G7 reitera apoio à Ucrânia após ataques russos contra civis
11 de outubro de 2022
Líderes do G7 afirmam que pretendem apoiar a Ucrânia "pelo tempo que for necessário" e que Kiev tem "direito legítimo" de se defender contra a agressão da Rússia e recuperar o controle total de seu território.
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Líderes do G7 afirmaram que pretendem apoiar a Ucrânia "pelo tempo que for necessário" e que Kiev tem o direito legítimo de se defender contra a agressão da Rússia e recuperar o controle total de seu território.
Líderes do G7 afirmaram nesta terça-feira (11/10) que pretendem apoiar a Ucrânia "pelo tempo que for necessário" e que continuarão a prestar assistência militar e humanitária a Kiev.
A declaração foi divulgada após uma reunião virtual do grupo, um dia após a Rússia ter lançando mísseis contra alvos civis em diversas cidades ucranianas. Pelo menos 19 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nos ataques russos de segunda-feira.
Os líderes condenaram as novas ações russas. "Continuaremos a fornecer apoio financeiro, humanitário, militar, diplomático e legal e permaneceremos firmes com a Ucrânia pelo tempo que for necessário", disse o G7 em comunicado. A reunião contou com a participação de Joe Biden (Estados Unidos), Liz Truss (Reino Unido), Fumio Kishida (Japão), Mario Draghi (Itália), Justin Trudeau (Canadá), Emmanuel Macron (França) e Olaf Scholz (Alemanha).
"Nós garantimos ao presidente (da Ucrânia) Volodimir Zelenski que permanecemos inabaláveis e firmes em nosso compromisso para providenciar o apoio que a Ucrânia precisa para defender sua soberania e integridade territorial", prosseguiu o comunicado.
O G7 também condenou as recentes tentativas de Putin de anexar quatro regiões da Ucrânia com referendos de fachada. "A Ucrânia tem o direito legítimo de se defender contra a agressão da Rússia e recuperar o controle total de seu território dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas."
O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, também participou do encontro e pediu aos líderes aliados que forneçam capacidade de defesa aérea suficiente para deter a Rússia. Falando um dia depois que mísseis caíram sobre cidades ucranianas, incluindo a capital Kiev, Zelenski pediu novas e duras sanções a Moscou e novamente descartou conversas com o presidente russo, Vladimir Putin.
O líder ucraniano também pediu ao G7 que apoie uma missão internacional na fronteira Ucrânia-Belarus. Na segunda-feira, o líder bielorrusso Alexander Lukashenko - um aliado de Putin - disse que Belarus e a Rússia formarão uma força-tarefa militar conjunta em resposta ao que chamou de agravamento da tensão nas fronteiras ocidentais do país.
Paralelamente, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse nesta terça-feira que a aliança militar também continuará apoiando a Ucrânia.
Em uma entrevista coletiva, Stoltenberg sugeriu que a Otan precisava produzir mais armas, já que os suprimentos estão acabando devido à guerra. A Otan está travando discussões com os países-membros e empresas de defesa, disse ele.
Após ameaças indiretas de Putin, Stoltenberg disse que a aliança está monitorando de perto as forças nucleares da Rússia, mas não viu nenhuma mudança em sua postura.
Ele acrescentou que qualquer ataque à infraestrutura considerada crítica para a Otan desencadearia uma "resposta unida e determinada".
jps (dpa, AFP, Reuters)
Ataques da Rússia a alvos civis na Ucrânia
Vladimir Putin nega que o exército russo esteja atacando alvos civis na guerra na Ucrânia. Mas os fatos o contradizem, como mostra esta galeria de fotos, que nem de longe abrange todos os ataques russos.
Foto: Maksim Levin/REUTERS
Mais de 5.500 civis mortos
O presidente russo, Vladimir Putin, declarou no fim de junho: "O exército russo não está atacando alvos civis". Observadores independentes discordam: de acordo com dados da ONU, mais de 5.500 civis morreram na Ucrânia desde o início da guerra e mais de 7.800 ficaram feridos como resultado de ataques russos. Na foto, um centro comercial destruído em Kremenchuk, 27/06/2022.
Foto: Efrem Lukatsky/AP Photo/picture alliance
Chaplyne: 25 mortos em bombardeio
Uma enorme cratera em Chaplyne. A pequena cidade no leste da Ucrânia, com cerca de 3.800 habitantes, foi alvo de um ataque russo em 24 de agosto, como admitiu mais tarde o Ministério da Defesa em Moscou. O alvo foi um trem de transporte de armas, mas o ataque também atingiu civis. Segundo a companhia ferroviária ucraniana, 25 foram mortos, incluindo duas crianças.
