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Foco na Grécia

3 de novembro de 2011

Crise financeira e política na Grécia preocupa líderes das principais economias do mundo. Durante encontro em Cannes, países aprovam entrada da Rússia na Organização Mundial do Comércio.

Obama defende maior participação do BCE no resgate do euro
Obama defende maior participação do BCE no resgate do euroFoto: dapd

A instabilidade econômica da Grécia e o agravamento da crise política em Atenas nesta quinta-feira (03/11) foram o tema central no primeiro dia do encontro de cúpula do G20, em Cannes.

Líderes da China, da Rússia e dos Estados Unidos pressionaram os colegas europeus a serem mais ágeis para conter a crise da dívida no bloco. "O mais importante aspecto da nossa tarefa nos próximos dias é resolver a crise financeira na Europa", afirmou o presidente norte-americano, Barack Obama.

"Não se trata da estabilidade da zona do euro, mas sim da estabilidade do sistema financeiro mundial", ressaltou o chefe da maior economia do mundo, que se reuniu em separado com a chanceler federal alemã, Angela Merkel, e com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, antes do início da cúpula.

Obama pretende convencer a Alemanha a permitir que o Banco Central Europeu (BCE) desempenhe um papel mais importante no resgate das economias do bloco, o que encontra resistência por parte de Merkel. Em sua conversa com Merkel, Obama ressaltou o papel desempenhado pelo Federal Reserve, o Banco Central dos EUA, no estímulo à economia do seu país.

A situação na Grécia acabou desviando o foco do encontro dos líderes das 20 maiores economias do mundo, cujo objetivo é tratar da reforma do sistema monetário global, dos caminhos para frear o fluxo de capital especulativo e da regulação do mercado de commodities.

Houve ainda especulações de que alguns integrantes da zona do euro com problemas financeiros, como a Itália, poderiam recorrer a linhas de "crédito de precaução" do Fundo Monetário Internacional (FMI), apoiados por financiamentos da China e de outros países emergentes.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o presidente russo, Dimitri Medvedev, disseram que seus países poderiam ajudar a reforçar as reservas do FMI – uma opção que os EUA haviam descartado no encontro de ministros das Finanças do G20 em meados de outubro passado.

Rússia na OMC

Uma das decisões do encontro da cúpula do G20 é a entrada da Rússia como membro da Organização Mundial do Comércio (OMC) até o fim deste ano, segundo constará no documento final do encontro. O pedido para ingressar na instituição foi apresentado pelos russos há 17 anos. No entanto, ele vinha sendo bloqueado pela Geórgia por causa do conflito armado com a Rússia na luta separatista envolvendo a Abkhásia e a Ossétia do Sul.

Papandreou sob pressãoFoto: dapd

Os últimos obstáculos para a adesão à OMC, no entanto, foram removidos em outubro passado numa reunião entre a Rússia e a UE. O país é o terceiro maior parceiro comercial do bloco europeu, atrás apenas dos EUA e da China. A UE, por sua vez, responde por 75% dos investimentos estrangeiros na Rússia.

Taxa sobre transações financeiras

Os líderes do G20 debatem em grupos separados os planos de ação para ampliar o crescimento e a taxa de ocupação. Também a discussão de uma série de medidas para um melhor controle dos mercados financeiros, para a redução de barreiras comerciais e a flexibilização do sistema monetário global estão em pauta. Especialmente no foco dos países em desenvolvimento estão medidas para aumentar a segurança alimentar e das matérias-primas.

A implantação de uma taxa global de transações financeiras, ferrenhamente defendida por Sarkozy, foi rechaçada na cúpula, devido principalmente à resistência dos Estados Unidos. Os participantes da cúpula dedicaram apenas uma frase sobre o assunto no comunicado final, em que "reconhecem a iniciativa pela implantação da taxa sobre transações financeiras por parte de alguns Estados-membros".

MSB/dpa/ap/rte/dw
Revisão: Roselaine Wandscheer

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