/m fischer
Senhora encorpada
A General Sherman é considerada a maior árvore do mundo. A sequoia-gigante está localizada no Parque Nacional das Sequoias, nos Estados Unidos. Com 84 metros de altura, ela não é a mais alta, mas quando se une a altura ao tronco de cerca de 5 metros de diâmetro, é a mais volumosa já encontrada. Estima-se que ela tenha entre 1.900 e 2.500 anos.
Foto: MLADEN ANTONOV/AFP/Getty Images
Gordinha do México
A Árvore de Santa María Del Tule tem apenas 42 metros de altura, mas seu tronco tem um diâmetro recorde de 14,05 metros. Segundo uma lenda, ela foi plantada há cerca de 1.400 anos por um sacerdote do deus do vento asteca, Ehecatl. Sua posição num local sagrado confirmaria a história. Pesquisadores calcularam seu peso em 636 toneladas.
Foto: picture alliance/Arco Images GmbH
Matusalém não é a mais velha
Nas Montanhas Brancas, na Califórnia, a uma altura de três mil metros, está a Matusalém. Durante anos, acreditou-se que o pinheiro, com cerca de 4.779 anos, era a árvore mais velha do mundo. Mas, em 2012, perto da Matusalém foi encontrado um exemplar quase 300 anos mais velho. Para sua proteção, a posição exata não divulgada.
Foto: GABRIEL BOUYS/AFP/Getty Images
Relíquia da Era do Gelo
Na Suécia está a Old Tjikko. A conífera tem cerca de 9.550 anos e é considerada a árvore clonal mais antiga do mundo. O tronco visto na foto possui apenas algumas centenas de anos, mas uma parte do seu sistema de raízes, de onde crescem novos troncos, vem da Era do Gelo, há quase 10 mil anos.
Foto: imago/imagebroker
Figueiras estranguladoras
Durante a Idade Média, Angkor, no Camboja, era uma das cidades mais importantes do mundo. Hoje a natureza tomou conta dos templos lá situados. As figueiras são especialmente cruéis nessa região. Os pássaros comem suas sementes e as espalham sobre os troncos de outras árvores. Essas espécies crescem e estrangulam a árvore hospedeira, formando, assim, esse cenário peculiar.
No mangue, as árvores e arbustos se adaptaram para as condições da costa marítima. Suas raízes atravessam a água salgada até chegar ao solo. Assim, a região costeira fica protegida da erosão. Esse ecossistema é o habitat para uma diversidade de répteis, invertebrados, peixes, aves, algas e mamíferos.
Foto: TED ALJIBE/AFP/GettyImages
Moldada pelo vento
Nas Ilhas Canárias, as árvores são moldadas pelo vento. Os zimbreiros centenários da Floresta de Sabinar, na ilha El Hierro, são uma atração turística. Por causa do vento forte e constante, as copas ficam caídas e algumas chegam até o chão.
Foto: imago/imagebroker/m fischer
Alpinistas verdes
O pinheiro-das-montanhas é originário da Europa e pode ser encontrado na região dos Alpes. Nenhuma montanha é íngreme demais para essa espécie, nenhuma parede é lisa demais para ela fixar suas raízes. Vento, gelo e neve também não são problema. A árvore tem uma grande facilidade de adaptação, e sua madeira pode ser usada para fabricar móveis.
Foto: picture alliance/blickwinkel/McPHOTO
As menores do mundo
Os bonsais não são fortes ou grandes como árvores e seu nome deixa isso claro: significa "árvore na bandeja". Essa arte vinda do Oriente tem o objetivo de replicar árvores da natureza em miniatura, com um tamanho variando entre 10 e 20 centímetros. Uma espécie particularmente adequada para essa prática é o bordo japonês.