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G20 se opõe à guerra cambial, mas não chega a acordo sobre dívidas

16 de fevereiro de 2013

Em Moscou, países do G20 concordam em não desvalorizar moedas, evitando uma guerra cambial. Membros não estabeleceram metas quanto à redução das dívidas. Prazo fechado anteriormente vence na próxima cúpula, em setembro.

Foto: Yuri Kadobnov/AFP/Getty Images

Os ministros das Finanças das principais economias do mundo (G20) declararam neste sábado (16/02), durante encontro em Moscou, na Rússia, que os países não vão realizar a chamada guerra cambial, que é a desvalorização das moedas para se tornarem mais competitivos. Além disso, eles adiaram os planos de estabelecer novos objetivos quanto à redução da dívida, num indício de preocupação pelo frágil estado da economia mundial.

"As cotações cambiais devem ser moldadas livremente", frisou o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble. De acordo com o comunicado do G20, a política monetária de um país deve se basear na estabilidade de preços do mercado interno, como também na estimulação do crescimento econômico. Além disso, "deve-se resistir a todas as formas de protecionismo e manter o mercado aberto".

O contexto é a preocupação quanto à guerra cambial. Recentemente o mercado financeiro mostrou apreensão em relação à desvalorização da moeda japonesa, o yen. O país é acusado de pressionar artificialmente a taxa de câmbio para incentivar as exportações e, desta forma, a economia interna. Mesmo assim, Tóquio escapou das críticas diretas sobre a sua política monetária no comunicado feito pelo G20.

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, disse que no FMI "pensamos que falar de guerra cambial é exagerado." Na reunião do G20, "as pessoas realmente falaram sobre suas preocupações cambiais", disse ela em comunicado. "A boa notícia é que o G20 respondeu hoje com cooperação em vez de conflito."

Ministros das Finanças e chefes dos Bancos Centrais dos países do G20 reunidos em MoscouFoto: Reuters

Planos para reduzir a dívida são adiados

O comunicado final do encontro de ministros do G20 incluiu o compromisso em adotar uma estratégia fiscal plausível a médio prazo, mas não chega a estabelecer metas concretas quanto à redução das dívidas dos membros do grupo.

O acordo de redução da dívida firmado em 2010, em Toronto, Canadá, vai expirar neste ano se os líderes mundiais não estendê-lo na próxima cúpula do G20, que vai ocorrer em setembro em São Petersburgo, Rússia.

O comissário europeu para Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, adiantou esperar que os objetivos concretos da dívida sejam fechados na reunião de setembro. "Temos uma visão comum sobre a necessidade de ter um plano plausível a médio prazo para a consolidação fiscal, que também é essencial para que tenhamos bases para um crescimento sustentável", frisou.

Os Estados Unidos disseram que estão a caminho de cumprir o acordo fechado em Toronto, mas sustentam que o ritmo de consolidação fiscal futura não deve afetar a demanda. Alemanha e outros países estão pressionando com vista a uma nova rodada de redução das metas de endividamento.

FC/dpa/rtr/apd/afp
Revisão: Carlos Albuquerque

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