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Reestruturação

25 de novembro de 2009

Gigante automobilística General Motors anunciou que pretende eliminar 9 mil postos de trabalho na Europa. Até 5,4 mil funcionários da subsidiária alemã Opel poderão perder emprego. Dimensão real depende de ajuda estatal.

GM cortará 20% da capacidade produtiva das subsidiárias européiasFoto: AP

A montadora americana General Motors (GM) anunciou sua intenção de eliminar cerca de 9 mil postos de trabalho na Europa. Destes, até 5,4 mil serão cortados nas fábricas de sua subsidiária Opel na Alemanha, o que corresponde a 50% a 60% do total de postos eliminados.

O anunciou foi feito nesta quarta-feira (25/11) por Dick Reilly, o novo homem-forte da GM Europa, após se reunir com representantes dos trabalhadores da empresa. No entanto, segundo ele, nenhuma das quatro fábricas alemãs em Rüsselsheim, Bochum, Kaiserslautern e Eisenach deverá ser fechada.

Reilly afirmou que a acirrada competitividade internacional obriga a GM a reduzir um quinto de sua capacidade de produção na Opel e na subsidiária britânica Vauxhall. "Teremos que tomar algumas decisões difíceis", afirmou Reilly, observando que a real dimensão dos cortes deverá ficar clara em meados de dezembro, dependendo da ajuda estatal recebida e das concessões dos funcionários.

Trabalhadores da Opel prometem resistir aos planos da General MotorsFoto: dpa

Para o saneamento da Opel são necessários, segundo Reilly, cerca de 3,3 bilhões de euros. Ele se mostrou confiante que receberá auxílio financeiro dos quatro estados alemães que abrigam fábricas da Opel, após conversas com os governadores.

Reilly pediu aos representantes de trabalhadores que elaborem rapidamente uma proposta de colaboração. A empresa prometeu não tomar nenhuma decisão unilateral até o meio de dezembro.

Conversas pouco concretas

O governo do estado alemão da Turíngia, onde fica a unidade de Eisenach, se mostrou disposto a ajudar. "Sem fundos públicos, esse plano é irrealizável ", ressaltou o secretário de Economia, Matthias Machnig. Entretanto, a governadora, Christine Lieberknecht, observou que até agora as negociações foram pouco concretas.

O plano de saneamento da GM se baseia em grande parte na proposta apresentada pelo grupo austro-canadense Magna, que até há pouco vinha sendo negociado como potencial comprador da Opel.

A Magna previa o corte de cerca de 4 mil postos de trabalho da Opel na Alemanha. Ao todo, deveriam ser eliminados cerca de 10,5 mil do total aproximado de 50 mil postos de trabalho que a GM mantém na Europa. Para a reestruturação da Opel, a Magna havia solicitado 4,5 bilhões de euros em ajuda estatal.

Central da Opel em Rüsselsheim

A percentagem prevista de 50% a 60% de cortes na Alemanha deixa claro que a maior parte do sacrifício deverá recair, mais uma vez, sobre as fábricas na Alemanha. Três anos atrás, dos 12 mil postos cortados pela GM na Europa como parte de seu processo de saneamento, 10 mil ocorreram na Alemanha.

O presidente do conselho de empresa da Opel, Klaus Franz, anunciou que haverá resistência por parte dos funcionários aos planos de saneamento da montadora americana. "O plano prejudicará a Alemanha e a Bélgica, e não aceitaremos isso", afirmou.

GM reembolsou crédito à Alemanha

Recentemente, a GM reembolsou todo o crédito de 1,5 bilhão de euros que o governo alemão concedera a fim de manter a salvo a Opel. "Posso dizer que os últimos fundos recebidos pela General Motors para a Opel foram reembolsados. Ou seja, a operação não custou um centavo ao contribuinte alemão", disse a chanceler federal alemã, Angela Merkel.

Merkel defendeu ainda que o governo teve "absolutamente razão em construir uma ponte para garantir a sobrevivência da Opel por meio de um crédito".

MD/dpa/rtrd/afp
Revisão: Rodrigo Rimon

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