Governo Bolsonaro é tema de debate no Parlamento Europeu
Mirra Banchón cn
29 de novembro de 2018
Futuro governo brasileiro foi assunto da reunião da Delegação da União Europeia para Relações com o Brasil, em Bruxelas. Diplomata europeu avalia que portas estão abertas para a cooperação.
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A Delegação da União Europeia para Relações com o Brasil promoveu nesta quinta-feira (29/11), no Parlamento Europeu, em Bruxelas, um debate sobre o futuro governo Jair Bolsonaro. As reuniões do grupo, que é responsável por estreitar os laços diplomáticos do bloco com o país, supervisionando a parceira estratégica, além de promover a troca interparlamentar, ocorrem duas vezes por semestre.
No segundo e último debate deste semestre, Adrianus Koetsenruijter, diretor do departamento para América Latina do Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE), o serviço diplomático europeu, afirmou que a polarização da sociedade brasileira é preocupante e pediu responsabilidade a Bolsonaro para apaziguar essa divisão.
"Vemos a diversificação do Congresso brasileiro como um grande desafio para o novo governo", avaliou Koetsenruijter, que lembrou que o Brasil é um grande parceiro da União Europeia.
Como um parceiro estratégico da UE desde 2007, o bloco se aproximou do Brasil. Bruxelas pôde contar com sua estreita colaboração para realizações como o Acordo de Paris de 2015 contra as mudanças climáticas. O fato de o Brasil ser um parceiro confiável e importante costuma ser destacado em diferentes instâncias europeias.
A incerteza sobre essa parceira cresce agora depois da guinada política no país, ainda mais após o anúncio da retirada da candidatura brasileira como sede da Conferência do Clima em 2019. Mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável, direitos humanos e políticas de gênero e inclusão são os principais pontos da cooperação europeia, principalmente com os países da América Latina.
"Temos grandes ambições em relação às mudanças climáticas. Mesmo sabendo que o tema não é muito considerado por Bolsonaro, temos bons argumentos conseguir que ele trabalhe conosco. O novo governo encontrará o caminho para a UE", destacou Koetsenruijter.
A cientista política Fanny Vridagh, da Universidade Livre de Bruxelas, que também foi convidada para o debate, tem uma visão semelhante à do diplomata europeu. "Não acredito que Bolsonaro, um grande pragmático, tenha interesse em cortar relações com a UE", disse Vridagh à DW. "Antes que uma falta de cooperação nas questões climáticas prejudique as relações com a UE, ele recuaria", acrescentou.
Em relação às políticas de gênero, Koetsenruijter disse que não se pode deixar 50% da população de fora da cooperação bilateral. "Acredito que encontraremos um caminho. O futuro presidente tem moderado suas declarações. Minha esperança está colocada principalmente nas mulheres do Brasil", acrescentou o diplomata.
Já Vridagh não é tão otimista. "Não há dúvida de que as políticas de gênero não serão sua prioridade. Esse tipo de ideia é para ele um complô marxista". Em sua opinião, no caso de a UE se importar muito, Bolsonaro "poderá não lutar contra as que já existem, mas as deixará de lado".
Por outro lado, a questão da segurança é uma prioridade para o novo governo. A cooperação europeia vê nesta temática algumas possibilidades estratégicas: missões conjuntas, segurança cibernética, ciência e tecnologia. "Temos muitos anos de histórias de êxito nestes campos e esperamos que continue assim", afirmou Koetsenruijter.
"Temos certeza que o governo Bolsonaro vai querer continuar cooperando com Bruxelas, não somente porque somos os maiores investidores", continuou Koetsenruijter. O avanço das negociações com de um acordo comercial entre o Mercosul e a UE está na lista de prioridades europeias.
Vridagh, porém, fez uma avaliação diferente sobre este quesito. "O acordo entre UE e Mercosul não será fechado com Bolsonaro. Seu anúncio foi que pensa em deixar o Mercosul, pois quer se distanciar dos países menos desenvolvidos", afirmou a cientista política e acrescentou que parece mais provável que o presidente eleito se esforçará para se aproximar dos Estados Unidos.
Em sua exposição, Koetsenruijter destacou ainda o trabalho conjunto realizado com governos anteriores nas áreas de direitos humanos e povos indígenas.
"Embora saibamos que até agora não houve muito eco no futuro governo, nosso trabalho tem tido um grande eco na sociedade e esperamos poder continuá-lo. O Brasil tem sido para nós um parceiro estratégico não somente bilateral, mas também como um soft power na América Latina, África e Ásia. Temos algo a oferecer a este governo e estamos abertos ao diálogo", concluiu o diplomata.
