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Menos impostos

14 de maio de 2009

Apenas neste ano, deverá haver na Alemanha uma queda de 45 bilhões de euros na arrecadação tributária. Ministro critica proposta de democrata-cristãos de reduzir impostos diante da crise.

Peer Steinbrück, ministro alemão das Finanças: principal meta é reduzir endividamentoFoto: AP

O fisco alemão deverá registrar uma queda de 316 bilhões de euros na arrecadação de impostos entre 2009 e 2013 devido à crise financeira e econômica mundial. Somente neste ano haverá uma queda de 45 bilhões de euros na arrecadação tributária, informou o ministério alemão das Finanças.

O anúncio foi feito com base num prognóstico de médio prazo divulgado tradicionalmente em maio e anunciado nesta quinta-feira (14/05) por uma comissão formada por órgãos financeiros, institutos de pesquisa, representantes do Banco Central alemão e do Departamento Federal de Estatísticas.

"Os orçamentos públicos serão fortemente afetados. Nunca houve uma queda tão grande na história da República Federal da Alemanha", disse o ministro ao jornal Neue Presse, de Hannover. Não fossem os efeitos da crise, a Alemanha teria em 2011, pela primeira desde 1969, um orçamento federal sem novas dívidas.

"Terei que solicitar uma revisão do orçamento até o final de maio. A dívida total da Alemanha aumentará em 80 bilhões de euros este ano. E em 2010 não será diferente", lamentou Steinbrück.

Endividamento recorde

A queda na arrecadação do fisco se deve, em grande parte, aos efeitos da mais profunda recessão na Alemanha desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Mas também devido aos benefícios fiscais contemplados nos pacotes de fomento à conjuntura anunciados recentemente pelo governo.

A isso somam-se os gastos elevados com programas sociais, seguro-desemprego e o pagamento de juros. Com isso, a Alemanha caminha para um endividamento recorde de mais de dois trilhões de euros nos próximos quatro anos.

Base para o cálculo foram os prognósticos de crescimento econômico apresentados recentemente pelo governo alemão, que preveem uma retração de 6% da economia do país em 2009 e um crescimento mínimo de apenas 0,5% em 2010. A médio prazo, e diante da normalização da conjuntura, a arrecadação fiscal voltará a crescer, embora com base em um patamar bem mais baixo.

Em virtude destes prognósticos, o ministro criticou os planos da chanceler federal, Angela Merkel, e dos partidos conservadores, seus parceiros de coalizão, de baixar os impostos na próxima legislatura. Também o Partido Liberal apoia a medida. "Tais promessas enganam o eleitorado", advertiu Steinbrück ao jornal Passauer Neue Presse, lembrando que a principal tarefa até 2013 é reduzir as dívidas.

RR/dpa/ap

Revisão: Soraia Vilela

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