Governo arrecada 3,15 bilhões de reais em leilão do pré-sal
8 de junho de 2018
Três de quatro blocos foram vendidos. Leilão é marcado por derrota da Petrobras em duas disputas. Estatal recorre a direito de preferência para poder explorar petróleo na região.
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O governo arrecadou nesta quinta-feira (07/06) 3,15 bilhões de reais no novo leilão de áreas do pré-sal. Dos quatro blocos ofertados na quarta rodada de licitações, três foram arrematados.
A disputa foi acirrada pelos blocos de Uirapuru e Três Marias, ambos na Bacia de Santos. Os consórcios liderados pela Petrobras foram derrotados nas duas áreas. A estatal, porém, recorreu ao direito de preferência, que por lei lhe garante participação de 30% nos grupos vencedores.
Desta maneira, o consórcio formado pela norueguesa Statoil, americana ExxonMobil , portuguesa Petrogal e Petrobras arremataram por 2,65 bilhões de reais o bloco Uirapuru. As petroleiras propuseram ainda ceder 75,49% da produção para a União.
O bloco Três Marias foi vendido por 100 milhões de reais. O consórcio formado pela anglo-holandesa Shell, pela americana Chevron e Petrobras ofereceu também 49,95% da produção ao governo.
"Foi mais um leilão extremamente exitoso, em que a gente conseguiu atrair competitividade, fazendo com que a arrecadação aumente. Nossa estimativa é de que as receitas esperadas pela União, estados e municípios cresçam em R$ 40 bilhões", afirmou o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone.
As outras duas áreas oferecidas ficam na Bacia de Campos. No bloco Dois Irmãos, apenas o consórcio liderado pela estatal fez uma oferta. A região foi vendida por 400 milhões de reais. As petroleiras que integram grupo junto com a Petrobras, BP e Statoil, ofereceram 16,43% da produção à União.
Já o bloco Itaimbezinho não recebeu nenhuma oferta. A próxima rodada de leilão do pré-sal está prevista para setembro.
Na abertura desta rodada, Oddone reiterou que a agência não vai interferir na política de ajustes de preço de combustíveis da Petrobras. A afirmativa foi feita após a ANP anunciar um estudo sobre a periodicidade dos ajustes.
"Em nenhum momento está sendo discutida qualquer imposição que prejudique ou que traga perdas para qualquer empresa do mercado brasileiro", destacou.
CN/abr/ots
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Da euforia à crise: a trajetória do pré-sal em 16 manchetes
Os altos e baixos da exploração do pré-sal, uma das maiores riquezas naturais do Brasil, noticiados pela mídia. Da descoberta promissora ao enfranquecimento da Petrobras.
Foto: picture alliance/AP Photo
A descoberta do pré-sal
A confirmação de grandes reservas de petróleo na camada pré-sal, em 2007, foi motivo de euforia para o governo. A então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse que o Brasil entraria para a elite do setor petrolífero, tornando-se exportador. No campo Tupi, localizado na Bacia de Santos, litoral fluminense, a Petrobras estimava um volume de até 8 bilhões de barris de óleo e gás natural.
Foto: Folha de S.Paulo
Projeção de lucros
“A Petrobras é a mãe da industrialização desse país”, disse o então presidente Lula, na primeira extração simbólica de petróleo da camada pré-sal em plataforma da Petrobras. Na época, Lula estimava um investimento de 2 trilhões de reais na economia até 2017.
Foto: UOL
Primeira plataforma de exploração
Em outubro de 2010, o então presidente Lula inaugura a primeira plataforma de exploração de petróleo da camada pré-sal no campo Tupi. O discurso do governo ainda era de euforia e de desenvolvimento da economia a partir daquela nova produção. “O Brasil jogou fora o século 20. O século 21 será inexorável”, afirmou Lula.
Foto: UOL
Lucro recorde na produção
No ano seguinte (2011), a Petrobras anunciou lucro líquido recorde na receita de 2010: mais de 35 bilhões de reais. O aumento e a diversificação da produção da petrolífera, impulsionada pelo pré-sal, geraram na época os resultados mais positivos dos últimos anos.
Foto: Portal G1
As cidades do pré-sal
A economia das cidades litorâneas da região onde a Petrobras investiu na exploração do pré-sal passou por um boom. Investimentos ligados ao setor do petróleo atraíram empreendimentos e geraram empregos. Na cidade de Santos, litoral paulista, o segmento imobiliário foi um dos beneficiados na época.
