Após meses de discussões, governo federal entra em consenso sobre alteração na Lei das Energias Renováveis. Reforma, que busca impulsionar a energia limpa no país, deve ainda ser aprovada pelo Parlamento alemão.
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O governo da Alemanha chegou a um consenso nesta quarta-feira (08/06) sobre uma reforma na Lei das Energias Renováveis (EEG), após meses de discussões internas, a fim de promover e melhor controlar os custos do desenvolvimento da energia proveniente de fontes naturais.
A reforma na legislação será agora apresentada ao Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão), que deve decidir se acata ou não as mudanças na lei antes do recesso parlamentar de verão.
O ministro da Economia alemão, Sigmar Gabriel, afirmou, durante o lançamento do pacote de reformas em Berlim, que as novas regras estabelecem uma real "mudança de paradigma na política energética" da Alemanha, cuja proporção de energia renovável é de 33% hoje, ante 17% em 2010.
Gabriel reconheceu que os recentes planos do governo alemão para transformar o setor energético têm sido responsáveis por "grandes progressos" e que são agora "irreversíveis", mas qualificou as mudanças na EEG como uma das maiores reformas do governo nos últimos tempos.
A reforma, que deve ser totalmente implementada em 2017, prevê, por exemplo, que empresas de energia eólica, solar e de biogás não mais trabalhem com um preço fixo pela eletricidade fornecida. Em vez disso, elas devem competir em concursos públicos, e a oferta mais barata leva o contrato.
Além disso, um montante máximo anual será definido para a energia eólica, tanto em terra como no mar, assim como para a eletricidade gerada por painéis solares e biomassa. Assim, o governo da chanceler federal Angela Merkel espera evitar o aumento dos custos da chamada energia verde.
De acordo com as projeções de Berlim, espera-se que, até 2025, o consumo de eletricidade procedente de fontes renováveis na Alemanha seja de 40% a 45% do total da energia gerada.
A EEG, que estabeleceu cotas a serem pagas pelo consumidor, foi alvo de críticas quando entrou em vigor em 2000, com empresas relatando um aumento de quase 300% nas contas de energia elétrica.
EK/dw/dpa/rtr
Dez fontes inusitadas de energia
As reservas de combustíveis fósseis são limitadas e milhões de toneladas de dejetos vão para o lixo a cada dia. Seja com urina, escamas de peixe e até azeitonas, confira dez formas criativas de gerar energia sustentável.
Foto: Wattway/COLAS/Joachim Bertrand
Urina e excrementos
Nossas necessidades fisiológicas podem ter utilidade, em vez de serem descartadas pela descarga. Pesquisadores investigam como usar urina e outros excrementos humanos para gerar eletricidade. Em locais inóspitos, por exemplo em campos de refugiados, isso resolveria problemas de saneamento. Apesar da associação negativa, nossos resíduos corporais algum dia talvez possam ser nossos aliados.
Foto: Imago
Cultivo de algas
A ideia ainda está engatinhando e precisa de pesquisas mais aprofundadas, mas cultivar microalgas pode ser uma solução para fabricar biocombustíveis de forma eficiente e sustentável. Elas são capazes de transformar luz solar e dióxido de carbono em etanol. Mas, mesmo sob condições ideais, a quantidade de energia gerada é ainda muito pequena.
Foto: picture-alliance/dpa/MAXPPP
Quando o vento é fraco
Uma película flexível e superleve que capta energia de ventos suaves. Sua inventora, a sul-africana Charlotte Slingsby, a batizou Moya. A cortina de plástico pode ser instalada em construções já existentes sem exigir reformas caras, nem áreas exclusivas e sem fazer mal a pássaros ou morcegos, como pode ocorrer com grandes turbinas de vento.
Foto: Charlotte Slingsby
Carvão de casca de coco
Lenha ainda é a principal fonte de energia em várias partes do mundo. Cascas de coco podem ser uma alternativa sustentável em países como o Quênia e Camboja, onde gerenciar os resíduos do fruto ainda é um grande problema. Em comparação com o carvão tradicional, ela queima por mais tempo, é mais barata e dispensa o corte de árvores.
Foto: Imago/fotoimedia
Escamas e espinhas de peixe
A indústria de transformação de peixe gera diariamente montanhas de resíduos. Embora as espinhas, escamas e as vísceras oleosas de toneladas de peixes não sejam úteis para o mercado, podem ser usadas para produzir biocombustível. Brasil, Honduras e Vietnã já fazem experiências com essa fonte de energia, mas dificuldades financeiras podem atrapalhar as pesquisas.
Foto: AP
Turbinas de vento camufladas
Imitar a natureza para gerar eletricidade foi a fórmula francesa que levou à árvore de vento. Jerome Michaud-Lariviere, responsável pelo conceito, inspirou-se nas folhas de árvores agitadas pela brisa. A estrutura criada por ele tem 72 miniturbinas no lugar das folhas e produz energia para abastecer 15 semáforos, carregar um carro elétrico ou iluminar uma residência pequena.
Foto: NewWind
Movimento do corpo
Imagine aproveitar cada passo que você dá para acender luzes ou carregar dispositivos eletrônicos. Este é o conceito por trás de superfícies inteligentes localizadas sob pistas de dança, campos de futebol e estações de metrô pelo mundo. A energia obtida pode ser usada nas proximidades. Taí uma boa desculpa para manter o corpo em ação!
Foto: Daan Roosegaarde
Azeitonas viram biocombustível
Parte fundamental da culinária mediterrânea, o azeite de oliva é feito da azeitona. A produção gera quatro vezes o peso do produto final em rejeitos. Uma vez esmagadas para que o óleo seja extraído, as sobras que iriam para o lixo ainda podem ser usadas para fazer biocombustível. O projeto Phenolive gera eletricidade e calor, aproveitando completamente o fruto.
Foto: Fotolia/hiphoto39
Resíduos da plantação de mostarda
A falta de recursos estimula as pessoas a serem criativas na busca de alternativas. Sobras de colheitas são um problema para descartar, mas podem dar origem a boas soluções. Incinerar caules e folhas de plantações de mostarda, por exemplo, rende eletricidade para milhares de casas na área rural e as cinzas ainda podem ser usadas como fertilizante.
Foto: DW
Rodovias e ciclovias solares
Nem asfalto, nem concreto. Painéis fotovoltaicos feitos de uma resina que comporta bicicletas a caminhões podem pavimentar a rua do futuro. Com lâmpadas LED para criar sinalização sem tinta e aquecimento para prevenir acúmulo de gelo, as rodovias que captam energia solar estão nos planos da França. Em cinco anos, o país pretende construir painéis solares fotovoltaicos ao longo de suas rodovias.