Após atingir ilhas caribenhas como Dominica, tempestade com ventos superiores a 250 quilômetros por hora chega a Porto Rico, ameaçando 3,4 milhões de pessoas. Ilha inteira está sem energia, informam autoridades.
Anúncio
O furacão Maria, segunda forte tempestade a assolar o Caribe neste mês, atingiu o território de Porto Rico na manhã desta quarta-feira (20/09), causando destruição com ventos de 250 quilômetros por hora, segundo informou o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos.
Classificado como um furacão de categoria 4, o Maria atingiu terra firme por volta das 7h (horário local) na região de Yabucoa, no leste do território insular americano.
A tempestade, que já deixou ao menos nove pessoas mortas em sua passagem pelo Caribe, atravessou Porto Rico lentamente, derrubando torres de comunicação e de energia e devastando árvores.
Grandes inundações foram relatadas em todo o país em decorrência das chuvas intensas, com dezenas de carros parcialmente submersos e muitas ruas se transformando em rios.
Na capital, San Juan, vídeos divulgados pela imprensa local e em redes sociais mostram árvores inteiramente inclinadas e cabos de energia no chão enquanto detritos voam pelo ar.
Segundo autoridades locais, a ilha, onde moram cerca de 3,4 milhões de pessoas, está inteiramente sem energia. "As informações que recebemos não são encorajadoras", declarou Abner Gómez, chefe da agência porto-riquenha que trata de desastres.
Felix Delgado, prefeito da cidade de Cataño, próxima à capital, informou à imprensa local que um dos bairros do município, Juana Matos, ficou devastado. Segundo ele, 80% das casas da região foram destruídas.
A tempestade já havia passado pela ilha caribenha de Saint Croix nesta quarta-feira, matou pelo menos duas pessoas em Guadalupe e devastou a pequena nação montanhosa de Dominica.
O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos antecipou que o Maria seria o furacão mais forte a atingir Porto Rico em quase 90 anos. Cerca de 150 voos haviam sido cancelados no principal aeroporto internacional de Porto Rico, segundo informações na manhã desta quarta-feira.
Após cruzar Porto Rico nesta quarta, o furacão deve passar pela costa nordeste da República Dominicana. Ainda não se sabe se a parte continental dos EUA também está ameaçada.
"Será um fenômeno extremamente violento”, disse o governador de Porto Rico, Ricardo Rosselló, antes da chegada da tempestade. "Não passamos por um evento dessa magnitude na nossa história moderna.” O governo disponibilizou 500 abrigos em toda a ilha.
O presidente dos EUA, Donald Trump, manifestou solidariedade pelo Twitter: "Sejam cuidadosos, nossos corações estão com vocês – e estaremos lá para ajudar."
O Maria vem na sequência do Irma, que teve ventos de 300 quilômetros por hora e matou 38 pessoas na região caribenha e outras 36 nos Estados Unidos no início do mês.
Danos em Saint Croix, Guadeloupe e Dominica
A passagem do furacão por Saint Croix, que abriga cerca de metade dos 103 mil moradores das Ilhas Virgens Americanas, fez dele a pior tempestade a atingir a ilha desde Hugo, furacão de categoria 4, em 1989.
O governador das Ilhas Virgens Americanas, Kenneth Mapp, alertou as pessoas de que suas vidas corriam perigo. "Você perde sua vida no momento em que começa a pensar em como salvar algum dinheiro para evitar que algo seja destruído, queimado, ou despedaçado”, disse. "Tudo que importa é a segurança de sua família, de suas crianças, e de você mesmo. O resto das coisas, esqueça.”
Em Dominica, árvores caíram, casas foram danificadas e ruas inundadas. "Perdemos tudo que se pode comprar e substituir com dinheiro", escreveu o primeiro-ministro Roosevelt Skerrit, no Facebook. Segundo informou um assessor do premiê, sete mortes foram confirmadas no país.
Em Guadalupe, onde pelo menos duas pessoas morreram, outras duas ainda estavam desaparecidas após um naufrágio, de acordo com a mídia francesa.
PJ/EK/rtr/ap/dpa
Irma deixa rastro de destruição
Mais potente furacão já registrado no Oceano Atlântico deixa ao menos 40 mortos e traz prejuízos ao Caribe e aos Estados Unidos. Somente nas ilhas caribenhas, cerca de 17 mil pessoas estão desabrigadas.
Foto: Reuters/T. Chappell
Barbuda
O primeiro-ministro de Antígua e Barbuda, Gaston Borwne, disse que mais de 95% de todos os edifícios da ilha apresentam danos em suas estruturas, e mais de 60% da população ficou desabrigada com a passagem do furacão.
