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Bolívia vê indícios de tráfico de influência na LaMia

4 de dezembro de 2016

Autoridades bolivianas dizem ter encontrado indicativos de "descumprimento de deveres e uso indevido de influências" por parte da companhia aérea que operava voo da Chapecoense. Investigação deve durar dez dias.

Acidente com avião da LaMia que levava delegação da Chapecoense deixou 71 mortos e seis sobreviventes
Acidente com avião da LaMia que levava delegação da Chapecoense deixou 71 mortos e seis sobreviventesFoto: picture-alliance/AP Photo/L. Benavides

O ministro de Obras Públicas da Bolívia, , disse neste domingo (04/12) que o governo encontrou indícios de irregularidades e tráfico de influência na fiscalização à companhia aérea LaMia e ao voo da Chapecoense, que caiu na Colômbia e deixou 71 mortos.

"Encontramos indícios de possíveis descumprimentos de deveres, descumprimento de controle interno e, possivelmente, uso indevido de influências", disse o ministro em entrevista ao canal de televisão estatal.

As suspeitas se baseiam na relação de parentesco entre um ex-diretor da Direção Geral da Aeronáutica Civil (DGAC) e o diretor-geral da LaMia, Gustavo Vargas Villegas e Gustavo Vargas Gamboa, filho e pai. Vargas Villegas, que já deixou o cargo, era diretor do registro nacional da DGAC, e portanto era responsável por conceder licenças de voo às empresas.

Claros lembrou que o Ministério de Obras Públicas – encarregado do transporte aéreo – investiga a regularidade do processo pelo qual a LaMia obteve sua licença de voo e também a autorização do plano de voo do avião acidentado.

As autoridades definiram um prazo de dez dias para concluir a investigação. O Ministério abriu um processo contra a companhia aérea e alguns funcionários, afirmou Claros.

Na opinião do ministro, o comportamento de alguns funcionários da DGAC e da Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares à Navegação Aérea (AASANA) requer punições drásticas. "É um tema penal. Infelizmente mais de 70 pessoas foram sacrificadas por uma inação, uma irresponsabilidade ao cumprimento da legislação."

O avião da LaMia que levava jogadores, dirigentes e membros da equipe técnica da Chapecoense, além de jornalistas, caiu na madrugada da última terça-feira, a poucos quilômetros do aeroporto de Medellín. A equipe catarinense viajava à cidade colombiana para disputar a final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional.

Após a Aeronáutica da Colômbia confirmar que o avião estava sem combustível no momento da queda, a Aeronáutica Civil da Bolívia suspendeu a licença de voo da LaMia.

LPF/efe/lusa

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