G7 diz que adesão da Ucrânia à Otan é caminho "irreversível"
19 de outubro de 2024
Ministros da Defesa do grupo reforçaram suporte aos ucranianos e pediram maior assistência humanitária em Gaza e liberação de reféns. Encontro acontece em meio a nova escalada nos conflitos.
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Os ministros da Defesa das potências que formam o G7 disseram apoiar o caminho "irreversível" da adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em um comunicado conjunto publicado neste sábado (19/10). Os representantes de Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Itália, Reino Unido e Japão também expressaram preocupação com os ataques sofridos pela Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil) e pediram maior assistência humanitária na Faixa de Gaza.
O texto é resultado de uma reunião dos ministros da Defesa do grupo, que aconteceu em meio a um novo avanço russo na Ucrânia. Na noite passada, Moscou lançou um ataque aéreo que durou mais de três horas sobre a capital ucraniana. Os sistemas antiaéreos de Kiev interceptaram os drones, mas uma pessoa ficou ferida.
Na declaração final, o G7 apoiou o caminho "irreversível da Ucrânia para a integração euro-atlântica completa, incluindo a adesão à Otan". "O futuro da Ucrânia é na Otan", diz o texto.
O grupo também ofereceu solidariedade "incondicional" à Ucrânia na guerra contra a Rússia. "Reafirmamos nossa intenção de continuar oferecendo assistência à Ucrânia, incluindo assistência militar, a curto e longo prazo", completa o texto.
Neste sábado, a Rússia voltou a dizer que a entrada da Ucrânia na Otan eliminaria as chances de uma solução pacífica para o conflito. As declarações foram feitas após a divulgação do "plano de vitória" ucraniano, que inclui a adesão ao tratado.
G7 quer assistência humanitária em Gaza e "solução de dois Estados"
O dia também ficou marcado por uma nova escalada do conflito entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah, tomado como organização terrorista por países como os Estados Unidos.
No comunicado, os ministros de defesa do G7 ainda pediram "um aumento significativo e duradouro" da assistência humanitária à Faixa de Gaza, devastada por uma grave crise alimentar devido ao conflito entre o grupo extremista palestino Hamas, também considerado como organização terrorista por Estados Unidos e União Europeia, e Israel.
"Os países do G7 estão unidos para apoiar a necessidade de um cessar-fogo imediato em Gaza, a libertação de todos os reféns, um aumento significativo e duradouro dos fluxos de ajuda humanitária por toda a Faixa de Gaza e um caminho sustentável para uma solução de dois Estados", afirma o texto.
G7 pede que Irã deixe de apoiar Hamas e Hezbollah
Os ministros da Defesa ainda pediram que o Irã pare de apoiar o Hamas, o Hezbollah e os rebeldes houthi no Iêmen, que mantêm frentes separadas contra Israel.
O G7 "insta o Irã a abster-se de fornecer apoio ao Hamas, ao Hezbollah, aos houthis e a outros atores não estatais, bem como de tomar qualquer medida adicional que possa desestabilizar a região e desencadear um processo de escalada descontrolada", disseram os chefes das pastas.
Mais cedo, Netanyahu chegou a acusar o Irã de tentar assassiná-lo com o ataque a drone que atingiu sua casa.
Os chefes das pastas também discutiram as atividades militares da China em torno de Taiwan e o aumento das tensões na fronteira entre as Coreias do Norte e do Sul.
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Grupo vê quadro de segurança global "deteriorado"
O ministro da Defesa da Itália, Guido Crosetto, que sediou a reunião na cidade de Nápoles, disse que o G7 não poderia resolver sozinho as tensões globais, mas deveria estimular uma ação mais ampla na comunidade internacional. Representantes da OTAN, da União Europeia e o ministro da Defesa da Ucrânia, Rustem Umerov, também participaram das conversas.
Em seu discurso inicial, Crosetto alertou sobre o "deteriorado quadro de segurança" global e disse que as previsões de curto prazo para a resolução de conflitos "não são positivas". Ele destacou que as tensões são alimentadas pelo confronto entre "duas visões diferentes e talvez incompatíveis do mundo".
