Ganhador da loteria perde prêmio de 11 milhões de euros
4 de janeiro de 2021
Possivelmente é a maior quantia não reclamada na história da loteria alemã. Quem comprou o bilhete tinha três anos e meio para coletar a bolada, após o sorteio em 1º de abril de 2017.
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Muitos sonham com o que fariam se ganhassem a loteria, seja deixar o emprego ou velejar em direção ao pôr-do-sol num iate de luxo. Para um jogador ou jogadora da Alemanha, contudo, a chance de realizar tais fantasias expirou à meia-noite de 31 de dezembro de 2020, por não ter se apresentado com o bilhete que lhe daria direito a 11,3 milhões de euros (72,6 milhões de reais).
"Mesmo após uma longa busca, ainda desejaríamos sinceramente poder pagar o prêmio ao felizardo", comentou nesta segunda-feira (04/01), à agência de notícias AFP, Georg Wacker, diretor da loteria estatal Toto-Lotto do estado de Baden-Württemberg.
Quem adquiriu o bilhete tinha três anos e meio para requerer a quantia, livre de impostos, sorteada em 1º de abril de 2017. Apesar de apelos regulares ao público, a pessoa nunca se apresentou. De acordo com o jornal Münchner Merkur, o bilhete foi comprado entre 29 de março e 1º de abril de 2017.
Três dias depois do sorteio, a loteria do estado de tuitou a informação, incluindo a provável localização do vencedor. A notícia certamente disparou a imaginação de alguns dos 116 mil habitantes da cidade de Reutlingen, próxima a Stuttgart, no sul da Alemanha.
O que acontece com a grana?
Como o bilhete foi comprado anonimamente numa lotérica, e não online ou por um assinante registrado, a empresa não tinha como contatar o ganhador. Para poder reclamar a quantia milionária, este teria que comparecer em pessoa e apresentar o bilhete físico com os números sorteados.
Segundo a lei alemã, o direito a um prêmio de loteria expira três anos após o fim do ano do sorteio. Como revelou Wacker à revista Der Spiegel, o dinheiro retornará aos cofres da loteria, a fim de ser sorteado em extrações futuras, seja em espécie ou na forma de automóveis.
O diretor da Toto-Lotto confirma não ser incomum prêmios deixarem de ser coletados, porém o caso é raro quando se trata de grandes ganhos. Isso "só acontece de anos em anos", e Wacker nunca soube de uma quantia tão grande deixar de ser coletada na Alemanha.
AV/afp,dpa
Desperdício de dinheiro público na Alemanha
Um estacionamento sem carros, uma rua sem autorização e celas sem sanitários são apenas três investimentos apontados pela União Alemã de Contribuintes como "desperdício de dinheiro público".
Foto: Bund der Steuerzahler NRW/Bärbel Hildebrandt
Acessório fundamental
A nova sala de audiências de alta segurança da prisão de Munique-Stadelheim foi inaugurada em setembro de 2016 como um projeto modelo. Já no primeiro dia, no entanto, um juiz teve de declará-la imprópria porque não havia vasos sanitários suficientes. Apenas seis celas individuais tinham vaso, mas havia dez réus.
Foto: Bund der Steuerzahler
Pouca vista por muito dinheiro
Brakel, um lugarejo no oeste da Alemanha, havia construído um sistema para a transposição de peixes. Para atrair turistas ao espetáculo da migração dos peixes, a cidade resolveu construir uma plataforma. Só que dela se vê o mesmo que das margens do riacho. Neste caso, gastar "apenas" 6 mil euros do dinheiro do contribuinte é demais, acusa a União Alemã de Contribuintes.
Foto: Bund der Steuerzahler NRW/Bärbel Hildebrandt
Ponte cara
Para ligar a nova área residencial Europacity, ao norte da estação ferroviária principal de Berlim, a capital alemã havia se comprometido a construir uma ponte para pedestres sobre o canal de Spandau. A construção da ponte, inicialmente estimada em 1,8 milhão de euros, ficará um milhão de euros mais cara por causa de erros de cálculo.
Foto: Bund der Steuerzahler
Rodovia em área de proteção
Uma rua de 2 km na costa do Mar do Norte foi construída para desviar o trânsito de Bensersiel, na Frísia. Antes do início da obra, ambientalistas advertiram que a rua passaria por uma área de proteção de aves. Mesmo assim, a cidade a construiu. O proprietário da área recorreu contra a obra, que custou 8 milhões de euros. Desde então, a rodovia não pode ser usada e poderá ser removida.
Foto: Bund der Steuerzahler
Cadê os carros?
A pequena Winsen, na Baixa Saxônia, tem um problema incomum: muito espaço para estacionar, mas poucos carros. Este estacionamento foi construído perto da estação ferroviária, para facilitar a vida de quem viesse até ali de carro. O prédio ficou pronto em abril, após nove meses de atraso e 11 milhões de euros gastos. Há vagas para 534 carros e 294 bicicletas. Só que a maior parte não é ocupada.
Foto: Bund der Steuerzahler
Erro de cálculo
A cidade de Hamelin queria um levantamento das árvores fora do perímetro urbano que precisavam ser protegidas. A prefeitura calculou que gastaria cerca de 8.500 euros para quase 550 árvores dignas de proteção. Só que foi esquecido que para fazer o levantamento teria de ser analisado um contingente de nada menos que 16 mil árvores – um erro de cálculo que custou cerca de 130 mil euros.
Foto: Bund der Steuerzahler
Obra milionária sem fim
O túnel por baixo de um canal em Rendsberg foi construído em 1957. Desde 2007, estão sendo feitas obras de manutenção. Devido a uma infinidade de erros de construção e desentendimentos, a obra já dura mais de dez anos e seus custos ultrapassam 70 milhões de euros, sem contar os transtornos causados pelo fechamento da rodovia, desvios e engarrafamentos.
Foto: Bund der Steuerzahler
Vazamento no chão
As obras deste prédio de escritórios para deputados federais no bairro Mitte, em Berlim, estão paralisadas.O motivo: rachaduras no concreto do chão deixam passar umidade.O vazamento exige que o prédio ainda em construção seja saneado. A obra prevista para ser entregue em 2014 tem custos adicionais estimados em 46,6 milhões de euros.
Foto: Bund der Steuerzahler
Arte no campo
Uma árvore de 400 anos vai virar obra de arte em Oberursel, perto de Frankfurt. Em um concurso, foi escolhido o projeto de 77 mil euros, que prevê cercar a velha árvore com uma caixa metálica sem paredes. Quando pronto, o local será usado para leituras. Resta saber se a instalação em um remoto local junto a uma rodovia movimentada atrairá interessados.
Foto: Bund der Steuerzahler
Alternativa cara
Depois de um túnel para pedestres em Dresden ter sido inundado várias vezes por enchentes no rio Elba, a cidade decidiu fechar o túnel com concreto e instalou semáforos sobre ele, para a passagem de pedestres. A União Alemã de Contribuintes afirma que consertar o túnel para que não alagasse mais custaria apenas a metade.