Ministro alemão do Interior diz que morte de político conservador de Kassel possivelmente teve motivação política e afirma que extremismo de direita representa um grave perigo. Militante neonazista é principal suspeito.
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O ministro alemão do Interior, Horst Seehofer, afirmou nesta terça-feira (18/06) que a polícia trabalha com a hipótese de assassinato do chefe do conselho administrativo do distrito de Kassel, Walter Lübcke, teve motivação política.
"De acordo com o que sabemos até agora devemos assumir que o autor do crime é um extremista de direita e que o crime tem um pano de fundo extremista de direita", disse Seehofer, numa coletiva de imprensa sobre o caso.
O representante do governo alemão condenou ainda o homicídio. "Um ataque extremista de direita contra um líder representante do nosso Estado é um sinal de alarme e é dirigido contra todos nós", afirmou Seehofer.
"Precisamos combater o extremismo de direita e radicalismo de direita com todos os meios do Estado de direito", acrescentou. Seehofer destacou ainda que o extremismo de direita representa um grave perigo para a liberdade da sociedade.
Lübcke, de 65 anos e filiado à União Democrata-Cristã (CDU), foi encontrado morto por seus parentes no terraço da sua residência com um tiro na cabeça no dia 2 de junho. A polícia rapidamente descartou a hipótese de suicídio ou disparo acidental. Nenhuma arma foi encontrada no local. A autópsia revelou que o disparo ocorreu à curta distância.
O principal suspeito, identificado como Stephan E. , de 45 anos, está detido. Ele já teve ligação com grupos de extrema direita, entre eles o núcleo do neonazista Partido Nacional-Democrático (NPD) do Estado de Hessen. Segundo as autoridades, há anos ele era militante de extrema direita e cometeu vários delitos por motivações políticas.
De acordo com o presidente do Departamento de Proteção à Constituição da Alemanha (BfV), o serviço de inteligência interno do país, Thomas Haldenwang, o suspeito entrou para a cena de extrema direita no final da década de 1980.
A imprensa alemã noticiou que o suspeito já foi detido no passado em Dortmund durante um confronto entre extremistas e sindicalistas durante as festividades de 1° de maio e tinha ficha por posse ilegal de armas, furtos e outros delitos. Ele chegou ainda a ser condenado por tentar atacar um abrigo de refugiados em Hessen nos anos 1990.
O chefe da Polícia Criminal da Alemanha (BKA), Holger Münch, disse que o suspeito se recusa a falar sobre o assassinato de Lübcke. A arma do crime ainda não foi encontrada.
Apesar dos investigadores afirmarem que não sabem se há outros envolvidos no homicídio ou se o Stephan E. faz parte de algum grupo específico, o jornal alemão Süddeutsche Zeitung disse testemunhas teriam visto dois carros suspeitos próximos à casa do político na hora do crime.
Lübcke, o político assassinado, vinha sendo regularmente alvo de críticas e insultos da cena extremista local por suas posições pró-migrantes. Ele também defendeu publicamente a política de braços abertos da chanceler federal Angela Merkel durante a crise dos refugiados de 2015.
À época, durante uma audiência pública, ele bateu boca com militantes de extrema direita que criticavam a instalação de abrigos provisórios para refugiados no distrito.
CN/dpa/rtr
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