Foto: Dmytro Smolienko/Ukrinform/IMAGO
Vinnytsia: 28 vítimas em ataque com foguete
Em 14 de julho, o exército russo atingiu com um míssil a Casa dos Oficiais de Vinnytsia, onde teria ocorrido "uma reunião da liderança militar das Forças Armadas ucranianas e fornecedores estrangeiros de armas". Entre os 28 mortos, estavam três crianças e três oficiais, além de mais de 100 feridos. Vinnytsia se localiza a sudoeste de Kiev.
Foto: State Emergency Service of Ukraine/REUTERS
Chasiv Yar: 48 mortos em bombardeio
Na noite de 9 de julho, a pequena cidade de Chasiv Yar, no leste da Ucrânia, foi bombardeada. Segundo a mídia, os lançadores de foguetes múltiplos Uragan foram disparados em áreas residenciais. Um edifício residencial de cinco andares foi duramente atingido, e 48 corpos foram resgatados de seus escombros.
Foto: Nariman El-Mofty/AP/dpa/picture alliance
Serhiyivka: 21 mortos em ataque com mísseis de cruzeiro
Um ataque a Serhiyivka em 1º de julho custou pelo menos 21 vidas. O porto perto de Odessa aparentemente foi atingido por mísseis de cruzeiro durante a noite, como a Anistia Internacional informou após investigações no local. Pelo menos 35 ficaram feridos nos ataques. Por ser um resort de saúde, Serhiyivka é particularmente popular entre os turistas russos.
Foto: Maxim Penko/AP/picture alliance
Kramatorsk: 61 mortos na estação de trem
Imagens terríveis de Kramatorsk deram a volta ao mundo em 8 de abril: vários mísseis submarinos russos 9K79-1 Tochka atingiram a estação ferroviária da cidade no leste da Ucrânia, enquanto passageiros esperavam pelo trem. 61 foram mortos, incluindo sete crianças. Cientistas de balística determinaram que os mísseis haviam sido disparados da área da Ucrânia controlada pelos russos.
Foto: Ukrainian President Volodymyr Zelenskyy's Telegram channel/dpa/picture alliance
Bucha: encontrados 1.316 corpos
Bucha tornou-se sinônimo das ações brutais do Exército russo: depois que as tropas inimigas partiram, em 30 de março, vários corpos jaziam na rua Jablunska. No total, foram encontrados 1.316 corpos em Bucha e arredores. Embora a Rússia tenha negado quaisquer massacres, verificadores de fatos internacionais e equipes de investigação confirmaram execuções de civis por soldados russos.
Foto: Zohra Bensemra/Reuters
Mykolaiv: 36 mortos em ataque à administração regional
Em 29 de março, um ataque aéreo atingiu o prédio da administração regional de Mykolaiv. A parte central do edifício foi completamente destruída, do primeiro ao nono andar, restando apenas um esqueleto do prédio. A explosão também danificou vários edifícios residenciais e administrativos próximos, causando a morte de 36 cidadãos.
Em 16 de março, uma bomba destruiu o teatro no centro de Mariupol. De acordo com a Human Rights Watch, mais de 500 civis estavam se abrigando dos ataques no prédio na época. A palavra "Crianças" escrita em enormes letras brancas na frente e atrás do prédio não serviu como escudo. Segundo a prefeitura, 300 morreram.
Foto: Pavel Klimov/REUTERS
Mariupol: quatro mortos em ataque a clínica
Um ataque aéreo russo em 9 de março destruiu o hospital infantil e a maternidade de Mariupol. Houve menos quatro mortes, incluindo uma grávida e seu bebê, 17 ficaram feridos. Enquanto o Ministério da Defesa russo falou de uma "provocação encenada", o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, chamou o atentado de "crime de guerra".
Foto: Evgeniy Maloletka/AP/picture alliance
Charkiv: foguete mata 24 pessoas
Um vídeo de vigilância divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia mostrou um foguete atingindo o prédio da Administração Estatal Regional de Kharkiv em 1º de março, causando 24 mortes, inclusive de transeuntes.
Foto: Pavel Dorogoy/AP/picture alliance
Inquérito do Tribunal Penal Internacional
As autoridades ucranianas relatam mais de 29 mil crimes de guerra, do início do conflito, em 24 de fevereiro de 2022, até 26 de agosto. Investigações independentes prosseguem. O Tribunal Penal Internacional enviou equipes para coletar informações. De acordo com as Convenções de Genebra, ataques deliberados a civis são crimes de guerra. No entanto, a Rússia não reconhece a corte sediada em Haia.