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G7 pede que Rússia pressione Assad, mas rejeita sanções

11 de abril de 2017

Ministros das sete economias mais avançadas do mundo consideram que Moscou pode exercer papel importante no processo de paz na Síria. Grupo concorda que líder sírio deve deixar o poder para que guerra chegue ao fim.

Ministro do G7 reunidos na Toscana
Ministros do G7 pedem que Moscou mude de atitude em relação a Assad para que seja possível pôr fim ao conflito na SíriaFoto: Reuters/M. Rossi

Os países do G7 instaram a Rússia nesta terça-feira (11/04) a pressionar o governo da Síria a pôr fim aos seis anos de guerra civil no país, mas rejeitaram o pedido do Reino Unido de impor novas sanções a Moscou em razão de seu apoio ao presidente sírio, Bashar al-Assad.

Os ministros das Relações Exteriores das sete economias mais avançadas do mundo – EUA, Alemanha, França, Japão, Canadá, Itália e Reino Unido – afirmaram que Moscou deve mudar de atitude em relação a Assad para que haja esperança de encerrar o conflito. A guerra civil desestabilizou o Oriente Médio, levando milhões de pessoas a fugirem do país e agravando as relações entre a Rússia e o Ocidente.

"A Rússia pode tomar parte nesse futuro e desempenhar um papel importante", afirmou o secretário de Estado americano, Rex Tillerson. A outra opção, segundo o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, seria manter a aliança com a Síria, Irã e com o grupo Hisbolá, "que acreditamos não servir aos interesses em longo prazo da Rússia".

Após a reunião dos ministros do G7, Tillerson partiu diretamente para Moscou, onde deve se reunir com o ministro russo do Exterior, Sergei Lavrov. O americano leva consigo as esperanças do grupo das sete nações de um novo começo para a Síria, ainda que com poucas propostas concretas para que isso venha a ocorrer.

G7 rejeita novas sanções contra Rússia

O G7 culpa o regime de Assad pelo ataque com armas químicas que matou mais de 80 pessoas na Síria na semana passada. Os ministros, reunidos na região da Toscana, na Itália, apoiaram amplamente a resposta de Washington, que lançou mísseis contra a base aérea síria de onde teria partido o ataque químico.

O ministro italiano do Exterior, Angelino Alfano, disse após o encontro que não houve consenso entre os países do G7 para a imposição de novas sanções à Rússia devido ao seu apoio ao regime sírio. A proposta foi apresentada durante a reunião pelo ministro do Exterior britânico, Boris Johnson.

Alfano disse que seria um erro isolar a Rússia. "A posição do G7 é muito clara: apoiar as sanções existentes", impostas em razão das atividades militares russas na Ucrânia. Ele considera fundamental que Moscou facilite, juntamente com a comunidade internacional, uma transição política na Síria que possibilite derrotar o grupo extremista "Estado Islâmico" (EI).

"Uma derrota duradoura do Daesh (acrônimo em árabe para o EI) não pode ser alcançada sem um processo político que leve a uma transição [na Síria]", afirmou o ministro italiano. "Há agora uma janela de oportunidade para envolver seriamente a Rússia no relançamento do processo político", observou.

Fim do regime Assad

Os ministros do G7 concordam que Assad deve deixar o poder, mas não chegaram a um acordo sobre como e quando isso deverá ocorrer. "Está claro para todos nós que o reinado da família Assad está chegando ao fim", disse Tillerson.

Os europeus, entretanto, buscam aprender as lições tiradas da queda do ex-ditador da Líbia Muammar Kadafi, apoiada internacionalmente e que acabou levando o país ao caos e resultando numa série de disputas de poder entre facções rivais.

Os países do G7 ainda tentam compreender a política americana para a Síria. O objetivo inicial do governo do presidente americano, Donald Trump, era derrotar o EI no país árabe. Entretanto, o ataque químico atribuído ao regime sírio fez com que a Casa Branca mudasse seu posicionamento.

As incertezas persistiram durante a reunião dos ministros, e Tillerson manteve encontros paralelos com representantes de Turquia, Jordânia, Arábia Saudita e Emirados Árabes. Washington espera que os poderes regionais possam contribuir no reforço da segurança e para a estabilidade na Síria uma vez que o EI seja derrotado. 

Coreia do Norte

Apesar de o encontro ter sido dominado pela questão da Síria, os diplomatas discutiram ainda o problema da Coreia do Norte, enquanto uma frota naval americana se dirige à Península da Coreia, numa demonstração de força contra testes de mísseis balísticos de Pyongyang.

O regime norte-coreano se diz pronto para reagir a "qualquer forma de guerra planejada por Washington", segundo nota publicada pela agência de notícias estatal KCNA nesta terça-feira.

O G7 instou o país a cessar as "ações provocativas e desestabilizadoras" e a abandonar seu programa nuclear.

RC/ap/lusa

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