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Google Street View

Tobias Gerhard (rr)20 de julho de 2008

Após EUA, França e Itália, empresa colhe imagens de metrópoles alemãs para permitir navegação virtual tridimensional. Riqueza de detalhes do material divide opinião de encarregados da proteção à privacidade no país.

Veículo do Google: 11 câmeras captam imagens detalhadasFoto: picture-alliance/dpa

Cada vez mais blogueiros alemães comentam que avistaram carros do Google em sua vizinhança. Equipados com 11 câmeras no teto, os veículos filmam cada vínculo da região a fim de permitir que a empresa inclua imagens tridimensionais de cidades alemãs na funcionalidade Google Street View.

Além de boa parte dos Estados Unidos, o serviço que permite realizar tours virtuais inclui regiões da França e da Itália. Já nos próximos meses, a oferta será ampliada a fim de incluir metrópoles alemãs e também outras cidades da Europa.

Do satélite ao quintal

As primeiras críticas surgiram já em 2006, quando o Google publicou imagens de satélite do mundo todo com surpeendente nitidez através do aplicativo Google Earth. De um lado, muitos se empolgaram com a idéia de reconhecer a própria casa ou a do vizinho, ou mesmo o horizonte de Nova York, vistos de cima. De outro, surgiu o medo de que se abusasse de tais informações e de que as leis de proteção à privacidade pudessem ser desrespeitadas.

O Street View leva o debate literalmente a uma nova dimensão. Enquanto o Google Earth disponibiliza apenas imagens tomadas diagonalmente por satélites no espaço sideral e sem riqueza de detalhes, o Street View possibilita uma navegação horizontal e interativa. Imagens de edifícios chegam a ser tão reais, que ao se aproximar o zoom tem-se a sensação de poder bater à porta.

Street View permite percorrer rota da Volta da FrançaFoto: Google Maps


Abuso de privacidade

Logo após o lançamento do programa nos Estados Unidos em maio de 2007, diversos fóruns na internet passaram a reunir e comentar situações grotescas, vergonhosas e engraçadas – de calças caídas ao tráfico de drogas. Também houve muitas reclamações de pessoas flagradas em situações íntimas pelas câmeras do Google.

Não demorou para que surgissem nos EUA os primeiros processos por desrespeito a leis de privacidade. Ainda recentemente, um casal de Pittsburg tentou impedir judicialmente a divulgação de imagens de sua casa no Street View por abuso de privacidade.

Google despreocupado

Mas a empresa não se mostra preocupada com as acusações. Stefan Keuchel, assessor de imprensa do Google Deutschland, afirma que a empresa faz tudo para proteger suficientemente os dados e a privacidade dos cidadãos.

Quem se sente prejudicado ou ridicularizado pelas imagens divulgadas no Street View, pode solicitar ao Google a retirada das mesmas. Além disso, já estaria em funcionamento um mecanismo que borraria automaticamente rostos e placas de veículos, tornando-os irreconhecíveis.

Para Keuchel, as preocupações relativas à proteção de dados são um fenômeno principalmente alemão. "Em outros países, as pessoas vêem o serviço com melhores olhos", constata. No entanto, ele acredita que, a longo prazo, também os alemães se deixarão convencer das vantagens do serviço.

Dados em perigo?

A maior parte dos encarregados da proteção de dados dos Estados federados alemães considera problemático o projeto e mesmo o responsável do governo federal, Peter Schaar, exige que sejam estabelecidos limites legais para a empresa.

O departamento responsável na Renânia do Norte-Vestfália argumenta que o problema do retrato de pessoas pode até ser facilmente solucionado através dos filtros utilizados pelo Google. "Mais complicado será com dados que podem ser relacionados a uma determinada pessoa", acrescenta. Criminosos poderiam usar o serviço para investigar objetos, assim como bancos poderiam tirar conclusões sobre a credibilidade financeira de seus clientes.

Mesmo que o perigo proporcionado pelo Street View esta sendo sobrestimado: a tendência de o Google acumular dados continua. Milhões de informações detalhadas de usuários são arquivadas, e não se pode excluir a possibilidade de as mesmas terem sido ou virem a ser fornecidas para terceiros ou até mesmo para o serviço secreto, alerta Georg Reischl, escritor e especialista em assuntos relacionados ao Google.

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