Autoridades do Haiti contabilizam 261 mortes e mais de 20 mil prédios destruídos por Matthew, que se aproxima da costa sudeste dos Estados Unidos. Obama declara estado de emergência na Flórida.
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O furacão Matthew, o mais forte a atingir o Caribe em quase uma década, deixou ao menos 265 mortos na região, segundo números divulgados por autoridades. A maioria das mortes, 261, aconteceu no Haiti, anunciou nesta quinta-feira (06/10) o ministro haitiano do Interior, François Anick Joseph.
Uma avaliação parcial dos danos ocasionados pelo ciclone no país indicou que mais de 20 mil prédios foram severamente afetados. Joseph afirmou que o fenômeno causou uma catástrofe no sul do país, e que as informações de que dispõem são parciais porque algumas áreas estão isoladas.
O impacto do furacão no Haiti obrigou as autoridades eleitorais a adiar as eleições gerais que estavam programadas para o próximo domingo. As enchentes levaram ao ressurgimento de um surto de cólera, com ao menos oito casos registrados. Em torno de 2 mil casas foram inundadas, e dez escolas, danificadas.
Rastro de destruição no Haiti
01:10
Após deixar um rastro de destruição no Haiti, na República Dominicana e em Cuba, o furacão avançou sobre as Bahamas nesta quinta-feira e se aproxima agora do litoral sudeste da Flórida, depois de voltar a ganhar força, sendo novamente classificado como de categoria 4.
Próximo dos EUA
O Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos afirmou que o furacão apresenta ventos máximos constantes de 220 km/h e se desloca rumo ao noroeste com uma velocidade de 22 km/h. A expectativa é que ele chegue à Flórida nesta sexta-feira. A situação levou o presidente Barack Obama a declarar estado de emergência no estado e na Carolina do Sul. A medida autoriza as autoridades federais a coordenar a assistência necessária.
Rodovias nos estados da Flórida, da Carolina do Sul e da Carolina do Norte estão congestionadas desde a noite desta quarta-feira, com milhões de pessoas se dirigindo para regiões mais seguras após os alertas das autoridades. "Todos em nosso estado devem se preparar para um impacto direto", disse o governador da Flórida, Rick Scott. "Se Matthew atingir diretamente a Flórida, a destruição poderá ser catastrófica, e precisamos estar preparados. A tempestade já matou pessoas. Devemos esperar o mesmo impacto na Flórida."
A Geórgia, a Carolina do Norte e a Carolina do Sul, que se encontram na provável rota do furacão, também declararam estado de emergência. Quase 8 mil integrantes da Guarda Nacional estão em alerta. No total, 12 milhões de pessoas se encontram nas regiões onde o alerta de furacão está em vigor.
Especialistas destacaram também a perigosa "combinação de ressaca ciclônica e grandes ondas destrutivas que poderão aumentar o nível da água do mar" e causar inundações nas zonas litorâneas. "Haverá um potencial de inundações que podem ameaçar a vida das pessoas durante as próximas 36 horas ao longo da costa leste da Flórida", alertou o NHC.
De acordo com o centro meteorológico, Matthew, que chegou a ser classificado de categoria 5, é o furacão mais poderoso que se formou no Atlântico desde Félix, em 2007, que causou mais de 130 mortes durante sua passagem pela Nicarágua.
CN/efe/ap/rtr
Desastres naturais vistos do espaço
Como os satélites veem a Terra? E o que eles descobrem sobre os acontecimentos na superfície do planeta? Confira fotos impressionantes de catástrofes naturais observadas da órbita terrestre.
Foto: NASA
Gigante acordado
De densas cinzas a nuvens de água congelada, fenômenos naturais podem ser examinados do espaço sideral. A Estação Espacial Internacional estava passando sobre o vulcão Sarychev, localizado nas ilhas Kuril, na Rússia, quando ele entrou em erupção em 2009. Aproveitando uma brecha entre as nuvens, os astronautas puderam tirar esta foto.
Foto: NASA
Lago evaporado
Diariamente, satélites de observação, como o Proba-V da Agência Espacial Europeia, coletam imagens que permitem rastrear as mudanças ambientais ao longo do tempo. Estas fotos tiradas em abril de 2014, julho de 2015 e janeiro de 2016 (da esq. para dir.) fornecem uma visão clara da evaporação gradual do lago Poopó, em parte devido às mudanças climáticas. Ele já foi o segundo maior lago da Bolívia.
Foto: ESA/Belspo
Não brinque com fogo
Todos os anos, incêndios florestais destroem paisagens e ecossistemas ao redor do planeta. Muitas vezes, eles são causados por seres humanos. Esse também foi o caso na Indonésia, onde agricultores fizeram queimadas na floresta de turfa. Na Islândia, Bornéu e Sumatra, satélites detectaram focos de incêndio em setembro de 2015, e a coluna de fumaça cinza provocou alertas de qualidade do ar.
Foto: NASA/J. Schmaltz
Chuvas torrenciais
Em 2013, choveu tanto que alguns rios da Europa Central transbordaram. Como se pode ver nesta imagem de 2013, o rio Elba rompeu as suas margens após chuvas sem precedentes. Na foto, a água enlameada cobre a área em torno da cidade de Wittenberg, no estado alemão da Saxônia-Anhalt.
Foto: NASA/J. Allen
No olho do furacão
Uma forte tempestade pode causar danos irreparáveis através de ventos intensos e chuvas torrenciais que vêm do mar. Informações obtidas do espaço são cruciais para acompanhar o desenvolvimento de tormentas: intensidade, direção, velocidade do vento. No Pacífico leste, próximo à costa mexicana, esta imagem ajudou a prever que o furacão Sandra alcançaria ventos de 160 km/h em novembro de 2015.
Foto: NASA/J. Schmaltz
Derretimento de geleiras
Satélites também desempenham importante papel no monitoramento das mudanças climáticas e, inevitavelmente, do processo de degelo. Do espaço, cientistas puderam documentar a diminuição de geleiras ao redor do mundo, como também a subsequente elevação do nível dos oceanos. Esta foto feita pela Estação Espacial Internacional mostra o recuo da geleira Upsala, na Patagônia argentina, de 2002 a 2013.
Foto: NASA
Prenda a respiração
Em setembro de 2015, satélites proporcionaram esta vista impressionante de regiões povoadas no Oriente Médio envoltas numa tempestade de areia ou "haboob". Aliadas às informações de sensores de qualidade de ar no solo, observações de satélites espaciais ajudam a entender os padrões de início e desenvolvimento de uma tempestade. Essas constatações melhoram os métodos de previsão.
Foto: NASA/J. Schmaltz
Montanha nua
Essas foram as palavras usadas pela Nasa para descrever a falta de neve no Monte Shasta, na Califórnia, uma fonte crucial de água para a região. Imagens que vêm documentando a estiagem ao longo dos últimos anos têm mostrado montanhas marrons que deveriam ser brancas, e terra onde se procura água. Com o degelo, a seca aumenta.