Contingenciamento imposto pelo Ministério da Educação às universidades federais afeta a UFRJ, que administra o museu, e reduz em 21,63% o orçamento para a reconstrução da instituição após incêndio.
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Dados da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil (Andifes) apontam que o bloqueio orçamentário anunciado pelo governo do presidente Jair Bolsonaro atingirá verbas destinadas à reforma do Museu Nacional no Rio de Janeiro, atingido por um incêndio em setembro do ano passado.
Segundo os dados da Andifes, divulgados pelos portais G1 e UOL, os 55 milhões de reais destinados à restauração do museu sofrerão cortes de 21,63%, o que equivale a um corte de 11,9 milhões de reais. Dessa forma as verbas para a reforma ficariam em 43,1 milhões de reais.
Os 55 milhões destinados à primeira fase da reconstrução do Museu Nacional haviam sido garantidos através de uma emenda da bancada do Rio de Janeiro na Câmara dos Deputados, após uma sugestão de Alexander Kellner, diretor da instituição.
Entretanto, a equipe econômica do governo federal exerceu um bloqueio nas chamadas emendas parlamentares impositivas, cujo pagamento seria obrigatório para o governo. Ao anunciar o contingenciamento orçamentário no final de março, o Ministério da Economia informou que essas emendas sofreriam cortes de 21,63%.
Com o contingenciamento de 5,8 bilhões de reais anunciado para o Ministério da Educação (MEC) em abril, foi bloqueada uma parcela dos orçamentos das 63 universidades e 38 institutos de ensino do governo federal, entre estas, a Universidade federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que administra o museu.
Segundo o governo, o corte no orçamento não inclui os gastos obrigatórios, como assistência estudantil e o pagamento de salários e aposentadorias, valendo apenas para as despesas discricionárias, ou seja, não obrigatórias, como água, luz e equipamentos.
O reitor da UFPR, Roberto Leher, afirmou que as primeiras licitações para a reforma do museu não estão comprometidas, mas que os cortes no orçamento poderão gerar incertezas que comprometerão a qualidade dos serviços.
"Uma eventual falta de recursos para a reconstrução do palácio e dos anexos do museu vai retardar muito a recuperação da instituição Museu Nacional. Seria uma pena se o Brasil trilhasse por esse caminho", observou o diretor do museu, citado pelo UOL. "Temos confiança de que o ministério vai compreender o alcance e o significado da reconstrução do museu para o país."
Logo após o incêndio, o MEC informou ter liberado 10 milhões de reais para ações emergenciais de recuperação do Museu Nacional, como a instalação de uma cobertura provisória, retirada de escombros e o reforço da estrutura do prédio.
O ministério afirmou ainda ter transferido 5 milhões de reais para a Unesco ainda em 2018, para um projeto de desenvolvimento das bases conceituais e técnicas da reconstrução do Museu Nacional.
RC/ots
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Incêndio que destruiu Museu Nacional no Rio chama atenção para outras instituições culturais e científicas em prédios históricos. Devido a riscos, alguns se encontram fechados.
Foto: Imago/M. A. Rummen
Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro
Construída em 1603 na antiga Ponta do Calabouço, no centro do Rio de Janeiro, a Fortaleza de Santiago deu origem ao conjunto arquitetônico que abriga o Museu Histórico Nacional, o mais importante museu de história do país. Seu acervo inclui 258 mil itens e uma biblioteca especializada em história do Brasil, história da arte, museologia e moda.
Foto: public domain
Museu do Ipiranga, São Paulo
Localizado no Parque da Independência, em São Paulo, o Museu do Ipiranga foi inaugurado em 1895, como museu de história natural e marco da independência. Seu acervo abrange 450 mil itens, do século 17 até o século 20, referentes à história da sociedade brasileira. O museu se encontra fechado desde 2013, quando um laudo apontou risco de desabamento do forro. O prédio aguarda obras de restauração.
Foto: Imago/M. A. Rummen
Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro
O prédio da antiga Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, abriga hoje a maior e mais importante coleção de arte brasileira do século 19, além de documentos e livros. O acervo do Museu Nacional de Belas Artes teve origem nas pinturas trazidas e produzidas pela Missão Artística Francesa, que chegou ao Rio em 1816, como também nas peças da coleção de D. João 6° deixadas no Brasil.
Foto: Imago/imagebroker/K. Kozlowski
Museu Emílio Goeldi, Belém
A criação do Museu Emílio Goeldi, em Belém, remonta a 1866. Atualmente, a instituição possui três bases físicas. A mais antiga foi instalada em 1895 numa área de 5,2 hectares, atualmente conhecida como Parque Zoobotânico, na capital paraense. Desde sua fundação, suas atividades se concentram no estudo científico dos sistemas naturais e socioculturais da Amazônia.
Foto: Divulgação Portal Brasil
Museu da Inconfidência, Ouro Preto
O museu dedicado a preservar a memória da Inconfidência Mineira ocupa a antiga Casa de Câmara e Cadeia de Vila Rica, hoje Ouro Preto, construída no fim do século 18. Além do Panteão com os restos mortais dos inconfidentes, o acervo da instituição abriga mais de quatro mil peças do cotidiano mineiro nos séculos 18 e 19, além de importantes obras, por exemplo, de Aleijadinho e Mestre Ataíde.
Foto: picture-alliance/imageBROKER/G. Barbier
Museu Imperial, Petrópolis
O antigo palácio de verão da família imperial brasileira em Petrópolis abriga hoje o principal acervo relativo ao império brasileiro, que cobre sobretudo o período governado por D. Pedro 2°, que também mandou construir o prédio neoclássico. Entre os cerca de 300 mil itens estão a coroa imperial brasileira e a pena de ouro usada pela princesa Isabel para assinar a Lei Áurea.
Inaugurado em 2006 no prédio histórico da Estação da Luz, aberto em 1901, em São Paulo, o moderno museu em homenagem à diversidade da língua portuguesa recebeu quase 4 milhões de visitantes até um incêndio destruir dois andares de sua estrutura, em dezembro de 2015. Por ser virtual, seu acervo, no entanto, não se perdeu. O prédio está sendo restaurado e sua reinauguração está prevista para 2019.
Foto: Imago/Fotoarena/B. Rocha
Museu de Arte de São Paulo (Masp), São Paulo
O Masp abriga a maior coleção de arte europeia do Hemisfério Sul. Idealizado por Assis Chateaubriand, o museu foi fundado em 1947. No entanto, o prédio icônico que ocupa na Avenida Paulista, projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi e que se tornou marco da arquitetura do século 20, foi inaugurado em 1968, com a presença da rainha Elizabeth 2ª. Seu acervo abrange hoje mais de 10 mil obras.
Foto: picture-alliance/Demotix/A. M. Chang
Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro
Além de um dos principais acervos de arte moderna brasileira, o prédio icônico do arquiteto modernista Affonso Eduardo Reidy e os jardins de Burle Marx, na praia do Flamengo, são atrações do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), fundado há sete décadas. Em 1978, um incêndio destruiu quase por completo as obras de sua coleção, entre elas, pinturas de Picasso e Salvador Dalí.
Foto: picture-alliance/dpa/Campus & Davis
Museu Nacional, Rio de Janeiro
Boa parte do prédio e do acervo de 20 milhões de itens do Museu Nacional – o maior de história natural do país – foi destruída no incêndio na noite de 2 de setembro de 2018. O museu era a mais antiga instituição científica do Brasil. Fundado como Museu Real, ele ocupava a antiga residência oficial dos imperadores do Brasil, na Quinta da Boa Vista, desde 1892.