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Governo austríaco decide desapropriar casa natal de Hitler

12 de julho de 2016

Autoridades tentam evitar que prédio na pequena Braunau am Inn, perto da fronteira com a Alemanha, vire ponto de peregrinação de neonazistas. Proprietária será indenizada. Decisão final cabe ao Parlamento.

Geburtshaus Adolf Hitler Braunau Österreich
Foto: dapd

O governo da Áustria apresentou nesta terça-feira (12/07) um projeto de lei para desapropriar a casa em que o ditador Adolf Hitler nasceu, na cidade de Braunau am Inn, no norte do país. A proprietária, que se recusa a vender o imóvel, deve ser indenizada.

"A decisão é necessária porque a Áustria gostaria de evitar que essa casa se torne um local de culto para neonazistas, o que ela já foi no passado, quando pessoas se reuniam ali para brandir slogans", afirmou o ministro do Interior, Wolfgang Sobotka. A proposta será agora analisada pelo Parlamento, e a expectativa é de que seja aprovada.

Sobotka declarou que continua achando que demolir a casa seria a melhor solução para impedir que o local se torne um ponto de peregrinação de neonazistas. No entanto, a casa está localizada no centro histórico da cidade de 16 mil habitantes, que é tombado pelo patrimônio histórico. Se a desapropriação for aprovada pelo Parlamento, uma comissão do governo deverá decidir sobre o futuro do imóvel em setembro.

Passado conturbado

Hitler nasceu em Braunau am Inn, perto da fronteira alemã, no dia 20 de abril de 1889, e viveu na casa em questão durante seu primeiro ano de vida. Três anos depois, a família se mudou para Passau, no estado alemão da Baviera.

Durante a Segunda Guerra Mundial, um oficial nazista comprou o imóvel e o abriu para o público. Depois da guerra, a casa foi devolvida aos proprietários originais, a família Pommer. Se a lei de desapropriação for aprovada pelo Parlamento, a atual proprietária, Gerlinde Pommer, não terá direito de apelar da decisão, afirmou o ministro do Interior.

"Pela paz, liberdade e democracia. Fascismo nunca mais. Milhões de mortos servem de advertência", diz placa diante da casaFoto: picture-alliance/dpa/M. Röder

Desde 1972, o Ministério do Interior aluga a antiga casa da família Hitler por cerca de 5 mil euros por mês. O edifício já abrigou uma biblioteca, um banco e, mais recentemente, um centro para pessoas com deficiências, que se mudou do lugar em 2011, depois de a proprietária não permitir a realização de obras para melhorar a acessibilidade.

No momento não há no local muitas referências ao passado da casa, pintada da cor amarela. Apenas uma pedra de granito, vinda do campo de concentração de Mauthausen e colocada ali em 1989, por ocasião do centenário do nascimento de Hitler, recorda o passado inglório. "Pela paz, liberdade e democracia. Fascismo nunca mais. Milhões de mortos servem de advertência", diz a mensagem cravada na rocha.

Em janeiro de 2015, o Ministério do Interior austríaco já sinalizava que planejava a desapropriação da casa, enquanto outras vozes da sociedade civil pediam que ela fosse demolida para acabar com qualquer vestígio do passado de Hitler.

LPF/efe/dpa/rtr

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