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Governo e oposição da Síria calam em seu primeiro encontro direto

25 de janeiro de 2014

Silêncio de Damasco e da Coalizão Nacional em Genebra II. Apenas o enviado das Nações Unidas falou na reunião realizada dentro da conferência pela paz na Síria. Planejado governo interino é principal ponto de dissensão.

Negociador-chefe Hadi al-Bahra (c), Anas al-Abde (e) e um 3º representante, não identificado, da oposição síriaFoto: PHILIPPE DESMAZES/AFP/Getty Images

O evento histórico foi descrito por observadores como "bizarro": neste sábado (25/01) representantes do governo e da oposição síria se confrontaram pela primeira vez num mesmo espaço. No entanto, as duas partes iniciaram sem trocar uma só palavra o seu diálogo na conferência Genebra II, pela paz na Síria.

Segundo Anas al-Abde, um dos oposicionistas participantes, só quem falou foi Lakhdar Brahimi, enviado especial das Nações Unidas e da Liga Árabe para a Síria: os litigantes apenas escutaram. As delegações entraram na sala de negociações por entradas separadas e a deixaram pelo mesmo caminho.

Uma segunda reunião entre os representantes do presidente Bashar al-Assad e da Coalizão Nacional Síria está programada para o próprio sábado, na sede das Nações Unidas em Genebra. Nela se tratará da ajuda humanitária para a cidade síria de Homs, um dos principais focos de combates.

Al-Abde informou que na ocasião serão discutidas as propostas da oposição, que conta com um cessar-fogo de uma a duas semanas. Durante esse período, a população poderá receber bens humanitários. O plano é que o cessar-fogo seja estendido a toda a província de Homs, caso tudo dê certo, informou o integrante da Coalizão Nacional Síria, que age a partir do exílio e tem Hadi al-Bahra como negociador-chefe em Genebra II.

Originalmente, as negociações estavam programadas para se realizar na sexta-feira, sendo adiadas devido à discórdia das delegações quanto a um governo interino para o país. Pouco antes do primeiro encontro com a oposição em Genebra, na Suíça, os enviados de Assad reforçaram sua rejeição a um governo de transição como parte de uma solução política para a Síria.

Assim, na sexta-feira os representantes apenas se encontraram com Brahimi, separadamente. A formação de um governo transicional foi decidida na primeira conferência internacional para a Síria, em 2012, sendo também aceita pelo governo Assad.

AV/dpa/rtr/epd

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