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Governo Bolsonaro tem 48% de reprovação, aponta Datafolha

27 de maio de 2022

Bolsonaro tem a pior avaliação entre todos os presidentes com o mesmo tempo de mandato desde a redemocratização do Brasil. Visão negativa é maior entre mulheres, moradores do Nordeste e brasileiros com ensino superior,

Jair Bolsonaro
Datafolha também mostrou que Bolsonaro pode ser derrotado já no primeiro turno das eleições de 2022Foto: Anderson Riedel/Präsidentschaft der Republik (PR)

A avaliação negativa do governo de Jair Bolsonaro (PL) atingiu 48%, segundo pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira (26/05). O resultado oscilou dentro da margem de erro da pesquisa divulgada em março, quando Bolsonaro registrou reprovação de 46%.

A porcentagem dos que avaliam o governo como regular ou como bom ou ótimo permaneceu estável. Entre os que aprovam o governo do presidente, a taxa permaneceu idêntica nas duas pesquisas: 25%. Entre os que avaliam a administração como regular, houve queda de um ponto percentual, de 28% para 27%. O porcentual de eleitores que não opinaram permaneceu o mesmo: 1%.

Esses resultados indicam que Bolsonaro segue como o pior presidente avaliado – levando em conta o mesmo tempo de mandato – entre todos os mandatários eleitos desde a redemocratização do país – a primeira eleição direta ocorreu em 1989, quatro anos após o fim da ditadura militar (1964-1985).

Na comparação com seus antecessores, em igual período de mandato, Bolsonaro tem maior reprovação do que Fernando Henrique Cardoso (24%), Luiz Inácio Lula da Silva (22%) e Dilma Rousseff (26%), todos em seus respectivos primeiros mandatos.

A pesquisa foi realizada pelo Datafolha com 2.556 eleitores com mais de 16 anos, em 181 cidades de todas as regiões do Brasil, e tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Ainda assim, a atual taxa de reprovação de Bolsonaro não é a pior já constatada em seu governo, segundo levantamentos recentes. Em dezembro, o número chegou a 53%. Já a avaliação negativa mais baixa foi registrada em dezembro de 2020, quando 37% dos eleitores consideravam o governo ruim ou péssimo.

O ex-presidente José Sarney (MDB), que governou o país entre 1985 e 1990, chegou a ter 62% de avaliação negativa. Na época, porém, o levantamento foi realizado em somente dez capitais.

A rejeição às políticas do governo Bolsonaro derivam principalmente da atual situação econômica do país, com o retorno da inflação e o aumento nos preços dos combustíveis. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), que mede a inflação, o acumulado dos últimos 12 meses até abril foi de 12,13%, o mais alto nível desde outubro de 2003, quando foi de 13,98%.

Mulheres lideram avaliação negativa do presidente

Entre os eleitores que avaliam a gestão de Jair Bolsonaro como ruim ou péssima, as mulheres são 51%, enquanto os homens somam 45%. Entre as regiões, o Nordeste lidera a rejeição ao presidente com 55%.

Os funcionários públicos (61%), brasileiros com ensino superior (54%) e eleitores de Lula (73%) também se destacam na avaliação negativa a Bolsonaro. Entre os que classificam o atual governo como bom ou ótimo estão os evangélicos (35%) e os empresários (48%)

A renda também influencia na avaliação: entre quem ganha entre cinco e dez salários mínimos mensais, a aprovação chega a 35%, número que sobe para 45% para os que recebem mais de dez salários-mínimos. Já os eleitores que já decidiram votar em Bolsonaro nas eleições de outubro, 72% consideram a gestão do presidente como boa ou ótima, um recorde.

O levantamento também apontou que o impacto do Auxílio Brasil é limitado quando o eleitorado é questionado sobre o atual governo: apenas 19% aprovam a gestão, enquanto 45% reprovam e 34% consideram regular.

Para quem não recebe o auxílio, encarado por apoiadores do governo como um recurso para aumentar sua popularidade, os números se aproximam do resultado geral da pesquisa: 49% de avaliação negativa, 27% de aprovação, e 24% regular.

Bolsonaro e Lula têm maiores rejeições

A pesquisa Datafolha também perguntou aos eleitores em quais candidatos eles não votariam de jeito algum no pleito de outubro. Bolsonaro lidera nesse quesito com 54% – em março, o índice era de 55%. O presidente é seguido por Lula (PT), que tem 33% de rejeição.

O ex-presidente, no entanto, continua na liderança da disputa eleitoral para a Presidência, com 48% das intenções de voto, de acordo com o mesmo levantamento. Bolsonaro segue em segundo lugar, com 27%.

Em terceiro, aparece o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 7%, que é seguido por André Janones (Avante, 2%), Simone Tebet (MDB, 2%), Pablo Marçal (Pros, 1%) e Vera Lúcia (PSTU, 1%).

Felipe d'Avila (Novo), Sofia Manzano (PCB), Leonardo Péricles (UP), Eymael (DC), Luciano Bivar (UB) e General Santos Cruz (Podemos) não pontuaram.

Considerando apenas os votos válidos – cálculo que exclui brancos e nulos –, Lula venceria no primeiro turno. O petista tem 54% dos votos válidos, contra 30% de Bolsonaro.

gb (ots)

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