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GE quer derrubar Siemens na tecnologia médica

Steffen Leidel /am20 de dezembro de 2002

A General Electric expande as suas atividades na Europa. Especialmente no setor da tecnologia médico-hospitalar, a GE quer enfrentar a Siemens – até agora incontestável líder do mercado.

Tomografia: a tecnologia médico-hospital é setor em expansãoFoto: AP

A GE comprou a empresa Instrumentarium, sediada em Helsinque e proprietária de fábricas na Finlândia, na Suécia, nos EUA e na Alemanha, pelo preço de 40 euros por ação, ou seja, pelo montante de dois bilhões de euros, segundo informação divulgada pela agência americana Bloomberg. Uma aquisição compensadora: a firma finlandesa teve um faturamento total de um bilhão de euros em 2001. A transação já está acertada entre as duas multinacionais e deverá concretizar-se logo no início do ano que vem.

A Instrumentarium é uma empresa especializada em tecnologia médico-hospitalar, que vinha passando por um processo de expansão nos últimos tempos. A última das suas aquisições foi a Spacelabs Medical, que teve um faturamento de 242 milhões de dólares no ano passado. A firma finlandesa tem um total de 5400 funcionários em todo o mundo.

Nos planos da General Electric para o mercado europeu, a Instrumentarium assume um papel preponderante. Como fabricante de equipamentos eletrônicos para controle de anestesia, bem como para monitoração dos pacientes em centros de tratamento intensivo (CTI), a empresa constitui uma peça importante para enfrentar a concorrência da Siemens – líder do setor – não apenas na Alemanha.

Novas prioridades

Com a aquisição, a General Electric reforça a sua divisão GE Medical Systems. O conglomerado americano parece ver neste ramo as melhores perspectivas de crescimento. Fundada em 1872 pelo inventor da lâmpada elétrica, Thomas Alva Edison, a GE é hoje uma empresa mista, atuando em inúmeros setores de tecnologia e finanças.

Nos anos passados, a empresa pôde aumentar constantemente os seus lucros. Também para o ano que vem, a previsão é de crescimento de dois dígitos percentuais nos lucros de 11 dos seus 13 setores de negócios. Mas, ainda assim, os anos de melhores resultados pertencem ao passado. Os resultados não são bons, por exemplo, na área da construção de motores para avião ou da produção de plásticos. Em novembro último, a General Electric teve de reduzir o seu prognóstico de lucros para o corrente ano, em face de perdas consideráveis da sua subsidiária Employers Reinsurance na área de resseguros.

Siemens, a principal concorrente

Ao contrário disto, o setor de tecnologia médico-hospitalar oferece grandes perspectivas, pois está passando por uma transformação estrutural. "Neste setor há um alto potencial de racionalização", afirmou Roland Pitz, analista do HypoVereinsbank, à DW-WORLD. Os hospitais deverão modernizar os seus equipamentos e reestruturar a sua forma de trabalho. Com isto, uma grande demanda é garantida. No entanto, a General Electric terá de impor-se no mercado europeu frente a sua principal concorrente – a Siemens, diz Pitz.

A GE mostra-se disposta à luta. O chefe da empresa na Alemanha, Áustria e Suíça, Thomas P. Limberger, anunciou recentemente que pretende tomar a liderança da Siemens na construção de aparelhos de tomografia computadorizada e de radiologia. Para isto, a GE Medical Systems já adquiriu 15 empresas na Alemanha. "A Alemanha é para nós o maior mercado no setor da tecnologia médico-hospitalar", declarou à DW-WORLD o porta-voz da GE Medical Systems na Alemanha, Rudolf Beyenburg. Ele vê perspectivas excelentes nesse setor: "Existe atualmente um bloqueio de investimentos da ordem de 15 bilhões de euros, que mais cedo ou mais tarde será liberado".

Planos ambiciosos

Também no próximo ano, haverá incorporações e aquisições de empresas européias por parte da General Electric, segundo anunciou recentemente Thomas P. Limberger. Ao lado da área de tecnologia médico-hospitalar, também os setores de serviços financeiros e de energia regenerativa deverão ser ampliados sensivelmente na Alemanha. O ambicioso chefe da multinacional americana na Alemanha quer duplicar o faturamento no país em apenas três anos.

Um dos projetos mais importantes será realizado na vizinhança direta da maior concorrente, a Siemens. Em Garching, nos subúrbios de Munique, a General Electric está construindo seu centro europeu de pesquisas, que começará a operar em 2004. Ali, 150 cientistas farão pesquisas nas áreas de biotecnologia e de energias renováveis.

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