Israel planeja dobrar população nas Colinas de Golã
16 de dezembro de 2024
Plano aprovado pelo governo é anunciado após Netanyahu afirmar que as Colinas de Golã, anexadas em 1981, seriam território israelense "por toda a eternidade".
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O governo de Israel aprovou neste domingo (15/12) um plano para dobrar a população israelense nas Colinas de Golã, um território sírio anexado desde 1981.
A medida faz parte de um projeto aprovado por unanimidade pelo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, ao custo total de 40 milhões de shekels (cerca de R$ 67 milhões).
Netanyahu já havia dito na semana passada que as Colinas de Golã seriam israelenses "por toda a eternidade".
O que são as Colinas de Golã
As Colinas de Golã são uma região estratégica da Síria. Israel ocupou cerca de dois terços dessa área durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, e os anexou formalmente em 1981, num ato não reconhecido pela ampla maioria da comunidade internacional.
O território ocupado é montanhoso, com cerca de 60 quilômetros de comprimento e 25 quilômetros de largura, totalizando cerca de 1.300 quilômetros quadrados, e também faz fronteira com a Jordânia, ao sul, e o Líbano, ao norte.
Em 2019, o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou o apoio dos EUA à soberania israelense sobre as Colinas de Golã, mas a anexação não foi reconhecida por nenhum outro país.
A área ocupada das Colinas de Golã é o lar de cerca de 30 mil israelenses. Muitos trabalham na agricultura, incluindo vinhedos, e no turismo.
A região também abriga cerca de 23 mil drusos, uma minoria árabe que pratica uma ramificação do islã e cuja presença é anterior à ocupação. A maioria mantém a cidadania síria, mas tem status de residente em Israel.
Esta não é a primeira vez que Israel anuncia planos para aumentar a sua população nas Colinas de Golã. Em dezembro de 2021, o governo do então primeiro-ministro, Naftali Bennett, aprovou um programa semelhante de cinco anos no valor de 317 milhões de dólares. Na época, a população israelense nas Colinas de Golã ocupadas era de cerca de 25 mil.
Países árabes e Turquia criticam
A Arábia Saudita, o Catar os Emirados Árabes Unidos condenaram a medida israelense. O Ministério do Exterior em Riad chamou o plano de parte da "sabotagem contínua das oportunidades de restaurar a segurança e a estabilidade na Síria".
Os Emirados Árabes Unidos – que normalizaram as relações com Israel em 2020 – descreveram o plano como um "esforço deliberado para expandir a ocupação".
Já o governo em Doha afirmou que a medida israelense foi um "novo episódio numa série de agressões israelenses em territórios sírios e uma violação flagrante do direito internacional".
A Turquia também denunciou o plano israelense para dobrar a população que vive nas Colinas de Golã ocupadas como uma tentativa de "expandir suas fronteiras".
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Avanço sobre área monitorada pela ONU
Na semana passada, Netanyahu ordenou às tropas israelenses que entrassem na zona-tampão patrulhada pela ONU que desde 1974 separa as forças israelenses e sírias. Essa zona-tampão fica entre a área ocupada por Israel das Colinas de Golã e o restante do território sírio e é supervisionada pela força de manutenção da paz UNDOF, da ONU.
As tropas israelenses também operaram em algumas áreas fora da zona-tampão "para manter a estabilidade", de acordo com militares israelenses. O ministro da Defesa, Israel Katz, ordenou que as tropas "se preparem para permanecer" na zona-tampão durante os meses de inverno.
O líder do grupo rebelde islamista Organização para a Libertação do Levante (HTS, na sigla em árabe), Abu Mohammed al-Jolani, acusou Israel de "uma nova escalada injustificada na região" ao entrar na zona-tampão. Porém, ele acrescentou que "a exaustão geral na Síria após anos de guerra e conflito" não permite ao seu grupo entrar em novos conflitos.
