Futebol feminino alemão na final
7 de outubro de 2003Os Estados Unidos foram a grande prova de fogo para as alemãs. A seleção americana chegou de forma impecável até a semifinal da Copa do Mundo, no estádio PGE Park de Portland (Estado de Oregon), no domingo. Tudo parecia indicar que os EUA conseguiriam defender o título mundial conquistado há quatro anos. Mas a marcha americana foi contida pelo futebol técnico e disciplinado das alemãs, para a decepção do público local de mais de 27 mil espectadores.
A vitória alemã começou com o gol de Kerstin Garefreekes aos 15 minutos do primeiro tempo. No segundo tempo, o placar foi consolidado com os gols de Maren Meinert e Birgit Prinz. O resultado final de 3 a 0 não constituiu nenhuma surpresa para a treinadora da equipe alemã, Tina Theune-Meyer: "Nunca me passou pela cabeça que poderíamos perder esta semifinal. Sempre fomos mais rápidas que as americanas nas jogadas."
Futebol escandinavo
A segunda semifinal da Copa do Mundo foi decidida pouco depois em Portland, na partida entre a Suécia e o Canadá. A seleção sueca venceu a equipe canadense por 2 a 1. Com isto, Estados Unidos e Canadá disputarão o terceiro lugar no próximo sábado, enquanto que as seleções da Alemanha e da Suécia disputam o título mundial na partida de domingo.
Para o futebol feminino da Alemanha está será a segunda final numa Copa do Mundo. Há oito anos, as jogadoras alemãs perderam o título para uma equipe escandinava, a da Noruega. Agora, as adversárias escandinavas vêm da Suécia. Mas as duas equipes são velhas conhecidas: há dois anos, disputaram a final da Eurocopa de futebol feminino. A decisão a favor da Alemanha veio na prorrogação, com a morte súbita: a autora do "gol de ouro" foi a alemã Claudia Müller.
Goleira sensacional
À parte das três artilheiras, a festa alemã na partida de domingo foi atribuída também à goleira Silke Rottenberg, que teve atuação sensacional. Ao contrário do que ocorrera nos quatro jogos anteriores desta Copa do Mundo, Rottenberg teve muito o que fazer para conter os ataques adversários. E brilhou. "Hoje, eu finalmente tive trabalho e pude retribuir um pouco os esforços da equipe", afirmou a goleira.
Ela foi elogiada até mesmo pela treinadora dos Estados Unidos, April Heinrichs: "Rottenberg foi sensacional e impediu que pudéssemos igualar o placar." Apesar da derrota, Heinrichs não culpou suas jogadoras: "Tentamos tudo e lutamos com muita garra. Mas isto não foi suficiente."
Final antecipada
Para muitos observadores da partida, o jogo entre Alemanha e Estados Unidos – as duas melhores equipes desta Copa do Mundo – foi uma "final antecipada". Para Siegfried Dietrich, diretor do time campeão no futebol feminino da Alemanha, o 1º FFC Frankfurt, o resultado da partida pode ser avaliado como um triunfo da Bundesliga alemã sobre a WUSA americana.
A treinadora da seleção alemã, Tina Theune-Meyer, foi mais modesta na sua análise: "Foram dois adversários do mesmo nível. Mas nós fizemos os gols e é isto o que conta."