Furacão Matthew mata centenas no Haiti e chega à Flórida
7 de outubro de 2016
Após causar devastação e mortes no Caribe, tempestades e ventos fortes alcançam os EUA. Governo pede que milhões deixem suas casas e declara estado de emergência.
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Os fortes ventos e as tempestades decorrentes do furacão Matthew, que devastou partes do Caribe nos últimos dias, atingiram a Flórida no início desta sexta-feira (07/10), sinalizando que este poderá ser um dia de grandes estragos no litoral do sudeste dos Estados Unidos.
No Haiti, o Ministério do Interior afirmou que o número de mortes em consequência do furacão confirmadas é de 283. Milhares estão desabrigados. A maior parte das mortes – ao menos 50 – ocorreu numa mesma cidade na região sul do país, atingida com força pelas tempestades e ventos fortes. A agência de notícias Reuters contabilizou ao menos 527 mortes no Haiti.
As autoridades afirmam que o total de vítimas ainda deve aumentar. Muitas pessoas morreram em razão da queda de árvores, destroços carregados pelo vento ou pelas cheias dos rios. Em outras regiões do Caribe, ao menos sete mortes foram registradas.
Após passar pelo Haiti, Cuba, Bahamas e República Dominicana, o furacão seguiu para o sudeste americano, se aproximando da Flórida nesta quinta-feira.
Em torno de três milhões de pessoas receberam ordens de evacuação, em antecipação à chegada do Matthew.
Flórida, Geórgia, Carolina do Sul e Carolina do Norte declararam estado de emergênica, concedendo a seus governadores o poder de convocar a Guarda Nacional. Os serviços meteorológicos preveem que ventos de até 220 km/h atinjam o litoral do sudeste do país. As tempestades poderão causar danos de bilhões de dólares.
"Não se arrisquem"
"Essa tempestade irá matá-los", alertou o governador da Flórida, Rick Scott, pedindo que os moradores da costa leste da península deixem a região. "Não se arrisquem", disse. "Saiam agora."
O Centro Nacional de Furacões (NHC) dos EUA informou que a força do furacão diminuiu levemente no início da madrugada desta sexta-feira, sendo rebaixado para a categoria 3 na escala Saffir-Simpson, com ventos de no máximo 195 km/h. A tempestade se movia a 22 km/h no sentido noroeste.
Os ventos fortes chegaram a Vero Beach, localizada entre o oeste de Palm Beach e o Cabo Canaveral, derrubando árvores e marquises, com ondas fortes atingindo a praia. A população de Miami e Fort Lauderdale, que soma 4,4 milhoes de pessoas, foi poupada dos piores efeitos do furacão.
RC/ap/dpa/afp/rtr
Desastres naturais vistos do espaço
Como os satélites veem a Terra? E o que eles descobrem sobre os acontecimentos na superfície do planeta? Confira fotos impressionantes de catástrofes naturais observadas da órbita terrestre.
Foto: NASA
Gigante acordado
De densas cinzas a nuvens de água congelada, fenômenos naturais podem ser examinados do espaço sideral. A Estação Espacial Internacional estava passando sobre o vulcão Sarychev, localizado nas ilhas Kuril, na Rússia, quando ele entrou em erupção em 2009. Aproveitando uma brecha entre as nuvens, os astronautas puderam tirar esta foto.
Foto: NASA
Lago evaporado
Diariamente, satélites de observação, como o Proba-V da Agência Espacial Europeia, coletam imagens que permitem rastrear as mudanças ambientais ao longo do tempo. Estas fotos tiradas em abril de 2014, julho de 2015 e janeiro de 2016 (da esq. para dir.) fornecem uma visão clara da evaporação gradual do lago Poopó, em parte devido às mudanças climáticas. Ele já foi o segundo maior lago da Bolívia.
Foto: ESA/Belspo
Não brinque com fogo
Todos os anos, incêndios florestais destroem paisagens e ecossistemas ao redor do planeta. Muitas vezes, eles são causados por seres humanos. Esse também foi o caso na Indonésia, onde agricultores fizeram queimadas na floresta de turfa. Na Islândia, Bornéu e Sumatra, satélites detectaram focos de incêndio em setembro de 2015, e a coluna de fumaça cinza provocou alertas de qualidade do ar.
Foto: NASA/J. Schmaltz
Chuvas torrenciais
Em 2013, choveu tanto que alguns rios da Europa Central transbordaram. Como se pode ver nesta imagem de 2013, o rio Elba rompeu as suas margens após chuvas sem precedentes. Na foto, a água enlameada cobre a área em torno da cidade de Wittenberg, no estado alemão da Saxônia-Anhalt.
Foto: NASA/J. Allen
No olho do furacão
Uma forte tempestade pode causar danos irreparáveis através de ventos intensos e chuvas torrenciais que vêm do mar. Informações obtidas do espaço são cruciais para acompanhar o desenvolvimento de tormentas: intensidade, direção, velocidade do vento. No Pacífico leste, próximo à costa mexicana, esta imagem ajudou a prever que o furacão Sandra alcançaria ventos de 160 km/h em novembro de 2015.
Foto: NASA/J. Schmaltz
Derretimento de geleiras
Satélites também desempenham importante papel no monitoramento das mudanças climáticas e, inevitavelmente, do processo de degelo. Do espaço, cientistas puderam documentar a diminuição de geleiras ao redor do mundo, como também a subsequente elevação do nível dos oceanos. Esta foto feita pela Estação Espacial Internacional mostra o recuo da geleira Upsala, na Patagônia argentina, de 2002 a 2013.
Foto: NASA
Prenda a respiração
Em setembro de 2015, satélites proporcionaram esta vista impressionante de regiões povoadas no Oriente Médio envoltas numa tempestade de areia ou "haboob". Aliadas às informações de sensores de qualidade de ar no solo, observações de satélites espaciais ajudam a entender os padrões de início e desenvolvimento de uma tempestade. Essas constatações melhoram os métodos de previsão.
Foto: NASA/J. Schmaltz
Montanha nua
Essas foram as palavras usadas pela Nasa para descrever a falta de neve no Monte Shasta, na Califórnia, uma fonte crucial de água para a região. Imagens que vêm documentando a estiagem ao longo dos últimos anos têm mostrado montanhas marrons que deveriam ser brancas, e terra onde se procura água. Com o degelo, a seca aumenta.