O governo de Israel chamou a incursão no território sírio de uma medida limitada e temporária para garantir a segurança da fronteira após a queda do regime do ditador Bashar al-Assad na Síria e afirmou que não pretende permanecer no local.
Ataques de Israel na Síria
Após a queda de Assad, Israel lançou centenas de ataques contra a Síria, visando locais militares estratégicos e armazéns de armas, inclusive armas químicas.
No domingo, Netanyahu disse que seu país não tinha nenhum interesse em confrontar a Síria e que a política de Israel para a Síria seria determinada "pela evolução da realidade no terreno".
Numa declaração em vídeo após uma ligação telefônica com o presidente eleito Donald Trump, Netanyahu disse que a Síria havia atacado Israel no passado e permitido que outros, incluindo a milícia libanesa Hezbollah, o fizessem a partir de seu território.
"Para garantir que o que aconteceu no passado não aconteça de novo, tomamos uma série de ações intensivas nos últimos dias", disse. "Em poucos dias, destruímos as capacidades que o regime de Assad havia construído ao longo de décadas."
O ministro da Defesa de Israel disse que os últimos acontecimentos na Síria aumentaram a ameaça a Israel, "apesar da imagem moderada que os líderes rebeldes afirmam apresentar".
as/cn (AFP, Reuters, Efe)
O mês de dezembro em imagens
Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês
Foto: Anas Alkharboutli/dpa/picture alliance
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Foto: Bombeiro Militar/Governo do Tocantins
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Foto: Laurent Coust/ABACA/picture alliance
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Foto: ASSOCIATED PRESS/picture alliance
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Foto: Lisi Niesner/REUTERS
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Foto: Ammar Awad/REUTERS
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Ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes mandou prender preventinamente o ex-ministro da Defesa de Jair Bolsonaro, Walter Braga Netto, acusado de tentar obstruir as investigações. Ele é tomado pela Polícia Federal como um dos coordenadores do plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aplicar um golpe de Estado. (14/12)
Foto: SERGIO LIMA/AFP
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Foto: Ghaith Alsayed/AP/dpa/picture alliance
Trump é a Pessoa do Ano de 2024 da revista "Time"
Publicação cita "volta por cima de proporções históricas" ao justificar escolha e diz que republicano é beneficiário e agente da perda de confiança nos valores liberais. (12/12)
Foto: Heather Khalifa/AP Photo/picture alliance
Assembleia Geral da ONU pede cessar-fogo imediato, incondicional e permanente em Gaza
Por 158 votos favoráveis, órgão que reúne 193 países pediu o fim do conflito entre Israel e o Hamas no território palestino e a libertação imediata de todos os reféns sequestrados por islamistas. Mas diferentemente das votações no Conselho de Segurança, decisão não é juridicamente vinculativa. Conflito em Gaza já dura 14 meses, sem fim à vista. (11/12)
Foto: Mohammed M Skaik/Avalon/picture alliance
Rebeldes sírios anunciam novo governo de transição
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Foto: Omar Haj Kadour/AFP/Getty Images
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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, determinou a obrigatoriedade do uso de câmeras corporais pelos policiais militares do estado de São Paulo. A determinação é uma derrota para o governador Tarcísio de Freitas, que desde a campanha eleitoral se posicionou contra o uso dos equipamentos e vinha tentando propor modelos alternativos. (09/12)
Foto: FotoRua/NurPhoto/IMAGO
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Foto: Louai Beshara/AFP
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Bancada por doações, reconstrução de monumento arquitetônico parisiense custou cerca de 700 milhões de euros e demandou o trabalho de cerca de 2 mil especialistas. Construída entre os séculos 12 e 14, catedral quase foi destruída em incêndio de causas desconhecidas. Solenidade foi prestigiada por chefes de governo e de Estado do mundo inteiro. (07/12)
Foto: Stevens Tomas/ABACA/IMAGO
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Foto: EITAN ABRAMOVICH/AFP/Getty Images
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