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Gigante alemã de autopeças Continental demitirá mais 3 mil

18 de fevereiro de 2025

Empresa anuncia nova leva de demissões em meio a crise do setor automobilístico alemão e dificuldades de mercado. Total de cortes já chega a 10 mil. Funcionários criticam decisão.

Placa com logo da Continental na entrada de uma de suas sedes
Continental diz que objetivo da empresa continua sendo reduzir, após ter ficado aquém de suas metas financeirasFoto: Moritz Frankenberg/dpa/picture alliance

A fornecedora alemã de peças para automóveis Continental planeja cortar mais 3 mil empregos de pesquisa e desenvolvimento em sua divisão automotiva, até o fim de 2026. Mais da metade das demissões atinge suas fábricas na Alemanha.

O anúncio desta nesta terça-feira (18/02) ocorre em meio a uma crise no setor automobilístico alemão e europeu, com empresas como a Volkswagen promovendo cortes e fechamento de unidades.

A multinacional informou que sua unidade de Nurembergue será fechada, como parte da decisão de impor os cortes. Outras unidades nos estados de Hesse e Baviera também deverão ser duramente atingidas.

Há um ano, a Continental anunciou a primeira rodada de cortes como parte de seus esforços para reduzir custos. À época, a empresa anunciou que 7.150 empregos seriam eliminados em sua divisão automotiva, com 5.400 desses cortes atingindo a administração e 1.750 o setor de desenvolvimento.

A Continental mencionou a crise na indústria automotiva da Alemanha como a justificativa para o anúncio desta terça-feira e informou que 80% a 90% das reduções anunciadas anteriormente foram agora implementadas. Com o último anúncio, o total de cortes de empregos agora é de mais de 10 mil.

Haverá ainda 480 cortes de empregos na subsidiária de software da Continental, a Elektrobit, 330 deles na Alemanha. Uma porta-voz da empresa não forneceu detalhes sobre onde ocorrerão os cortes.

Cortes anteriores não aliviam crise na empresa

Ao todo, a Continental mantém cerca de 31 mil postos em pesquisa e desenvolvimento em todo o mundo. Segundo um porta-voz, o objetivo continua sendo reduzir as despesas nesses setores para menos de 10% do faturamento, até 2027.

A empresa informou que pretende levar adiante as reduções da forma mais socialmente responsável possível, ao não substituir funcionários que se aposentam ou pedem demissão. Os detalhes serão a partir de agora negociados com os trabalhadores e representantes sindicais.

Um representante da Continental disse que os cortes adicionais de empregos são necessários, porque a situação desafiadora do mercado significou deixou a empresa aquém das metas financeiras, apesar dos cortes anteriores.

"Ofertas de tecnologia voltadas para o futuro são de importância crucial para nossa empresa", disse o principal executivo da Continental para a divisão automotiva, Philipp von Hirschheydt, em comunicado à imprensa.

Ele completou que a Continental continuará "investindo substancialmente em pesquisa e desenvolvimento nos próximos anos", mesmo que procure melhorar sua "força competitiva no interesse de nosso sucesso sustentável de mercado ".

Trabalhadores criticam decisão

Representantes dos funcionários criticaram duramente o anúncio das demissões. "Estamos profundamente preocupados de que os cortes profundos em pesquisa e desenvolvimento automotivo se transformem numa reestruturação abrangente", comentou Michael Iglhaut, chefe do Conselho Geral Trabalhista da Continental, em nota.

Cortes de empregos e redução de custos a qualquer preço não são uma estratégia sustentável para o futuro, afirmou, acrescentando que o "sangramento deliberado das unidades alemãs" enfraquece a divisão automotiva geral do setor, que em 2025 a Continental pretende tornar independente.

Em dezembro, a Continental anunciou a intenção de desmembrar sua divisão de fornecedores automotivos, que há anos vem lutando com perdas financeiras, e lançá-la no mercado de ações como uma empresa separada – plano que ainda precisará ser aprovado pelos acionistas na próxima reunião geral da Continental.

Se os investidores aprovarem a mudança, uma oferta pública inicial no mercado de ações para a divisão sob um novo nome pode ocorrer até o final do ano.

rc/av (DPA,AFP)

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