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Gibraltar rejeita pedido dos EUA para reter navio iraniano

18 de agosto de 2019

Washington quis impor suas sanções ao Irã em território britânico. Segundo Teerã, petróleo transportado não se destina a país sob embargo da UE. Regime de sanções do bloco difere bem do americano, esclareceu Gibraltar.

Navio sob bandeira iraniana no Estreito de Gibraltar
Rebatizado Adrian Darya 1 e sob bandeira iraniana, petroleiro se prepara para zarparFoto: Reuters/J. Nazca

O governo de Gibraltar recusou neste domingo (18/08) o pedido dos Estados Unidos para que retivesse o petroleiro iraniano Grace 1, arrestado em julho, e há três dias autorizado a deixar as águas do território britânico no sul de Espanha.

"Ao abrigo do direito europeu, Gibraltar está impossibilitado de prestar a assistência pedida pelos Estados Unidos", explicaram as autoridades gibraltinas num comunicado. Washington queria a detenção do petroleiro no contexto das sanções que impôs ao Irã.

O Grace 1 foi arrestado pela Real Marinha Britânica no Estreito de Gibraltar, em 4 de julho, sob suspeita de transportar petróleo para a Síria, violando assim um embargo da União Europeia. Na quinta-feira, porém, o Supremo Tribunal de Gibraltar autorizou sua liberação, mediante a garantia de Teerã de que os 2,1 milhões de barris transportados "nunca foram destinados a uma entidade sob sanções da UE".

No entanto, os EUA se opuseram à liberação, e desde então emitiram vários pedidos para que o petroleiro fosse impedido de navegar, culminando, na sexta-feira, num mandado do Departamento de Justiça para a captura do navio e apreensão da carga.

A agência americana alegava que o petroleiro estaria relacionado à Guarda Revolucionária Iraniana, uma das divisões das Forças Armadas nacionais classificada por Washington como terrorista. Foram também feitas alegações de fraude bancária e lavagem de dinheiro.

"O regime das sanções da UE é fundamentalmente diferente do dos EUA", lê-se no comunicado gibraltino. E a regulamentação europeia "proíbe especificamente aplicar determinadas leis americanas", inclusive as relativas às sanções ao Irã.

O petroleiro deverá seguir viagem em breve. A Marinha iraniana anunciou que enviará uma escolta militar para acompanhá-lo. Um vídeo publicado neste domingo pela agência de notícias Reuters mostrava o navio ostentando um novo nome, Adrian Darya 1, assim como a bandeira nacional iraniana, em vez da panamenha, como antes.

AV/rtr,efe,ap

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