Gisele Bündchen reage a críticas de ministra da Agricultura
16 de janeiro de 2019
Modelo e ativista diz ter ficado surpresa ao ver seu nome sendo mencionado negativamente após defender o meio ambiente. Dias antes, ela foi criticada por Tereza Cristina por condenar o Brasil pelo desmatamento.
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A modelo Gisele Bündchen reagiu nesta quarta-feira (16/01) às críticas da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que havia censurado a gaúcha por acusar o Brasil de desmatar. Em rede social, a top disse ter ficado surpresa em ter sido mencionada nessas circunstâncias.
"Causou-me surpresa ver meu nome mencionado de forma negativa por defender e me manifestar em favor do meio ambiente, pois desde 2006 venho apoiando projetos e me envolvendo com causas socioambientais, o que sempre fiz com muita responsabilidade", escreveu.
Tereza Cristina falou de Gisele na segunda-feira, em entrevista à rádio Jovem Pan, após ser questionada sobre declarações feitas pela modelo no exterior.
"Não existe país nenhum do mundo que tenha uma lei como a nossa, o Código Florestal. Então, é um absurdo irem lá fora dizer, né? Inclusive, desculpe, Gisele Bündchen, você deveria ser a nossa embaixadora, dizer que o seu país preserva, que o seu país está na vanguarda do mundo para a preservação, e não vir aqui meter o pau no Brasil sem conhecimento de causa."
Segundo a ministra, "quando Gisele Bündchen fala que estamos desmatando, o mundo reverbera". "É um absurdo o que fazem com a imagem do Brasil. Infelizmente são maus brasileiros. Por algum motivo vão lá fora levar uma imagem do Brasil e do setor produtivo que não são verdadeiras."
Após a entrevista, em mensagem publicada no Twitter, Tereza Cristina continuou o assunto. "Na Jovem Pan sinalizei que a Gisele Bündchen podia ser embaixadora do Brasil para mostrar que produzimos alimentos para o mundo preservando a natureza. A modelo vai receber, em breve, convite nosso", escreveu a ministra.
Gisele comentou o ocorrido nesta quarta-feira com um texto publicado nas redes sociais, sem mencionar o nome da ministra. Na mensagem, ela destacou sua atuação em causas ambientais ao longo dos últimos anos e ressaltou a importância de se trabalhar para preservar a natureza.
"Acredito que a produção agropecuária e conservação ambiental precisam andar juntas, lado a lado. Nosso desenvolvimento, prosperidade e bem-estar dependem desse equilíbrio, e a agricultura, tão importante para o nosso país, também depende das condições climáticas adequadas para o seu crescimento", afirmou a modelo.
"O Brasil tem tudo para liderar o movimento em prol de um desenvolvimento mais sustentável, capaz de suprir as necessidades da geração atual sem comprometer as futuras gerações. Torço para poder divulgar ações positivas neste sentido", acrescentou.
No Twitter, Tereza Cristina disse ter recebido uma carta de Gisele, pela qual agradeceu. "Obrigada, @giseleofficial, pela carta que nos enviou se dispondo a divulgar nossas ações positivas.Vamos construir juntas uma agenda contra o desmatamento ilegal e a grilagem. Eu disse na rádio Jovem Pan que você era o máximo! E você é!", escreveu ela nesta quarta.
Gisele, que se aposentou das passarelas em 2015, é mundialmente reconhecida por seu ativismo ambiental. Ela é embaixadora da Boa Vontade do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e, em 2017, recebeu uma homenagem durante a Semana de Moda de Milão por defender a causa ecológica.
A modelo gaúcha chegou a confrontar o então presidente Michel Temer nas redes sociais por políticas contra áreas protegidas da Floresta Amazônica, incluindo um decreto que previa a extinção da Reserva Nacional de Cobre e Associados, conhecida como Renca. Gisele foi uma das principais vozes contra o decreto, que acabou sendo revogado pelo emedebista.
Três quartos dos gases estufa são produzidos pela combustão de carvão, petróleo e gás natural; o resto, pela agricultura e desmatamento. Como se podem evitar gases poluentes? Veja dez dicas que qualquer um pode seguir.
