Governo alemão prevê 3,6 milhões de refugiados até 2020
25 de fevereiro de 2016
Ministério da Economia ressalva que estimativa é meramente técnica e visa avaliar fatores econômicos. Prognóstico confiável é impossível de ser feito no momento, afirma.
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Um prognóstico interno do governo da Alemanha prevê que o país possa receber 3,6 milhões de refugiados até 2020, informou nesta quinta-feira (25/02) o jornal Süddeutsche Zeitung.
A previsão, feita pelo Ministério alemão da Economia em conjunto com outros ministérios, tem como base estimativas que sugerem a chegada de, em média, 500 mil refugiados por ano entre 2016 e 2020. Esses números totalizariam 2,5 milhões de pessoas, que se somam ao 1,1 milhão que já chegou à Alemanha em 2015.
Segundo o diário, o Ministério da Economia ressalvou que se trata de uma "estimativa meramente interna e técnica sobre a imigração, em coordenação com outros órgãos governamentais", com o objetivo de avaliar fatores econômicos.
Segundo o ministério, é impossível fazer um prognóstico confiável sobre a chegada de refugiados. O chefe do Departamento Federal de Migração e Refugiados, Frank-Jürgen Weise, disse que a estimativa divulgada é mera especulação, afirmando que há muitos fatores imprevisíveis a serem considerados.
Nesta quarta-feira, a Polícia Federal alemã registrou a chegada de apenas 103 migrantes no país, representando uma queda significativa em relação à média de dois mil por dia registrada no início da semana passada. O motivo seria a imposição de controles mais rígidos na chamada rota dos Bálcãs.
A reportagem do Süddeutsche Zeitung foi divulgada enquanto o Parlamento alemão se prepara para votar, nesta quinta-feira, novas medidas que visam limitar o número de refugiados no país, além de acelerar o processamento dos pedidos de asilo.
RC/rtr/dpa
Iniciativas a favor dos refugiados
Muitos alemães têm acolhido os refugiados e oferecido apoio a eles. Isso inclui também pessoas famosas, como o músico Udo Lindenberg e o ator Til Schweiger.
Foto: picture-alliance/dpa/B. von Jutrczenka
"Aktion Arschloch"
Esta iniciativa criada por um professor de música tentou levar o antigo hino antinazista "Schrei nach Liebe" ("Grito por amor") de volta às paradas. A música havia sido lançada pela banda Die Ärtze em 1993 e, 22 anos depois, de fato voltou às paradas, chegando ao primeiro lugar. Tanto a banda como as lojas online querem doar o valor arrecadado à organização Pro Asyl, que se dedica a refugiados.
Foto: aktion-arschloch.de
"Agora seremos amigos"
O roqueiro Udo Lindenberg fez em Bremen um show para cerca de cem refugiados e voluntários que trabalham nos abrigos. Entre as músicas executadas está uma novidade, a canção "Wir werden jetzt Freunde" (Agora seremos amigos), cuja letra é uma calorosa recepção aos refugiados: "Venha, agora seremos amigos, esta é a tua casa, e ninguém vai te expulsar daqui", canta o velho roqueiro.
Foto: picture-alliance/dpa/W. Kastl
Curso de alemão
O ator Til Schweiger criou uma fundação – com seu próprio nome – para auxiliar os refugiados. Ela conta com diversos apoiadores, como o técnico da seleção alemã, Jogi Löw, o rapper Thomas D e o ator Jan Josef Liefers. Com a fundação, Schweiger quer apoiar um abrigo de refugiados em Osnabrück, por exemplo oferecendo cursos de alemão.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Kalaene
Roupas "Refugees Welcome"
O trio de rap e electropop Deichkind foi à cerimônia de entrega do prêmio de música alemã Echo, em marco, vestindo roupas com a frase "Refugees Welcome" ("Refugiados são bem-vindos"). Camisetas e moletons com a expressão são vendidos na loja online da banda, e os lucros são doados para a organização Pro Asyl.
Foto: Reuters/Michael Sohn
Instrumentos musicais
"Esporte e música são as coisas que as pessoas têm para tornar a sua vida mais alegre", afirmou o compositor Heinz Rudolf Kunze em entrevista ao jornal "Neue Presse". Ele fez um apelo às pessoas para que elas doem instrumentos musicais aos refugiados. "Essas pessoas tão humilhadas não precisam apenas de roupas e alimentos, elas também precisam de algo para se ocupar", afirmou.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Weihs
Marcha para refugiados
A atriz Katja Riemann declarou ao jornal "Welt am Sonntag" que está planejando uma marcha em prol dos refugiados. Ela disse já estar em contato com a Anistia Internacional e a Pro Asyl. "Nós temos de voltar às ruas", ressaltou. "Não devemos deixá-las para os neonazistas ou para o Pegida."
Foto: picture-alliance/dpa/Wagner
"De saco cheio dos nazistas"
"O direito de asilo não é negociável, é um direito humano", afirma a campanha Kein Bock auf Nazis – expressão equivalente a "de saco cheio dos nazistas". A iniciativa conta com o apoio de 24 bandas e músicos alemães. Entre muitos outros estão nomes como Die Toten Hosen, Die Ärzte, Deichkind, Fettes Brot, Jan Delay, Tocotronic e Die Beatsteaks.