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Um problema técnico no avião que levava Angela Merkel para cúpula do G20, na Argentina, fez com que a viagem fosse adiada. O avião precisou fazer uma escala forçada em Colônia. O problema ocorreu uma hora após a decolagem em Berlim. A chanceler federal da Alemanha perderá o início do evento em Buenos Aires, mas pretende chegar para o jantar com líderes. (29/11)
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Numa estratégia de longo prazo, a União Europeia (UE) instou governos, empresas e cidadãos a aderirem à ambiciosa meta de cortarem as emissões de gases do efeito estufa, deixando de lado os combustíveis fósseis, e atingirem a chamada "neutralidade climática" até 2050. (28/11)
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Mais de 140 baleias-piloto morreram encalhadas no fim de semana na Ilha Steward, no sul da Nova Zelândia. Elas ficaram presas na baía Mason, em dois grupos separados por dois quilômetros. Aproximadamente metade das baleias já estava morta quando os socorristas chegaram. A causa do encalhe não foi determinada. Mas doenças, predadores ou condições climáticas extremas podem ter sido fatores. (26/11)
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Cubanos que integram o programa Mais Médicos receberam uma orientação do país caribenho e começaram a deixar de atender pacientes em alguns municípios. Representantes do Brasil, de Cuba e da Organização Pan-Americana da Saúde, que intermediou o contrato entre os dois países, se reuniram em Brasília e decidiram que os médicos cubanos deixarão gradualmente o programa até 12 de dezembro. (20/11)
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Descoberto afresco com cena da mitologia greco-romana
Arqueólogos revelaram no parque arqueológico de Pompeia um afresco até então desconhecido: a "cena de sensualidade" mostra a princesa Leda sendo seduzida por um cisne, que na realidade é Zeus, rei dos deuses do Olimpo, metamorfoseado. A antiga cidade foi soterrada no ano 79 pelo vulcão Vesúvio. "As descobertas extraordinárias continuam", comentou o diretor do parque, Massimo Osanna. (19/11)
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Macron pede união franco-alemã para evitar "caos"
Em Berlim, o presidente francês Emmanuel Macron disse que cabe à França e à Alemanha a abertura de "uma nova etapa" na construção de uma Europa soberana para evitar o risco de "caos global". "A Europa, e dentro dela o par franco-alemão tem a obrigação de não deixar o mundo mergulhar no caos e sim acompanhá-lo no caminho da paz", disse Macron. (18/11)
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Submarino argentino desaparecido há um ano é localizado
O Ministério da Defesa e a Marinha da Argentina informaram que a empresa americana Ocean Infinity encontrou o submarino argentino ARA San Juan, desaparecido há um ano nas águas do Atlântico com 44 tripulantes a bordo. O submarino foi encontrado a 900 metros de profundidade. As imagens dos destroços sugerem que a embarcação sofreu uma "implosão" no casco por causa da pressão do mar. (17/11)
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Camboja condena ex-líderes comunistas
O Tribunal Internacional do Camboja condenou a prisão perpétua os dois últimos líderes vivos do Khmer Vermelho por genocídio e crimes contra a humanidade cometidos pelo regime comunista entre 1975 e 1979. Os acusados são Nuon Chea, de 92 anos, o segundo na hierarquia e ideólogo da organização, e Khieu Samphan, de 87, ex- chefe de Estado. (16/11)
Foto: Reuters/ECCC
Crise no Reino Unido
A primeira-ministra britânica, Theresa May, luta por sua sobrevivência política enquanto busca apoio para um acordo preliminar para o Brexit alcançado com a União Europeia (UE). May defendeu sua estratégia perante o Parlamento Britânico, após dois de seus ministros e dois secretários de Estado anunciarem suas renúncias. (15/11)
Foto: Reuters/Pool/I. Vogler
Cuba abandona Mais Médicos
Cuba comunicou que, após cinco anos, vai se retirar do programa Mais Médicos devido a declarações "ameaçadoras e depreciativas" do presidente eleito Jair Bolsonaro. Para Havana, as modificações sinalizadas pelo futuro governo no projeto são "inaceitáveis". Bolsonaro reagiu ao anúncio, afirmando que "infelizmente" Cuba não aceitou as condições impostas para a continuidade do programa. (14/11)
Foto: DW/C. Neher
Incêndio mortal na Califórnia
O número de mortos do incêndio florestal "Camp Fire", no norte da Califórnia, aumentou para 42, fazendo com que este seja não apenas o pior incêndio da história do estado da costa oeste dos Estados Unidos como também o mais mortal. O Camp Fire atinge uma área de 470 quilômetros quadrados e, em cinco dias, consumiu mais de 7,1 mil residências e outras estruturas. (13/11)
Foto: Getty Images/J.Edelson
Morre aos 95 anos Stan Lee
Morreu aos 95 anos, Stan Lee, lenda dos quadrinhos e pai dos mais importantes personagens da Marvel, como Homem-Aranha, Hulk e X-Men. Como escritor e editor, Lee foi a chave para a ascensão da Marvel como um império dos quadrinhos na década de 1960. Em colaboração com artistas como Jack Kirby e Steve Ditko, ele criou super-heróis que encantaram várias gerações de leitores. (12/11)
Foto: Getty Images/R. Polk
Macron discursa contra o nacionalismo
O presidente Emmanuel Macron recepcionou líderes mundiais em Paris para as celebrações dos cem anos do armistício da Primeira Guerra. Ele criticou sentimentos de nacionalismo e alertou para "demônios antigos" que ameaçam a paz. "Ao dizer 'nossos interesses em primeiro lugar, não importa o que aconteça aos outros', você apaga a coisa mais preciosa que uma nação pode ter: seus valores morais."