Foto: picture-alliance/dpa
Usar menos carvão, petróleo e gás
A maioria dos gases estufa provém das usinas de energia, indústria e transportes. O aquecimento de edifícios é responsável por 6% das emissões globais de gases poluentes. Quem utiliza a energia de forma eficiente e economiza carvão, petróleo e gás também protege o clima.
Foto: picture-alliance/dpa
Produzir a própria energia limpa
Hoje, energia não só vem de usinas termelétricas a carvão, óleo combustível e gás natural. Há alternativas, que atualmente são até mesmo mais econômicas. É possível produzir a própria energia e, muitas vezes, mais do que se consome. Os telhados oferecem bastante espaço para painéis solares, uma tecnologia que já está estabelecida.
Foto: Mobisol
Apoiar boas ideias
Cada vez mais municípios, empresas e cooperativas investem em fontes energéticas renováveis e vendem energia limpa. Este parque solar está situado em Saerbeck, município alemão de 7,2 mil habitantes que produz mais energia do que consome. Na foto, a visita de uma delegação americana à cidade.
Foto: Gemeinde Saerbeck/Ulrich Gunka
Não apoiar empresas poluentes
Um número cada vez maior de cidadãos, companhias de seguro, universidades e cidades evita aplicar seu dinheiro em companhias de combustíveis fósseis. Na Alemanha, Münster é a primeira cidade a aderir ao chamado movimento de desinvestimento. Em nível mundial, essa iniciativa abrange dezenas de cidades. Esse movimento global é dinâmico – todos podem participar.
Foto: 350.org/Linda Choritz
Andar de bicicleta, ônibus e trem
Bicicletas, ônibus e trem economizam bastante CO2. Em comparação com o carro, um ônibus é cinco vezes mais ecológico, e um trem elétrico, até 15 vezes mais. Em Amsterdã, a maior parte da população usa a bicicleta. Por meio de largas ciclovias, a prefeitura da cidade garante o bom funcionamento desse sistema.
Foto: DW/G. Rueter
Melhor não voar
Viajar de avião é extremamente prejudicial ao clima. Os fatos demonstram o dilema: para atender às metas climáticas, cada habitante do planeta deveria produzir, em média, no máximo 5,9 toneladas de CO2 anualmente. No entanto, uma viagem de ida e volta entre Berlim e Nova York ocasiona, por passageiro, já 6,5 toneladas de CO2.
Foto: Getty Images/AFP/P. Huguen
Comer menos carne
Para o clima, também a agricultura é um problema. No plantio do arroz ou nos estômagos de bois, vacas, cabras e ovelhas é produzido o gás metano, que é muito prejudicial ao clima. A criação de gado e o aumento mundial de consumo de carne são críticos também devido à crescente demanda de soja para ração animal. Esse cultivo ocasiona o desmatamento de florestas tropicais.
Foto: Getty Images/J. Sullivan
Comprar alimentos orgânicos
O óxido nitroso é particularmente prejudicial ao clima. Sua contribuição para o efeito estufa global gira em torno de 6%. Ele é produzido em usinas de energia e motores, mas principalmente também através do uso de fertilizantes artificiais no agronegócio. Esse tipo de fertilizante é proibido na agricultura ecológica e, por isso, emite-se menos óxido nitroso, o que ajuda a proteger o clima.
Foto: imago/R. Lueger
Sustentabilidade na construção e no consumo
Na produção de aço e cimento emite-se muito CO2, em contrapartida, ele é retirado da atmosfera no processo de crescimento das plantas. A escolha consciente de materiais de construção ajuda o clima. O mesmo vale para o consumo em geral. Para uma massagem, não se precisa de combustível fóssil, mas para copos plásticos, que todo dia acabam no lixo, necessita-se uma grande quantidade dele.
Foto: Oliver Ristau
Assumir responsabilidades
Como evitar gases estufa, para que, em todo mundo, as crianças e os filhos que elas virão a ter possam viver bem sem uma catástrofe do clima? Esses estudantes estão fascinados com a energia mais limpa e veem uma chance para o seu futuro. Todos podem ajudar para que isso possa acontecer.