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Fusão Porsche-VW

7 de maio de 2009

A Porsche desistiu dos planos de assumir o controle da VW, decidindo-se por uma fusão com a tradicional montadora de Wolfsburg. Nova empresa deverá tornar-se líder mundial do mercado de automóveis, preveem especialistas.

Porsche decidiu-se por 'empresa integrada' com VWFoto: picture-alliance/ dpa

Três anos e meio após iniciar sua participação acionária na Volkswagen, a Porsche desistiu dos planos de assumir o controle da maior montadora europeia. Reunidas nesta quarta-feira (06/05) em Salzburgo, as famílias Porsche e Piëch, proprietárias da fabricante de automóveis de luxo de Stuttgart, decidiram-se pela fusão das duas empresas.

A nova "empresa automotiva integrada" que resultará dessa fusão será responsável por pelo menos dez marcas autônomas, entre elas Volkswagen, Porsche, Scania, Seat e Audi. A estrutura da nova empresa deverá ser negociada nas próximas semanas. Ainda não está claro se o grupo integrado será dirigido a partir de Wolfsburg ou de Stuttgart.

A Porsche detém, no momento, 51% de participação acionária na VW e se esforçava para aumentar essa participação para 75%. A compra de ações, no entanto, levou a montadora de Stuttgart a assumir dívidas bilionárias. Para o especialista do setor automobilístico, Ferdinand Dudenhöffer, tanto a Porsche como a VW deverão lucrar com a fusão.

"Não existe mais um rei neste grupo"

Para a Porsche, essa poderá ser a solução de seus problemas financeiros. A compra de 51% das ações da VW custou à Porsche até agora 23 bilhões de euros. Até final de janeiro último, a dívida líquida somava 9 bilhões de euros. Altos juros recaem sobre essa quantia. Além disso, a crise global do mercado automotivo aumentou a pressão sobre as finanças da montadora de carros esportivos.

Através da formação de uma empresa integrada com a Porsche, a Volkswagen, por sua vez, recebe impulso para uma maior rentabilidade. Além disso, os planos a longo prazo de ultrapassar a Toyota, líder mundial do mercado, podem se tornar realidade mais rapidamente, afirmou o especialista.

Segundo observadores, houve nos últimos meses grandes diferenças entre o presidente do conselho de administração da VW, Ferdinand Piëch, e seu primo, Wolfgang Porsche, que ocupa o mesmo cargo na Porsche. Para Dudenhöffer, a decisão de fusão deverá trazer mais paz para ambos os fabricantes.

Todas as partes interessadas deverão aprender, agora, a ter o mesmo direito de voz dentro de uma coalizão. "Não existe mais um rei neste grupo", afirmou Dudenhöffer – mesmo que o poder tenha inclinado mais para o lado da VW, em Wolfsburg, acresceu.

Definição da estrutura da nova empresa

Ferdinand Piëch e Wolfgang PorscheFoto: picture-alliance/ dpa

Nas próximas semanas, a Porsche e VW pretendem definir a estrutura da nova empresa, juntamente com os conselhos de empresa (que representam os trabalhadores) e com o estado alemão da Baixa Saxônia, que é o segundo maior acionista da Volkswagen, com 20% de participação acionária.

O peso da participação da Baixa Saxônia na nova empresa integrada ainda não está definido. Tanto o governador da Baixa Saxônia, Christian Wulff, como o chefe do conselho de empresa da VW, Bernd Osterloh, mostraram-se dispostos a negociações.

Em entrevista à emissora ZDF, nesta quinta-feira, o especialista do Instituto de Economia Automobilística (IFA) Willi Diez declarou que a fusão da Porsche com VW deverá levá-las à liderança mundial do mercado. Diez afirmou não temer uma redução drástica de postos de trabalho, pois a VW estaria em "ritmo de crescimento". No entanto, ele disse não esperar que a Porsche desenvolva novos modelos nos próximos anos.

Quanto à central da nova empresa integrada, Diez aguarda uma luta interna de poder nas próximas semanas. Ele afirmou que há vários indícios de que a sede do novo grupo será em Wolfsburg.

CA/reuters/dpa

Revisão: Alexandre Schossler

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