Foto: Reuters/B. Tessier
Fim da Primeira Guerra Mundial
O presidente da França, Emmanuel Macron, e a chanceler federal alemã, Angela Merkel, protagonizaram um encontro histórico em Compiègne, ao norte de Paris, no mesmo lugar onde, cem anos atrás, a Alemanha e as potências aliadas assinaram o armistício que encerrou a Primeira Guerra Mundial. Merkel e Macron depositaram uma coroa de flores no local. (10/11)
Foto: Getty Images/AFP/A. Jocard
Os 80 anos da "Noite dos Cristais"
Uma cerimônia do Conselho Central dos Judeus em Berlim marcou os 80 anos da "Noite dos Cristais", quando, na noite de 9 para 10 de novembro de 1938, houve tumultos generalizados contra judeus e instituições e estabelecimentos judaicos em toda a Alemanha. No evento, a chanceler federal Angela Merkel reiterou a necessidade de se agir de forma decidida contra o antissemitismo e o racismo. (09/11)
Foto: Getty Images/AFP/T. Schwarz
Trudeau pede perdão por recusa de judeus
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, se desculpou formalmente, em nome de seu país, pela recusa do Canadá em aceitar centenas de refugiados judeus que fugiam da Alemanha nazista pouco antes do início da Segunda Guerra Mundial. Do grupo recusado, mais de 250 morreram durante o Holocausto. "Lamentamos por não termos pedido desculpas antes", afirmou o premiê. (08/11)
Foto: Reuters/C. Wattie
Procurador-geral dos EUA renuncia
O procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, renunciou ao cargo a pedido do presidente americano, Donald Trump. A relação entre os dois estava estremecida há pouco mais de um ano, desde que Sessions se afastou da investigação sobre a suposta ingerência russa nas eleições presidenciais. (07/11)
Foto: Reuters/K. Dietsch
Eleições nos Estados Unidos
Os eleitores americanos foram às urnas para renovar parte do Congresso. As eleições de meio de mandato ("midterm") ocorrem sempre cerca de dois anos após a posse do presidente e, especialmente neste ano, são vistas como um referendo sobre a gestão na Casa Branca. Se perder maioria no Congresso, Donald Trump pode ter projetos travados pelo restante do mandato. (06/11)
Foto: Reuters/J. Sommers
Egito cancela visita oficial do Brasil
O governo do Egito cancelou uma visita oficial que o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, faria ao país árabe. O governo brasileiro foi informado sobre a decisão às vésperas da viagem, algo atípico na diplomacia. Cairo alegou problemas na agenda, mas o gesto foi entendido como uma retaliação a declarações pró-Israel feitas recentemente pelo presidente eleito Jair Bolsonaro. (05/11)
Foto: picture alliance/AP Photo/A.Cubillos
Primeiro dia do Enem 2018
Milhões de candidatos em todo o Brasil participaram do primeiro dia de provas do Enem 2018, que contou com 45 questões de ciências humanas, 45 questões de linguagens e uma redação. O tema da dissertação foi "Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet". O segundo dia de exame ocorre em 11 de novembro, com questões de ciências da natureza e matemática. (04/11)
Foto: Agência Brasil/V. Campanato
Tensão no Paquistão após absolvição de cristã
O destino da paquistanesa Asia Bibi, uma cristã condenada à morte por blasfêmia e que foi absolvida da sentença há alguns dias, foi posto num limbo depois que o Paquistão permitiu que extremistas islâmicos apelassem contra sua absolvição. Críticos condenaram o governo por ceder aos radicais. Ela segue presa, enquanto seu advogado deixou o Paquistão dizendo temer por sua vida. (03/11)
Foto: Getty Images/AFP/A. Hassan
Professores contra "escola neutra" na Alemanha
Cerca de 100 professores de uma escola em Hamburgo lançaram um manifesto contra a plataforma online criada pelo partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que permite que alunos denunciem professores que expressarem opiniões políticas durante as aulas. Profissionais acusam a AfD de "distorção dos princípios democráticos" e defendem a liberdade de opinião. (02/11)
Foto: picture-alliance/dpa/D. Karmann
Moro aceita chefiar Ministério da Justiça
O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, aceitou nesta o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para assumir o comando do Ministério da Justiça. Após reunião no Rio de Janeiro, Moro disse em nota estar "honrado" com o convite e que aceita o cargo com "certo pesar", pois terá abandonar seus 22 anos de magistratura. (01/11)