Governo alemão pede transparência no caso Marielle
19 de março de 2018
Encarregada de direitos humanos do Ministério do Exterior da Alemanha diz estar abalada com assassinatos de vereadora e motorista e esperar que investigação seja rápida, transparente e independente.
Anúncio
A encarregada e direitos humanos e assistência humanitária no Ministério do Exterior alemão, Bärbel Kofler, repudiou nesta segunda-feira (19/03) os assassinatos da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes e exigiu transparência nas investigações para o esclarecimento do crime.
"Os assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes me abalaram muito. Condeno fortemente esse ato traiçoeiro. Como vereadora do Rio de Janeiro e presidente da Comissão de Defesa da Mulher [da Câmara], Marielle foi uma inspiração para todos aqueles engajados na proteção e no respeito dos direitos humanos", afirmou Kofler, em comunicado.
A representante do governo alemão destacou o trabalho de Marielle pelos direitos das mulheres, sobretudo negras, e contra a violência policial.
"As autoridades brasileiras anunciaram que esclarecerão completamente os assassinatos. Espero que essa investigação seja rápida, substancial, transparente e independente, para identificar os culpados e responsabilizá-los", destacou Kofler.
Marielle e Anderson foram mortos ao sair de um evento na Lapa na quarta-feira. O carro onde estavam foi baleado diversas vezes. A principal hipótese da Delegacia de Homicídios do Rio é de que se tratou de uma execução premeditada, dada a ação dos criminosos.
O caso provocou uma série de reações internacionais, inclusive de deputados europeus, que pediram à União Europeia (UE) que, diante do caso, suspendesse as negociações do acordo comercial com o Mercosul.
CN/ots
----------------
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos noFacebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App
Protestos contra a morte de Marielle em imagens
Milhares de manifestantes foram às ruas Brasil afora em repúdio ao assassinato da vereadora carioca. Ela era conhecida por defender os direitos das mulheres e a inclusão social, além de ser crítica da violência policial.
Foto: Getty Images/AFP/M. Schincariol
Comoção na despedida
Sob forte emoção de amigos e familiares, o corpo da vereadora Marielle Franco foi enterrado no final da tarde de quinta-feira (15/03) no cemitério São Francisco Xavier, no Caju, Zona Portuária. Antes, Marielle e o motorista Anderson Gomes foram velados na Câmara Municipal do Rio de Janeiro
Foto: Reuters/P. Olivares
Homenagem na Câmara dos Deputados
Cidadãos participam de uma homenagem à vereadora Marielle Franco organizada pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol) na Câmara dos Deputados, em Brasília. Marielle era uma conhecida ativista dos direitos das mulheres e da inclusão social, além de ser crítica da violência policial. Ela tinha se manifestado contra a atual intervenção federal no Rio de Janeiro.
Foto: Imago/Agencia EFE/J. Alves
A luta continua
Durante a quinta-feira, protestos por todo o Brasil reiteraram os temas pelos quais Marielle lutava. Em frente à Câmara Municipal do Rio de Janeiro, manifestantes estenderam uma faixa contra a intervenção militar na cidade.
Foto: Reuters/P. Olivares
Cortejo e protestos no Rio
Milhares de pessoas se reuniram diante da Câmara Municipal do Rio, no centro onde o corpo de Marielle foi velado. No momento da chegada do corpo, houve grande comoção e aplausos.
Foto: Reuters/S. Moraes
Milhares de vozes por direitos
A aglomeração de manifestantes em torno da Câmara Municipal foi noite adentro. Além de protestar contra a morte da vereadora, os manifestantes estenderam faixas e cartazes em prol dos direitos humanos, dos direitos LGBT e contra o racismo.
Foto: Reuters/R. Moraes
A união faz a força
Cidadãos comovidos se abraçam ao lado de um desenho de Marielle Franco, no Rio. A vereadora foi morta a tiros na Rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, na região central da cidade, por volta das 21h30 de quarta-feira (14/03).
Foto: Reuters/R. Moraes
"Parem de nos matar"
Durante manifestação em São Paulo, ativistas deitaram na rua para chamar a atenção para as vidas perdidas injustamente no país. Ao fundo, uma faixa com a frase "parem de nos matar".
Foto: Getty Images/AFP/M. Schincariol
Manifestantes fecham Paulista
O ato na avenida Paulista começou por volta das 17h no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). O protesto fechou totalmente a via no início da noite. Às 19h20, os manifestantes caminharam em direção à rua da Consolação.
Foto: Getty Images/AFP/M. Schincariol
Quem matou Marielle?
Nos protestos pelo Brasil, que também foram registrados em capitais como Salvador e Curitiba, faixas buscavam explicações para a morte de Marielle e do motorista Anderson Gomes. A polícia acredita que o carro de Marielle tenha sido perseguido por cerca de quatro quilômetros. Os assassinos usaram uma arma 9 mm.
Foto: Reuters/L. Benassatto
Marielle presente
Marielle presente! A frase invadiu as redes sociais e foi vista em inúmeros cartazes Brasil afora. Ativistas não querem que as lutas de Marielle sejam enterradas junto dela. "Não vamos deixar a voz dela morrer", foi a tônica do protestos.