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Futuro chanceler alemão defende vacinação obrigatória

30 de novembro de 2021

Olaf Scholz culpou os não vacinados pela atual crise e disse que o Parlamento deve decidir sobre a obrigatoriedade da vacina. Governo avalia impor limites aos não vacinados e retomar proibição de público nos estádios.

Futuro chanceler alemão Olaf Scholz disse que apoiará no Parlamento a vacinação obrigatória
Futuro chanceler alemão Olaf Scholz disse que apoiará no Parlamento a vacinação obrigatóriaFoto: Michael Kappeler/dpa/picture alliance

O futuro chanceler federal da Alemanha Olaf Scholz, juntamente com a atual ocupante do cargo, Angela Merkel, e os governadores dos 16 estados do país, debateram em videoconferência a atual situação da pandemia de covid-19 no país e quais medidas devem ser tomadas nos próximos dias para conter o coronavírus.

A quarta onda da doença atingiu o país com força nas últimas semanas, gerando uma sobrecarga no sistema de saúde.

A Alemanha vive um preocupante aumento das infecções, com recordes sucessivos nas contagens diárias de novos casos da doença.

O percentual de pessoas vacinadas no país estacionou há dias em torno de 68%, ainda bem abaixo da meta do governo de 75% da população.

Os imunizantes enfrentam a resistência de uma parte significativa da população, apesar dos esforços do governo e das agências de saúde para que as pessoas aceitem ser vacinadas.

Nesta terça-feira (30/11), Scholz se pronunciou a favor de uma vacinação obrigatória geral e culpou os não vacinados pelo agravamento da crise sanitária.

Em entrevista ao jornal Bild, Scholz defendeu que as medidas a serem tomadas sejam apreciadas pelos membros do Bundestag (Parlamento). Eles devem decidir até o final do ano sobre a obrigatoriedade da vacinação para toda a população, em meio a uma pressão cada vez maior para que a parcela ainda não vacinada aceite receber as doses contra o coronavírus.

"A culpa é dos não vacinados"

“O que precisamos é de um processo legislativo no qual cada membro vote sobre a obrigatoriedade da vacinação de acordo com sua própria consciência”, afirmou Scholz.

“Minha proposta é que não ajamos como governo, por se tratar de uma questão de consciência. Dessa forma, cabe aos parlamentares apresentarem um projeto de lei, ou projetos de lei diferentes com regulamentações precisas.”

“Acho que o melhor caminho é que tudo o que é imediatamente necessário dentro processo legislativo seja preparado a partir de agora” disse Scholz. “Pessoas que necessitam de proteção especial, [os profissionais que trabalham] em casas de repouso, têm de ser vacinados já.”

O provável novo chanceler disse que, em sua opinião, a população poderá estar totalmente vacinada no início de fevereiro ou março.

Ao ser questionado sobre possíveis punições para os não vacinados, ele afirmou tais medidas podem ser acrescentadas aos projetos de lei.

Em sua opinião, a situação atual da pandemia na Alemanha é culpa dos não vacinados. “O fato de tantas pessoas que não tomarem a vacina é o motivo pelo qual temos hoje um problema em todo o país”. Dessa forma, segundo diz, são as pessoas vacinadas que têm de lidar com restrições.

“Não se pode observar isso de maneira insensível. Se tivéssemos um índice de vacinação mais alto, estaríamos em situação bem diferente”, concluiu.

Novas restrições em perspectiva

A vacinação obrigatória poderá estar em vigor, segundo Scholz, "no início de fevereiro ou março. Por isso, devemos agir rápido a partir de agora”.

O Partido Social-Democrata (SPD) de Scholz – vencedor das eleições gerais de setembro – finalizou o acordo de coalizão com o Partido Verde e os Liberais Democratas, mas a aprovação final para o novo governo depende da chancela individual de cada legenda, o que deve ocorrer nos próximos dias.

Scholz, Merkel e os governadores decidirão nesta quinta-feira quais medidas serão adotadas para lidar com a atual crise sanitária. Vários estados reimpuseram restrições segundo seus próprios critérios, mas especialistas e políticos vêm pressionando para uma ação federal coordenada para enfrentar a crise.

Entre as decisões, deverá estar a imposição de restrições de contato e de acesso ao comércio para as pessoas não vacinadas, com a exigência de comprovantes de vacinação ou de recuperação da doença nas lojas não essenciais, além de restrições em eventos de grande porte.

Os estádios de futebol terão suas capacidades de público limitadas. Entretanto, o governador da Baviera, Markus Söder, já anunciou que em seu estado não será permitida a presença de torcedores pelo menos até o final do ano. É possível que o mesmo ocorra nas outras regiões do país.

O porta-voz do governo Steffen Seibert afirmou que uma proposta para impor a vacinação obrigatória já estaria sendo elaborada. Essa medida já foi adotada pela Áustria, e passará a valer no país vizinho a partir de fevereiro.

Comitê de especialistas contra a covid

Seibert confirmou que o comitê permanente de especialistas sobre a pandemia, que fora anunciado por Scholz, será liderado pelo major-general Carsten Breuer, que desde 2018 chefia o comando de tarefas territoriais da Bundeswehr, as Forças Armadas da Alemanha. Esse comando é responsável pela cooperação entre as forças militares e organizações civis.

Nesta terça-feira, o índice de infecções em um período de sete dias diminuiu pela primeira vez em três semanas, com 452,2 casos por 100 mil habitantes. Ainda assim, esse número é somente um pouco menor do que o recorde registrado nesta segunda-feira, de 452,4.

O Instituto Robert Koch (RKI), a agência de controle e prevenção de doenças do país, registrou 42,753 casos nas últimas 24 horas, com 388 mortes, o que eleva o total na Alemanha para 101,344.

rc (AP, AFP, Reuters, ots)

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