O mês de outubro em imagens
O mês de outubro em imagens
Foto: Tomer Neuberg/Xinhua/dpa/picture alliance
Casa de Benjamin Netanyahu é alvo de ataque de drone
Israel confirmou que um drone que atingiu a cidade costeria de Cesareia tinha como alvo a residência de férias do premiê Benjamin Netanyahu, mas ninguém se feriu. O primeiro-ministro acusou o Irã e o grupo xiita libanês Hezbolah de tentar assassiná-lo, e disse que o país e seus aliados pagarão "um preço alto" pelo ataque. (19/10)
Foto: Ariel Schalit/picture alliance/AP
Biden faz última visita à Alemanha em seu governo
O presidente dos EUA, Joe Biden, se encontrou com o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, no que deve ser a última visita do americano à Alemanha em seu governo. Em um comunicado, os líderes reiteraram o apoio à Ucrânia e discutiram nova rodada de assistência econômica e humanitária ao país. (18/10)
Em abril de 2022, a russa Masha Moskaleva, de 12 anos, fez na escola um desenho em oposição à guerra na Ucrânia. Isso alertou as autoridades contra seu pai solo. Nas redes sociais, ele teria "desacreditado" o Exército, sendo levado a julgamento. Agora Alexei Moskalyov finalmente saiu da cruel colônia penal onde passou 22 meses. Ativistas acusam repressão como na época soviética. (16/10)
Foto: Maria Moskaleva
Coreia do Norte explode estradas que conectam a Seul
Segundo informações divulgadas pelo Exército sul-coreano, Pyongyang "detonou partes das estradas de Gyeongui e Donghae ao norte da Linha de Demarcação Militar". Seul reagiu com o disparo de tiros de advertência. Essas estradas são consideradas simbólicas na ligação de dois países separados desde a Guerra da Coreia, no início dos anos 50. (15/10)
Foto: Lee Sang-hoon/Matrix Images/picture alliance
Nobel de Economia premia estudo sobre prosperidade de nações
A Real Academia Sueca de Ciências em Estocolmo concedeu o Prêmio Nobel de Economia de 2024 a um trio de pesquisadores baseados nos Estados Unidos. O turco-americano Daron Acemoglu e os britânico-americanos Simon Johnson e James A. Robinson foram escolhidos por suas pesquisas sobre as diferenças de prosperidade entre as nações. (14/10)
Foto: Christine Olsson/TT/picture alliance
Tanques israelenses invadem base da Unifil no Líbano
Missão de paz da ONU no Líbano relatou que dois tanques israelenses destruíram o portão principal e forçaram a entrada em uma base no sul do país. Secretário-geral da ONU diz que tais instalações "jamais devem ser alvos". "Ataques contra forças de paz são uma violação das leis internacionais e podem constituir crimes de guerra", criticou António Guterres. (13/10)
Foto: Thaier Al-Sudani/REUTERS
China anuncia novo pacote de estímulo à economia
China anuncia novo pacote de estímulo à economia com base em um aumento considerável em sua emissão de dívida pública, no intuito de apoiar governos regionais, cidadãos de baixa renda, mercado imobiliário e bancos estatais.A segunda maior economia do mundo enfrenta grandes pressões deflacionárias devido a uma forte desaceleração no mercado imobiliário e à queda na confiança do consumidor. (12/09)
Foto: Alex Plavevski/EPA
Organização antinuclear japonesa ganha Prêmio Nobel da Paz
A organização japonesa Nihon Hidankyo, fundada nos anos 1950 por sobreviventes de bombas atômicas, recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 2024 por sua atuação contra as armas nucleares. Segundo o comitê do Nobel, a entidade foi escolhida "por seus esforços para alcançar um mundo livre de armas nucleares e por demonstrar, por meio de testemunhas, que essas armas nunca mais devem ser usadas". (11/10)
A escritora sul-coreana Han Kang foi laureada com o Prêmio Nobel de Literatura, anunciou a Academia Sueca, em Estocolmo. Segundo a instituição, Han foi escolhida "por sua prosa poética intensa que confronta traumas históricos e expõe a fragilidade da vida humana." (10/10)