Foto: Portal G1
Royalties do petróleo
Após estabelecer em 2012 a divisão dos royalties do pré-sal entre os governos federal, estadual e municipal, a então presidente Dilma sancionou, em 2013, lei que destina 100% dos royalties obtidos pela Unão à educação (75%) e saúde (25%). A sanção ocorreu após as manifestações de junho daquele ano, quando brasileiros foram às ruas pedindo melhorias nos serviços públicos.
Foto: Estadão
Leilão do pré-sal abaixo das expectativas
Em outubro de 2013, acontece o primeiro leilão para a concessão de áreas para exploração de petróleo e gás natural no pré-sal sob o regime de partilha de produção, no qual a Petrobras teria participação mínima de 30%. O leilão teve apenas uma proposta sob o valor mínimo exigido pelo governo. Especialistas diziam que a Petrobras deveria assumir a exploração sozinha, para evitar perdas.
Foto: UOL
Ameaça aos investimentos no pré-sal
Em 2014, a crise internacional no setor petrolífero começou a afetar os investimentos que a Petrobras fazia na exploração do pré-sal. A queda do preço do barril de petróleo no mercado dificultou os lucros da companhia. Crise seria aprofundada meses depois.
Foto: Veja
Os royalties e a crise do petróleo
Devido à crise no setor do petróleo e à queda no preço do barril do óleo, a arrecadação do governo por meio dos royalties do pré-sal registrou uma baixa de 35% em abril de 2015. Estados e municípios também foram prejudicados com repasse abaixo do esperado.
Foto: Veja
Gigantes na exploração do pré-sal
Em meio à crise internacional e à crise institucional da Petrobras – devido às investigações da operação Lava Jato –, a Shell torna-se a maior sócia da exploração do pré-sal no Brasil.
Foto: Portal Terra
Corrupção afeta lucros da Petrobras
O balanço de 2014 da companhia apontou um rombo de 22 bilhões de reais devido aos crimes de corrupção revelados pela Lava Jato e à reavaliação de ativos da empresa. As perdas naquele ano sinalizaram mais dificuldades na produção do pré-sal, já prejudicadas pelo preço do petróleo no mercado internacional.
Foto: Folha de S.Paulo
Menor autonomia brasileira
Em fevereiro de 2016, o Senado aprovou alterações no regime de partilha na exploração do pré-sal no Brasil. A Petrobras deixa de ser a operadora única, abrindo espaço para empresas estrangeiras participarem de futuros leilões das áreas petrolíferas. Assim, não é mais obrigatória a participação mínima de 30% da estatal brasileira nos consórcios de exploração do pré-sal.
Foto: Folha de S.Paulo
Prejuízo recorde
Mais de 34 bilhões de reais. Este foi o prejuízo da Petrobras no ano de 2015, segundo balanço divulgado em março de 2016. A empresa justificou o rombo com a crise do setor do petróleo, a crise econômica brasileira e a perda de credibilidade da empresa no mercado, abalada pelas denúncias e investigações da Lava Jato.
Foto: Portal G1
Depois da tempestade vem a bonança
Após três trimestres consecutivos no vermelho, o balanço da Petrobras voltou a ser positivo no segundo trimestre de 2016. A empresa registrou nesse período lucro líquido de 370 milhões de reais. Segundo a estatal, o resultado se deve à redução de despesas, ao aumento de 7% da produção total de petróleo e gás natural, e à redução de custos da produção, entre outros fatores.
Foto: Portal G1
Petroleiras estrangeiras de olho no pré-sal
Após mudanças no regime de exploração do pré-sal, aprovadas pelo Senado, companhias petrolíferas já pressionam o governo para alterações regulatórias. Leilões estão previstos para 2017, mas a Petrobras não deverá participar de nenhum. A empresa deverá se concentrar na redução de dívidas e na exploração dos campos de Libra e Lula, disse uma fonte ao jornal "O Globo".
Foto: O Globo
Novo prejuízo em 2016
Após três trimestres consecutivos no vermelho, o balanço da Petrobras voltou a ser positivo no segundo trimestre de 2016. A empresa registrou nesse período lucro líquido de 370 milhões de reais. Segundo a estatal, resultado se deve à redução de despesas, aumento de 7% da produção total de petróleo e gás natural, redução de custos da produção, entre outros fatores.