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Arquitetura

19 de março de 2009

Através da exposição internacional de arquitetura IBA Renovação Urbana 2010, o estado alemão da Saxônia-Anhalt encarregou a Fundação Bauhaus de procurar soluções para o problema do esvaziamento de suas cidades.

Vista da região de Mansfeld, parte das cidades minguantesFoto: Nikolas Brade, Halle

Crescimento demográfico negativo e evasão populacional urbana são problemas que atingem antigas áreas industriais em todo o mundo. Cidades de tais regiões estão minguando e desaparecendo.

Após a queda do Muro de Berlim e a reunificação da Alemanha, o problema das cidades minguantes atingiu principalmente os novos estados do Leste alemão. Cerca de um milhão de moradias estão vazias na região da antiga Alemanha Oriental.

Por esse motivo, o estado alemão da Saxônia-Anhalt encarregou a Fundação Bauhaus, em Dessau, de procurar soluções conceituais para tais problemas e apresentá-las numa nova exposição internacional de arquitetura. IBA é a sigla em alemão para designar tais exposições.

Com a IBA Renovação Urbana 2010 (IBA Stadtumbau 2010), todo um estado será, pela primeira vez, tema de uma exposição internacional de arquitetura na Alemanha. A IBA de Berlim, em 1957, dedicou-se, por exemplo, à recuperação urbana somente de uma determinada área da capital alemã.

Primeira galeria de arte drive-through na Alemanha

Um exemplo é Stassfurt, no estado da Saxônia-Anhalt. A cidade não tem mais seu antigo centro histórico. Em seu lugar há um grande lago, cuja existência remonta a afundamentos causados pela mineração, nos anos de 1960. Hoje o lago no centro da cidade é uma zona de recreação.

Outro exemplo é Ascherleben. Ninguém mais quer morar em suas barulhentas vias periféricas. O caminho aparece flanqueado por casas abandonadas.

Desemprego leva à evasão populacionalFoto: dpa

Em vez de se envergonhar pelo ermo de suas ruas, a cidade optou por reaproveitar as residências vazias, explicou Sonja Beek, responsável pela gestão de projetos na Fundação Bauhaus em Dessau.

Artistas internacionais transformaram cada uma das fachadas das casas em obras de arte. A cidade tornou-se assim a primeira galeria de arte drive-through na Alemanha, onde as pinturas murais podem ser apreciadas do carro, disse Beek.

Cultura do "menos é mais"

Stassfurt e Aschersleben são somente duas de um total de 19 cidades que participam da IBA Renovação Urbana 2010. O que essas 19 cidades têm em comum é o fato de estarem minguando. Ou seja, elas estão perdendo população e poder econômico.

'Drive-Through-Gallery' em AscherslebenFoto: picture-alliance/ dpa

Após a reunificação, diversos polos de produção foram fechados no Leste alemão. Uma grande parcela da população emigrou das pequenas cidades da região.

Segundo Philipp Oswalt, novo diretor da Fundação Bauhaus, não existe nenhum município do Leste alemão que, nos últimos dez anos, não tenha perdido de 10% a 20% de sua população. Em seu estudo Menos é mais (Weniger ist Mehr), Oswalt analisou os motivos dessa evasão populacional e apontou possibilidades de contornar o problema.

Para o diretor da Fundação Bauhaus, lidar com o problema das cidades minguantes significa também afastar-se da "crença no crescimento", muito difundida nos últimos anos. Oswalt sugere que se desenvolva uma cultura do "menos é mais", ou seja, uma maneira de lidar e conviver bem com a diminuição das cidades.

Ilhas urbanas interligadas por cinturão verde

Também a cidade de Dessau, sede da Fundação Bauhaus, faz parte da IBA. Lá nasceu a ideia de criar ilhas urbanas interligadas por um cinturão verde. Essas áreas verdes deverão surgir onde hoje o cenário é dominado pelos "plattenbauten" – construções pré-fabricadas que deram nome aos conjuntos habitacionais do Leste alemão.

Áreas de 400 metros quadrados se transformam em gramados, chamados de claims e parcialmente reflorestados com carvalhos. O paisagismo dos claims também poderá ser feito pelos moradores da cidade.

Até agora, 12 claims estão aos cuidados dos habitantes de Dessau. A paisagista Heike Brückner dá assistência aos moradores. A renovação, no entanto, é bastante vagarosa, pois problemas com proprietários dificultam as demolições.

Autora: Gaby Reuchler
Revisão: Alexandre Schossler

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