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Gol suspende voos com modelo de avião envolvido em desastres

12 de março de 2019

Companhia brasileira se une a uma série de outras empresas no mundo e anuncia pausa nas operações com aeronaves Boeing 737 MAX 8, mesmo modelo que caiu na Etiópia no fim de semana. Maioria dos voos afetados iria aos EUA.

Avião Boeing 737 da Gol
A Gol possui 121 aviões da Boeing, sendo sete do tipo MAX 8; é a única brasileira a operar esse modeloFoto: picture alliance/NurPhoto/L. Souza

A companhia aérea brasileira Gol anunciou nesta segunda-feira (11/03) que suspendeu temporariamente as suas operações com aviões 737 MAX 8, da Boeing, após dois desastres aéreos recentes envolvendo aeronaves do mesmo modelo.

"Sendo segurança o valor número um da Gol, que direciona absolutamente todas as iniciativas da empresa, a companhia informa que por liberalidade, a partir das 20 horas de hoje, suspenderá temporariamente as operações comerciais das suas aeronaves 737 Max 8", diz uma nota.

A empresa possui 121 aviões da Boeing, sendo sete do modelo envolvido nos acidentes. Eles operam em rotas para a América do Sul, Caribe e Estados Unidos.

A Gol informou que os passageiros com voos previstos em aeronaves 737 MAX 8 serão comunicados e realocados em outros voos da companhia ou de empresas parceiras, como a americana Delta Air Lines.  A maioria das viagens afetadas tinha como destino Miami ou Orlando.

"A central também permanece à disposição pelo telefone 0800 704 0465. A empresa continuará operando os destinos internacionais de longo curso com os aviões Boeing 737 NG, sem previsão de cancelamento na malha", acrescentou a empresa.

A nota informa ainda que, desde junho de 2018, a Gol realizou 2.933 voos com o Boeing 737 MAX 8, "totalizando mais de 12.700 horas, com total segurança e eficiência". A empresa é a única no Brasil que tem aviões desse modelo.

Mais cedo nesta segunda-feira, o Procon de São Paulo havia anunciado que pediria a suspensão imediata dos voos da Gol com aeronaves 737 MAX 8, como forma de "prevenir futuros acidentes" e evitar colocar em risco a vida de passageiros.

A decisão da empresa brasileira vem após dois acidentes mortais recentes com aviões desse tipo. Nesta segunda-feira, autoridades da China e da Indonésia já haviam ordenado que todas as companhias de seus países suspendessem voos com o modelo. A mexicana Aeromexico também suspendeu as operações de suas seis aeronaves 737 MAX 8 até que os desastres sejam esclarecidos. 

A Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês), por sua vez, anunciou que vai determinar à Boeing que realize modificações nos modelos 737 MAX 8 e 737 MAX 9, mas afirmou que as aeronaves são seguras para voar.

A queda de uma aeronave da Ethiopian Airlines, na manhã de domingo, matou todos os 157 ocupantes. O desastre aconteceu menos de seis meses depois da queda do mesmo modelo da companhia indonésia Lion Air, que deixou 189 mortos.

Tanto o voo da Ethiopian, que havia decolado da capital da Etiópia, Addis Abeba, quanto o da Lion Air, que havia partido de Jacarta, caíram minutos após deixarem o aeroporto.

A Ethiopian Airlines, maior companhia aérea da África, também anunciou que não usará o Boeing 737 MAX 8 até que haja mais informações. "Embora não saibamos ainda a causa do acidente, tivemos que decidir deixar em terra esta frota em particular como medida de segurança extra", disse em comunicado.

O Boeing 737 é o avião de passageiros moderno mais vendido do mundo e é considerado um dos mais confiáveis. A série MAX é a versão mais recente do bimotor de corredor único da Boeing. O modelo lançado em 2017 é mais eficiente em termos de combustível em comparação com seus antecessores e há quatro variantes: MAX 7, MAX 8, MAX 9 e MAX 10, que podem transportar entre 138 e 204 passageiros e foram projetadas para voos de curta e média distância.

A Boeing já finalizou a entrega de cerca de 350 unidades da série MAX – a primeira feita em maio de 2017 à Malindo Air, com sede na Malásia. Até o momento, mais de 60 companhias aéreas encomendaram cerca de cinco mil aeronaves da série. Os principais clientes europeus incluem as companhias aéreas de baixo custo Ryanair e Norwegian.

EK/ots/rtr/dw

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