Software desenvolvido pela empresa derrota um dos maiores jogadores do mundo de Go, jogo de tabuleiro milenar chinês considerado muito mais complexo que o xadrez. "Conseguimos o impossível", diz programador.
Anúncio
A primeira rodada foi para a máquina: um programa desenvolvido pela Google venceu nesta quarta-feira (09/03) a primeira de cinco partidas do complexo jogo de tabuleiro chinês Go contra o sul-coreano Lee Sedol, considerado um dos dois maiores jogadores do mundo.
A vitória é tida como um passo significativo no desenvolvimento da inteligência artificial. Lee, de 33 anos e que tem 18 títulos internacionais na carreira, abandonou a partida após três horas e meia contra o sotfware AlphaGo, desenvolvido pela DeepMind, filial da Google.
A experiência lembrou a vitória do supercomputador Deep Blue, da IBM, sobre o campeão mundial de xadrez Garry Kasparov, em 1997. Mas o Go, jogo de tabuleiro de estratégias jogado na Ásia há mais de 2 mil anos, é considerado muito mais complicado que o xadrez.
Devido à imensa quantidade de movimentos que possibilita, o Go era considerado até pouco tempo atrás um território difícil de ser explorado pelos computadores. Em um tabuleiro com mais de 360 interseções ou áreas, é impossível mesmo para as máquinas mais modernas calcularem as variantes com a velocidade necessária. Sua complexidade é tamanha que acredita-se que nenhuma partida de Go tenha sido repetida nos milhares de anos de história do jogo.
As regras são relativamente simples: o jogo opõe dois adversários, que têm à disposição peças brancas e pretas nas interseções de um tabuleiro. O objetivo é construir territórios, e as peças cercadas se tornam prisioneiras. Cada jogador tem duas horas para fazer seus movimentos. Como comparação, o xadrez tem 20 movimentos iniciais possíveis, enquanto o Go, mais de 300.
Cientistas não esperavam uma vitória tão cedo do supercomputador na batalha contra um humano. Mas a capacidade do AlphaGo de aprender a partir de erros adversários, como um ser vivo, foi visto como o segredo para a vitória.
O AlphaGo já havia derrotado um humano ao vencer o campeão europeu Fan Hui em outubro. Mas Lee era considerado um obstáculo muito maior. Antes da partida desta quarta, poucos se arriscavam a fazer um prognóstico de quem venceria.
Jogos de tabuleiro são tradição na Alemanha
03:31
"Não pensei que o AlphaGo pudesse jogar uma partida de maneira tão perfeita", disse Lee Sedol. O diretor-geral e cofundador da DeepMind, Demis Hassabis, reagiu entusiasmado: "Conseguimos o impossível!"
Lee terá a chance de reverter nos próximos quatro dias o placar – os jogos são transmitidos ao vivo pelo Youtube. O vencedor levará o prêmio recorde de 1 milhão de dólares, que, em caso de vitória da máquina, será doado.
Cientistas preveem aplicações futuras para tais programas, incluindo o melhoramento de assistentes de smartphones (como o Siri, da Apple), diagnósticos médicos e, eventualmente, colaborar com pesquisadores humanos em pesquisas.
RPR/dpa/rtr
Destaques do MWC 2016
Barcelona é palco do maior congresso de tecnologia móvel do mundo, o Mobile World Congress. Além de smartphones, baterias removíveis e laptops modernos, outra tecnologia atraiu holofotes: a realidade virtual.
Foto: Getty Images/D. Ramos
Grande destaque
A realidade virtual ocupa posição de destaque no WMC deste ano. E você só terá testado essa tecnologia quando posicionar grandes e – sinceramente – desconfortáveis óculos sobre o nariz. Mas a experiência deve ser avassaladora, conforme indicam as expressões desses rapazes que posam para a foto acima.
Foto: Getty Images/D. Ramos
Compromisso importante
Todos os anos, a Europa hospeda duas importantes feiras para a indústria de aparelhos móveis: a IFA, em Berlim, e o MWC, em Barcelona. Na capital da Catalunha, o congresso começou nesta segunda-feira (22/2) com quase 4 mil jornalistas inscritos, vindos do mundo todo. A fim de não perder as novidades em smartphones ou tablets, eles também tiveram de aceitar condições de trabalho restritas.
Foto: Getty Images/D. Ramos
Bateria removível
Aos donos de celulares, não há nada mais irritante do que uma bateria descarregada. Ou aquela bateria que, após certo tempo, não é mais capaz de se recarregar corretamente. A solução para alguns, quando isso ocorre, é comprar um novo smartphone. A LG, ao apresentar o novo G5, traz uma alternativa: a bateria do novo modelo é removível e pode ser facilmente substituída.
Foto: picture-alliance/dpa/T.Albir
Celular refrigerado e à prova d'água
A Samsung, por sua vez, apresentou em Barcelona o novo Galaxy S7. De acordo com a fabricante, o processamento gráfico desses celulares é 64% mais rápido do que de seu antecessor, o S6. O smartphone, que estará disponível em quatro cores, é ainda à prova d'água. E os adeptos de joguinhos no celular não ficarão com os dedos quentes: o S7 vem com um sistema de refrigeração à base de água.
Foto: picture-alliance/AP Photo/M.Fernadez
Olhos podem ouvir
Os smartphones – e isso até as crianças sabem – não servem apenas para fazer ligações: é possível ver televisão, se divertir com jogos, tirar fotos ou ouvir música, assim como usá-los como bússola ou lanterna. E, é claro, são também um símbolo de status. Por isso, eles definitivamente precisam de uma aparência elegante, como os novos S7 e S7 Edge da Samsung (foto).
Foto: Reuters/A. Gea
Fino e leve
Outro destaque em Barcelona foi o MateBook, da fabricante chinesa Huawei. O tablet foi desenvolvido para servir como alternativa aos notebooks, e é o primeiro dispositivo da Huawei com Windows 10. Segundo usuários que o testaram, dá a impressão de ser forte e resistente, mesmo tendo apenas sete milímetros de espessura e pesando míseros 640 gramas.
Foto: picture-alliance/dpa/Q. Garcia
Para pessoas e animais
As fofíssimas Rolling Bots, apresentadas pela LG, lembram o robô BB-8 da saga Star Wars. O dispositivo é capaz de rolar – como o nome e a aparência já sugerem – enquanto monitora uma casa ou um apartamento. Mas muito interessante é o modo "animal de estimação", em que ele brinca com os bichinhos. Assim, gatos e cachorros nunca ficarão entediados.
Foto: Getty Images/AFP/J.Lago
O mundo todo não é suficiente
Pelo menos não para o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg. No WMC, Zuckerberg abordou a cooperação entre sua empresa e a Samsung no desenvolvimento da realidade virtual. "Queremos transformar o Facebook na melhor plataforma de vídeo para a realidade virtual", disse ele.
Foto: Reuters/A. Gea
Visão do futuro
A realidade artificial trazida pelo novo Gear VR da Samsung (foto) tem grande chance de um futuro próspero – como bem disse Mark Zuckerberg. Até 25 de fevereiro, essa e outras novas tecnologias podem ser vistas no congresso em Barcelona – e em breve também na internet ou na loja mais próxima.