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Gentiloni aceita formar novo governo na Itália

11 de dezembro de 2016

Atual ministro das Relações Exteriores é apontado pelo presidente para substituir Matteo Renzi, que renunciou. Oposição, que queria novas eleições, critica escolha de um aliado do antigo premiê.

Paolo Gentiloni Außenminister Italien
Gentiloni quer tramitar com rapidez nova lei para realização de eleições no paísFoto: picture-alliance/AP Photo/B. Ozbilici

O presidente da Itália, Sergio Mattarella, incumbiu o atual ministro das Relações Exteriores, Paolo Gentiloni, de formar um novo governo no país, anunciou neste domingo (11/12) a presidência da república italiana. Gentiloni aceitou o convite. "Agradeço ao presidente da República a incumbência que me conferiu. Tentarei realizar a tarefa com dignidade e responsabilidade", declarou.

Gentiloni, de 62 anos, é uma das pessoas mais próximas do ex-primeiro-ministro Matteo Renzi, que renunciou após sua derrota no referendo do último dia 4, quando os italianos rejeitaram suas propostas de reforma da Constituição. A oposição populista, liderada pelo Movimento Cinco Estrelas e pela Liga Norte, criticou a escolha e disse que Gentiloni é uma "fotocópia" e um "avatar" de Renzi.

Entre as tarefas mais urgentes do novo primeiro-ministro está a tramitação de uma nova lei eleitoral. Ele se mostrou disposto a "facilitar o trabalho das forças parlamentares para definir com rapidez necessária as novas regras eleitorais". As próximas eleições estão previstas para fevereiro de 2018.

Partidos de oposição defendiam a realização de novas eleições ainda em 2017, mas Mattarella disse que, antes, o país necessita de uma nova lei eleitoral, já que a atual vale apenas para a câmara baixa e deverá ser declarada inconstitucional pela suprema corte do país.

Outro problema urgente é a situação delicada do banco Monte dei Paschi di Siena, afogado em uma ampla carteira de créditos podres e às voltas com uma ampliação de capital de 5 bilhões de euros.

O premiê também mencionou compromissos internacionais, como a cúpula do G7 e o 60º aniversário da assinatura de Tratado de Roma, que serão organizados pela Itália no próximo ano, além da assistência aos desalojados pelos terremotos que castigaram o centro do país e a reconstrução das localidades afetadas.

O Partido Democrata (PD), de Renzi e Gentiloni, tinha expressado sua intenção de formar um executivo que contasse com todas as forças políticas, mas grupos como o Movimento Cinco Estrelas e a Liga Norte se recusaram a apoiá-lo e pediram a realização de eleições o quanto antes. "Por isso, não por escolha, mas por obrigação, e por responsabilidade, vamos nos movimentar no escopo do governo anterior", afirmou o novo premiê.

Após montar um novo gabinete, Gentiloni precisará obter um voto de confiança do parlamento. A atual coalizão de governo, liderada pelo PD, tem maioria nas duas casas parlamentares, o que significa que Gentiloni poderá ser empossado a tempo de participar de uma reunião da União Europeia na próxima quinta-feira.

A nomeação de Gentiloni acontece horas depois de Mattarella concluir uma rodada de consultas com as distintas forças políticas do país, com a intenção de tomar uma decisão para solucionar a situação de instabilidade política. Já no sábado, após os contatos, Mattarella avisou que queria para a Itália "um governo o mais rapidamente possível e com plenas funções", capaz de assumir responsabilidades "de caráter interno, europeu e internacional".

FC/efe/lusa/rtr/afp/ap

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