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Governo colombiano acusa Farc de não cumprirem trégua unilateral

21 de novembro de 2012

Mesmo com cessar-fogo declarado unilateralmente pela guerrilha, rebeldes atacaram militares. Não houve vítimas, mas os moradores, que ficaram entre o fogo cruzado, entraram em pânico. Governo colombiano mantém ofensiva.

Foto: picture-alliance/dpa

O Exército colombiano acusou as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) de violar, nesta terça-feira (20/11), o cessar-fogo declarado unilateralmente pela guerrilha da Colômbia.

A trégua de dois meses prometida teria o objetivo de facilitar a negociação de paz com o governo colombiano. O ataque da guerrilha a militares não deixou vítimas.

Este se trata do primeiro incidente divulgado depois que as Farc declararam uma trégua – a primeira em mais de uma década. O cessar-fogo, divulgado nesta segunda-feira, se estenderia até o próximo dia 20 de janeiro.

Os rebeldes das Farc atacaram tropas do Exército que estavam estacionadas próximas ao município de Caloto, em uma zona montanhosa na província de Cauca. Como reação, os militares combateram os rebeldes por várias horas.

“Fomos atacados e respondemos”, disse a jornalistas o coronel Hugo Mesa, comandante da Brigada Móvel 14. Ele afirmou, ainda, que houve três combates no município de Caloto e que não houve vítimas.

Com os enfretamentos, várias famílias de camponeses tiveram que abandonar suas casas e ficaram entre o fogo cruzado dos militares e dos rebeldes. Próximo ao município de Huasanó, também na província de Cauca, rebeldes vestidos de civis levantaram bandeiras brancas a um grupo de soldados do Exército que, logo depois, foram surpreendidos com a explosão de um campo minado ativado pelos guerilheiros.

“Felizmente não há feridos. Mas houve pânico entre os habitantes, sobretudo as crianças”, disse o general Humberto Jerez, comandante da força-tarefa Apolo.

Ivan Marquez, rodeado por jornalistas, representa as Farc nas negociações de paz que ocorrem na capital cubanaFoto: Reuters

Trégua em dúvida

O ministro da Defesa da Colômbia, Juan Carlos Pinzón, colocou em dúvida nesta segunda-feira o anúncio de trégua das Farc, que é considerado o grupo rebelde ativo mais antigo da América do Sul e é considerado como uma organização terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

Pinzón confirmou a decisão do presidente Juan Manuel Santos de manter a ofensiva militar contra a guerrilha até que se chegue a um acordo que permita o fim do conflito de quase 50 anos e que já causou a morte de cerca de 100 mil pessoas.

A segunda rodada de negociações de paz começou nesta segunda-feira em Cuba, e o representante das Farc, Jesús Santrich, disse nesta terça-feira que as conversas avançam em bom ritmo e por um bom caminho.

Seguindo o princípio de que “nada está acordado até que tudo esteja acordado”, as partes começaram a discutir o tema agrário, para depois dialogar sobre as garantias para o exercício político do grupo rebelde, o fim do conflito, a solução para o narcotráfico e as vítimas.

FC/rtr/dpa
Revisão: Francis França

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