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G8 discute conflito na Síria e zona de livre comércio em cúpula anual

16 de junho de 2013

Negociações entre líderes mundiais podem levar à formação da maior zona de livre comércio do mundo, entre os EUA e a Europa. Em reunião paralela à cúpula, Obama e Putin tentarão chegar a consenso sobre guerra na Síria.

Foto: picture alliance / AP Images

São poucas as esperanças de que Estados Unidos e Rússia cheguem a um consenso sobre uma solução de paz para a Síria durante a cúpula do G8 (grupo dos sete países mais industrializados e a Rússia), que se inicia nesta segunda-feira (17/06) em Enniskillen, na Irlanda do Norte.

Enquanto os norte-americanos planejam o fornecimento de armas aos rebeldes e o posicionamento de aviões de guerra na Jordânia, país vizinho da Síria, os russos reiteram seu apoio ao presidente sírio, Bashar al Assad.

O presidente russo, Vladimir Putin, chegará à Irlanda do Norte completamente isolado em sua posição com relação à Síria. As expectativas de que uma conversa entre Putin e o presidente dos EUA, Barack Obama, leve a algum avanço significativo às conversas de paz na Síria são baixas. Desde o início do conflito, em março de 2011, mais de 93 mil pessoas morreram, segundo dados das Nações Unidas.

Falta de consenso

Obama e Putin terão um encontro privado nesta segunda-feira paralelo às reuniões da cúpula do G8. No entanto, representantes diplomáticos não acreditam que a conversa entre os dois líderes possa avançar, especialmente após embate verbal dos últimos dias. "É uma situação na qual só podem ser tomadas decisões erradas", disse um diplomata, resumindo o dilema do G8.

Presidente russo Putin (c) e premiê britânico Cameron (d) encontraram-se já neste domingo (16) em LondresFoto: Reuters

A falta de consenso entre os países ocidentais complica ainda mais as negociações sobre a Síria. Dentro da Uniao Europeia (UE), o fornecimento de armas aos rebeldes é um tema controverso. Países como a Alemanha advertem que o material bélico poderia cair em mãos erradas.

Além de EUA e Rússia, fazem parte do G8 a Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido. Também os principais representantes da UE participam da conferência. Os líderes do grupo chegam ao idílico hotel de golfe, onde ocorrerá o encontro, na tarde da segunda-feira.

Papa apela ao G8

Neste domingo, o papa Francisco apelou à cúpula do G8 para que encontre uma solução de negociação, pacífica, para o conflito na Síria. Com exceção da Rússia, mesmo no mundo árabe o governo em Damasco se encontra isolado. O Egito cortou as relações diplomáticas com a Síria.

Até o momento, Assad ainda conta com o apoio do Irã. Na última sexta-feira, porém, os iranianos elegeram o clérigo moderado Hassan Rowhani novo presidente do país. Ainda não está claro se sob o governo de Rowhani haverá uma nova postura em relação a Damasco. No entanto, pelo menos internamente, uma mudança de curso político está sendo esperada no Irã. O programa nuclear iraniano e a renovação presidencial também deverão estar presentes na agenda do encontro na Irlanda do Norte.

Protestos contra encontro do G8 em LondresFoto: Reuters

Zona de livre comércio

Outro tema da cúpula de dois dias deverá ser a luta contra a evasão fiscal e práticas ilegais de empresas em negócios com matérias-primas. Uma novidade também deverá ocupar a atenção dos participantes. Europeus e norte-americanos irão anunciar o início das negociações sobre um tratado de livre comércio.

Reunidos em Luxemburgo na sexta-feira passada, os ministros do Comércio da União Europeia chegaram a um consenso sobre as bases de negociação com os Estados Unidos. Os ministros outorgaram um mandato à Comissão Europeia com vista à implantação da maior zona mundial de livre comércio.

O consenso foi possível após a anuência da França, que conseguiu excluir das negociações o setor audiovisual. Paris teme que sua indústria cultural seja prejudicada em relação a produções hollywoodianas, caso o tratado de livre comércio implique a suspensão de subvenções.

Uma zona de livre comércio entre a Europa e os EUA seria a maior do mundo. O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, afirmou que, para a UE, isso não significaria somente um aumento anual de 120 bilhões de euro no rendimento econômico, mas também a criação de 400 mil novos postos de trabalho. "Trata-se do programa conjuntural mais barato que se possa imaginar", afirmou Durão Barroso.

CA/dpa/dw/rtr

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