Foto: Alastair Grant/AP/dpa/picture alliance
Preparativos para chegada da supertempestade
A Agência Federal de Gestão de Emergências (Fema, na sigla em inglês) advertiu que o furacão Milton será "catastrófico e mortal" e pediu que os moradores usem as últimas horas antes da chegada da tempestade para deixar a área e, para aqueles que não conseguirem, que "busquem refúgios seguros imediatamente". A expectativa é que o furacão se torne o "mais devastador em 100 anos". (09/10)
Foto: JOE RAEDLE/Getty Images/AFP
Moraes determina desbloqueio do X após rede social cumprir exigências
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou o desbloqueio da rede social X no Brasil, após o cumprimento de várias exigências relacionadas a um processo no qual a empresa era acusada de disseminação de desinformação e discurso de ódio. O X pagou multas de R$ 28 milhões determinadas pelo STF pelo descumprimento de ordens judiciais. (08/10)
Foto: Jorge Silva/REUTERS
Um ano dos ataques do Hamas em Israel
Data marca primeiro aniversário dos ataques terroristas do grupo radical Hamas em solo israelense, que resultaram em cerca de 1.200 mortes, além de mais de 250 reféns levados pelo grupo islâmico para a Faixa de Gaza. Reação de Israel gerou ampla destruição e grave crise humanitária no enclave palestino. (07/10)
Foto: Jim Urquhart/AP Photo/picture alliance
Brasil vai às urnas para eleições municipais
Eleitores de 5.569 municípios do Brasil foram às urnas para escolher os prefeitos e vereadores que os representarão pelos próximos quatro anos. Em todo o país, com exceção do Distrito Federal, 155.912.680 de eleitores estavam aptos a votar. (06/10)
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Trump faz novo comício em local onde sofreu atentado
Com segurança reforçada, o ex-presidente dos EUA e candidato republicano à Casa Branca Donald Trump voltou a Butler, no estado da Pensilvânia, para liderar novo comício no local onde sofreu uma tentativa de assassinato em julho. Trump discursou ao lado do emresário Elon Musk no mesmo palco onde, em 13 de julho foi atingido de raspão na orelha direita por um tiro de fuzil. (05/10)
Foto: Jasper Colt/USA TODAY Network/IMAGO
Elefantes ficam presos após enchente na Tailândia
As enchentes no norte da Tailândia inundaram a cidade de Chiang Mai e o Elephant Nature Park, que abriga cerca de 3 mil animais resgatados. Conservacionistas fizeram uma força-tarefa para resgatar os animais, mas um elefante morreu afogado e outros 30 ainda estão desaparecidos. Segundo as autoridades,o rio Ping Rive atingiu seu maior nível da história. (04/10)
Foto: Thapanee Eadsrichai/REUTERS
Morre Cid Moreira, ícone do telejornalismo brasileiro
O apresentador Cid Moreira morreu aos 97 anos. Ele se tornou o rosto mais marcante do Jornal Nacional, da Rede Globo, e da televisão brasileira. Cid apresentou o JN por mais de 25 anos, liderando aproximadamente 8 mil edições do telejornal. Dono de uma voz grave, a partir do início dos anos 1990 dedicou-se também a gravar salmos bíblicos (03/10)
Foto: Leandro Chemalle/TheNews2/IMAGO
Israel proíbe entrada de secretário-geral da ONU no país
Ministro israelense do Exterior declara António Guterres "persona non grata" por não ter condenado ataque iraniano "de forma inequívoca". Guterres emitiu declaração com alerta sobre escalada do conflito no Oriente Médio. (02/10)
Foto: Richard Drew/AP Photo/picture alliance
Irã ataca Israel com mísseis balísticos
O Irã disparou cerca de 180 mísseis contra Israel, em retaliação ao acirramento da campanha do Estado judeu contra alvos apoiados pelo regime iraniano, como o grupo radical palestino Hamas e o libanês Hezbollah. Israel e EUA afirmaram ter abatido a maior parte dos disparos. Os estilhaços deixaram duas pessoas feridas, mas as promessas de represália sinalizam agravamento do conflito. (01/10)