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Fugindo da violência, número de refugiados sírios aumenta na Turquia

5 de abril de 2012

Kofi Annan espera cessar-fogo para próxima semana na Síria. Enquanto isso, mais de mil refugiados entram na Turquia nas últimas 24 horas. Rússia pode vir a apoiar resolução do Conselho de Segurança contra regime Assad.

Foto: Reuters

O enviado especial da ONU e da Liga Árabe para o conflito na Síria, Kofi Annan, espera que o governo de Bashar al-Assad e a oposição estabeleçam um cessar-fogo dentro das 48 horas seguintes ao dia 10 de abril, informou o porta-voz de Annan, Ahmad Fawzi, nesta quinta-feira (05/04). A partir da retirada das tropas do governo, "inicia-se um período de 48 horas durante o qual haverá a suspensão total de qualquer forma de violência de todas as partes", acrescentou Fawzi.

O governo sírio divulgou que já retirou tropas de determinadas regiões, como Deraa, Idleb e Zabadani. Conforme o porta-voz, o "processo de verificação" dessas informações está em andamento. Ele afirma que Kofi Annan visitará Teerã no dia 11 de abril, mas não indicou quem será o seu interlocutor no Irã.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, admitiu que seu país poderá apoiar uma nova resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre a Síria. Ele disse que a Rússia concordaria com uma resolução sem ultimatos e que contribua com o plano de Kofi Annan.

Amigos da Síria

"Quando formos analisar o documento no Conselho de Segurança, iremos partir do princípio de 'não prejudicar'. Não será ruim se conseguirmos chegar a uma posição de consenso que vise a apoiar a missão de Kofi Annan, e sem utilizar o ultimato, que provoca tensão", disse Lavrov.

Ele disse que não é algo que depende somente da Rússia e acrescentou que os passos em torno da questão síria devem visar exclusivamente o apoio à missão de Annan. Lavrov se referiu ao chamado "Grupo de Amigos da Síria" quando criticou os ultimatos e as ameaças. "Infelizmente há pessoas que querem isto", disse. O ministro russo lembra que, enquanto Kofi Annan insistia na desmilitarização das cidades, surgiram outras ideias em Istambul, onde ocorreu a última conferência dos "Amigos da Síria", que acabaram "empurrando a oposição em outro sentido".

Kofi Annan, enviado especial da ONU e da Liga Árabe para Síria, deverá visitar também o IrãFoto: Reuters

Rússia envia fragata

A conferência dos "Amigos da Síria" reconheceu o Conselho Nacional Sírio como "único representante do povo" e criou um grupo de trabalho para elaborar sanções contra o regime de Bashar al-Assad, além de um fundo de apoio à oposição síria. Moscou, por outro lado, anunciou ter enviado uma fragata para o porto sírio de Tartus, onde a Marinha russa tem uma base de apoio. 

"A fragata Smetlivii deverá se reabastecer com água e alimentos e a tripulação terá um curto período de descanso. Depois, durante um mês, o navio realizará tarefas na parte oriental do Mediterrâneo, perto da costa da Síria", revelou fonte militar citada pela agência Ria-Novosti. A  fonte não revelou que tipo de tarefas serão cumpridas pela embarcação.

Mias de 20 mil refugiados

Enquanto isso, mais de mil refugiados sírios entraram na Turquia nas últimas 24 horas, conforme informaram fontes oficiais nesta quinta-feira (05/04). A chegada destes 1.043 refugiados que fogem da violência no país, eleva para cerca de 20.900 o número de sírios atualmente acolhidos na Turquia, sublinhou a mesma fonte.

A Turquia instalou oito acampamentos com tendas e um campo com casas pré-fabricadas em três províncias situadas na fronteira com a Síria. Além dos refugiados, os rebeldes do Exército Sírio Livre estão instalados num destes campos.

O Crescente Vermelho turco afirmou que se preparou para diferentes cenários, incluindo a possível chegada de 500 mil refugiados sírios à Turquia. Segundo ONGs, mais de 9 mil pessoas morreram na Síria devido à repressão conduzida pelas tropas do regime ou em combates entre soldados e militares desertores, desde o início dos levantes, em 15 de março de 2011.  

MP/lusa/dpa
Revisão: Carlos Albuquerque

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