Foto: Getty Images/G. Van
São Bartolomeu
Ao menos 11 pessoas morreram na parte francesa de São Martinho e São Bartolomeu (foto). Os danos causados pelo furacão Irma nesses dois territórios ultramarinos franceses estão estimados em cerca de 1,2 bilhão de euros.
Foto: Getty Images/AFP/V. Autruffe
São Martinho
A maioria da população da ilha ficou sem água, luz e comunicação, e ainda há registros de escassez de alimentos. Algumas cidades registraram o aumento da violência, com saques em casas e hotéis. A destruição massiva deixou a ilha sem hospitais e serviços públicos funcionando.
Foto: Getty Images/AFP/L. Chamoiseau
Porto Rico
Ao menos três pessoas morreram em Porto Rico devido à passagem do furacão Irma. Mais de 150 pessoas perderam suas casas e estão acomodadas em abrigos. Quase 500 mil moradores estão sem eletricidade, e cerca de 154 mil sem água potável. Seis hospitais estão sem energia elétrica. Foto mostra uma casa totalmente destruída na ilha de Culebra, em Porto Rico.
Foto: picture-alliance/AP/dpa/C. Giusti
República Dominicana
O furacão Irma provocou a evacuação de mais de 24 mil pessoas e destruiu mais de 100 casas e causou prejuízos em outras 2.600, como em Nagua (foto), no norte do país. As chuvas e ventos fortes causaram danos a 58 aquedutos, dos quais 27 ficaram fora de serviço, provocando falta de água para 1,2 milhão de pessoas.
Foto: Reuters/R. Rojas
Haiti
O Irma passou pelo país mais pobre das Américas, menos de um ano depois de o furacão Matthew devastar uma parte da nação, em outubro de 2016, causando ao menos 573 mortos. Cinco das dez regiões do Haiti registraram fortes enchentes, sendo que mais de 5 mil casas ficaram inundadas, e milhares de pessoas tiveram que sair de suas moradias e perderam praticamente tudo, incluindo alimentos e móveis.
Foto: Getty Images/AFP/H. Retamal
Cuba
Irma passou pela ilha caribenha como furacão de categoria 5 e deixou dez mortos e um rastro de destruição. O governo começou a avaliar os danos, e os primeiros trabalhos de limpeza já começarem. Em Havana (foto) morreram sete pessoas devido ao colapso de edifícios e choques elétricos.
Foto: picture-alliance/AP Photo/R.Espinosa
Cuba
Na ilha caribenha, a passagem do furacão causou inundações (como a da foto, em Havana), cortes no abastecimento de energia e forçou a evacuação de mais de 1,7 milhão de pessoas, muitas das quais ainda permanecem em abrigos ou casas de familiares aguardando a diminuição do nível das águas.
Foto: Reuters
Flórida
A passagem do Irma pelo estado americano deixou ao menos quatro mortos e cerca de 1,5 milhão de casas da região ficaram sem eletricidade. Quase 6 milhões de pessoas tiveram que deixar suas casas, sendo esta uma das maiores operações de evacuação na história do país. Foto mostra casa destruída na praia Vilano Beach, na Flórida.
Foto: Reuters/ St Johns County Fire Rescue
Flórida
Miami, Tampa, Nápoles e outras cidades na parte mais ao sul da Flórida se tornaram "cidades fantasmas". Escolas, lojas, escritórios públicos e privados, bancos, casas particulares, portos e aeroportos foram fechados. O Irma destruiu o telhado deste posto de gasolina em Orlando (foto).
Foto: Imago/ZUMA Press/S.M. Dowell
Flórida
Numa marina em Palm Shores, oito barcos (foto) ficaram afundados devido à força do furacão Irma. Os ventos do ciclone chegaram a registrar 215 quilômetros por hora. O condado mais afetado foi o de Monroe, e uma parte da costa do sudoeste, onde 76% das casas tiveram o fornecimento de energia interrompido. No total, mais de 4 milhões de pessoas ficaram sem eletricidade no estado.
Foto: Imago/ZUMA Press/R. Huber
Geórgia
O governo da Geórgia determinou que 540 mil pessoas deixassem a região costeira e fossem para abrigos. Cerca de 870 mil moradores estão sem eletricidade, o que equivale a quase 50% do total de clientes residenciais da empresa Georgia Power. Enquanto se movia para o sul do estado, o Irma se transformou em tempestade tropical. Foto mostra casa antigida por uma árvore na capital do estado, Atlanta.