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Governador da Baviera pede intervenção urgente de Merkel

27 de outubro de 2015

Horst Seehofer diz que governo federal tem até domingo para limitar e controlar o afluxo de migrantes no estado alemão. Político acusa a Áustria de não informar autoridades bávaras sobre envio de refugiados à Alemanha.

Foto: Getty Images/AFP/C. Stache

O governador da Baviera, Horst Seehofer, criticou a Áustria nesta terça-feira (27/10) por permitir que milhares de refugiados entrem na Alemanha sem que as autoridades locais sejam informadas, e pediu uma intervenção urgente da chanceler federal, Angela Merkel.

"O comportamento da Áustria fere nossas relações como vizinhos. Não podemos e não devemos lidar uns com os outros dessa maneira", afirmou Seehofer ao jornal Passauer Neue Presse.

A Baviera tem sido o principal ponto de entrada de centenas de milhares de migrantes que chegam à Alemanha nos últimos meses. As autoridades locais acusam Viena de não informá-los quando novas levas de refugiados estão a caminho da fronteira.

As autoridades austríacas, porém, rejeitam a acusação e asseguram que os dois lados estão constantemente em contato para coordenar o fluxo migratório. "Normalmente não comentamos declarações políticas, mas o fato é que a Áustria recebe 11 mil pessoas diariamente em Spielfeld, e a Baviera não pode dizer que irá lidar com apenas 50 pessoas por hora em sua fronteira. Isso é uma piada", afirmou um porta-voz da polícia austríaca.

Entretanto, a polícia bávara diz que, apenas nesta segunda-feira, cerca de 2 mil refugiados atravessaram a fronteira a pé, pegando as autoridades de surpresa, e que os números informados pelos austríacos não condizem com o total de pessoas que chegam ao estado.

O secretário do Interior da Baviera, Joachim Herrmann, reforçou as críticas às autoridades do país vizinho, dizendo que a Áustria quer apenas encaminhar os refugiados à Alemanha com a maior rapidez possível. Ele qualifica como "irresponsáveis" as atitudes dos colegas austríacos.

Prazo até domingo

Seehofer insistiu que Merkel deve intervir junto a seu homólogo austríaco, Werner Faymann, afirmando que a chanceler deve pôr fim à "política de portas abertas".

O governador bávaro, que também é o líder da União Social Cristã (CSU) – a tradicional aliada da União Democrata Cristã (CDU), de Merkel –, é um dos mais vorazes críticos da política migratória do governo federal.

Ele deu um ultimato a Berlim, dizendo que irá aguardar até domingo para ver se o governo federal "está pronto para acatar o pedido da Baviera de controlar e limitar a imigração". "Se não houver resultados, teremos que considerar quais são nossas opções", ameaçou.

O secretário-geral da CDU, Peter Tauber, pediu paciência, afirmando que esta não é uma decisão simples. "Não há um interruptor que se possa ligar e desligar", disse, alertando que é necessário trabalhar em nível europeu para lutar contra as causas do atual fluxo migratório. "Isso leva tempo", ressaltou.

RC/rtr/dpa/afp

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