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Fundação Gates doa US$ 250 milhões para combate à pandemia

10 de dezembro de 2020

Total já disponibilizado pela instituição de caridade do fundador da Microsoft, Bill Gates, e de sua esposa, Melinda, já chega a US$ 1,7 bilhão. Principal objetivo é facilitar distribuição igualitária de vacinas.

Melinda e Bill Gates: engajamento pela cooperação global na pandemia
Melinda e Bill Gates: engajamento pela cooperação global na pandemiaFoto: Getty Images for Global Citizen

A Fundação Bill e Melinda Gates anunciou nesta quinta-feira (10/12) que vai disponibilizar mais US$ 250 milhões para o combate à pandemia, o que eleva o total de doações à causa por parte da instituição a US$ 1,7 bilhão (R$ 8,6 bilhões).

O novo financiamento se concentrará em duas áreas principais: pesquisa e desenvolvimento, tratamentos e vacinas e, sobretudo, melhorias nos métodos de entrega para garantir que imunizantes sejam distribuídos de forma segura, igualitária e com o menor custo possível.

Uma parte destes fundos destina-se à distribuição de vacinas em regiões da África subsaariana e no sul da Ásia. O financiamento é uma das principais dificuldades na África, onde estão muitos dos países mais pobres do mundo.

"Temos novos medicamentos e mais potenciais vacinas que o esperado no início do ano. Mas estas inovações só salvarão vidas se forem distribuídas em todo o mundo", declarou Bill Gates em comunicado.

Segundo o diretor da fundação, Mark Suzman, o novo financiamento chega em um momento crucial. A primeira vacina já está sendo lançada no Reino Unido, e os reguladores dos EUA e em países europeus parecem estar prontos para aprovar em breve o uso emergencial de outras. Uma segunda onda de vacinas também está em testes avançados, incluindo algumas que poderiam ser mais baratas e mais fáceis de administrar no mundo em desenvolvimento.

"Essa é uma ótima notícia", disse Suzman. "Mas é realmente muito, muito, muito complicado garantir que essas vacinas sejam produzidas e distribuídas de forma equitativa".

Bill Gates e sua fundação têm desempenhado um papel importante ao reunir governos, empresas farmacêuticas e a Organização Mundial da Saúde em uma cooperação chamada Covax. O objetivo é angariar recursos e usar doações de países ricos para subsidiar o custo de vacinas para as nações mais pobres.

Mais de 90 países de alta e média renda aderiram à Covax, e várias se comprometeram com um total de US$ 2,1 bilhões para a compra de vacinas. Mas, segundo Suzman, são necessários pelo menos US$ 5 bilhões para vacinar apenas 20% dos moradores em países de baixa renda.

O custo da distribuição das vacinas na África, por exemplo, está estimado em US$ 5,7 bilhões, com "gastos suplementares de 15% a 20% para o equipamento e entrega", segundo a OMS. Dos 47 países da região África da OMS, apenas um quarto dispõe de planos adequados para os recursos e o financiamento.

O coordenador na África da Fundação Gates para a resposta à pandemia de covid-19, Solomon Zewdu, anunciou hoje que uma parte do financiamento anunciado contribuirá para apoiar os esforços para fazer chegar as vacinas a cerca de 780 milhões de pessoas no continente.

A pandemia de covid-19, transmitida por um novo coronavírus detectado no final de dezembro de 2019 na China, provocou pelo menos 1,5 milhão de mortos, resultantes de mais de 68,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo.

RPR/rtr/afp