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Governo corta R$ 12 milhões do Museu Nacional

29 de maio de 2019

Contingenciamento imposto pelo Ministério da Educação às universidades federais afeta a UFRJ, que administra o museu, e reduz em 21,63% o orçamento para a reconstrução da instituição após incêndio.

O Museu Nacional no Rio de Janeiro, destruído por um incêndio em setembro de 2018
O Museu Nacional no Rio de Janeiro foi consumido pelas chamas em setembro de 2018Foto: picture-alliance/AP Images/M. Lobao

Dados da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil (Andifes) apontam que o bloqueio orçamentário anunciado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro atingirá verbas destinadas à reforma do Museu Nacional no Rio de Janeiro, atingido por um incêndio em setembro do ano passado.

Segundo os dados da Andifes, divulgados pelos portais G1 e UOL, os 55 milhões de reais destinados à restauração do museu sofrerão cortes de 21,63%, o que equivale a um corte de 11,9 milhões de reais. Dessa forma as verbas para a reforma ficariam em 43,1 milhões de reais.

Os 55 milhões destinados à primeira fase da reconstrução do Museu Nacional haviam sido garantidos através de uma emenda da bancada do Rio de Janeiro na Câmara dos Deputados, após uma sugestão de Alexander Kellner, diretor da instituição.

Entretanto, a equipe econômica do governo federal exerceu um bloqueio nas chamadas emendas parlamentares impositivas, cujo pagamento seria obrigatório para o governo. Ao anunciar o contingenciamento orçamentário no final de março, o Ministério da Economia informou que essas emendas sofreriam cortes de 21,63%.

Com o contingenciamento de 5,8 bilhões de reais anunciado para o Ministério da Educação (MEC) em abril, foi bloqueada uma parcela dos orçamentos das 63 universidades e 38 institutos de ensino do governo federal, entre estas, a Universidade federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que administra o museu.

Segundo o governo, o corte no orçamento não inclui os gastos obrigatórios, como assistência estudantil e o pagamento de salários e aposentadorias, valendo apenas para as despesas discricionárias, ou seja, não obrigatórias, como água, luz e equipamentos.

O reitor da UFPR, Roberto Leher, afirmou que as primeiras licitações para a reforma do museu não estão comprometidas, mas que os cortes no orçamento poderão gerar incertezas que comprometerão a qualidade dos serviços.

"Uma eventual falta de recursos para a reconstrução do palácio e dos anexos do museu vai retardar muito a recuperação da instituição Museu Nacional. Seria uma pena se o Brasil trilhasse por esse caminho", observou o diretor do museu, citado pelo UOL. "Temos confiança de que o ministério vai compreender o alcance e o significado da reconstrução do museu para o país."

Logo após o incêndio, o MEC informou ter liberado 10 milhões de reais para ações emergenciais de recuperação do Museu Nacional, como a instalação de uma cobertura provisória, retirada de escombros e o reforço da estrutura do prédio.

O ministério afirmou ainda ter transferido 5 milhões de reais para a Unesco ainda em 2018, para um projeto de desenvolvimento das bases conceituais e técnicas da reconstrução do Museu Nacional.

RC/ots

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