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Governo e oposição na Síria consideram reunião em Genebra um fracasso

1 de julho de 2012

Representantes do regime e da oposição na Síria tiveram um raro momento de acordo ao criticarem o plano de transição elaborado em Genebra pelas potências mundiais.

Joint Special Envoy of the United Nations and the Arab League for Syria Kofi Annan gestures during a news conference after the meeting of the Action Group on Syria at the United Nations European headquarters in Geneva, June 30, 2012. REUTERS/Valentin Flauraud (SWITZERLAND - Tags: POLITICS HEADSHOT)
Genf Syrien Konferenz Kofi AnnanFoto: Reuters

Os países com poder de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas chegaram a um acordo neste sábado (30/06) para um governo de transição que pode incluir atuais membros da liderança do regime e da oposição. Porém, o "acordo" foi rejeitado por ambos os lados do conflito sírio. A conferência "falhou", alardeou o Al-Baath, jornal do partido no governo.

"O acordo da força-tarefa sobre a Síria em Genebra pareceu uma reunião ampliada do Conselho de Segurança da ONU, onde a posição dos participantes continuou a mesma", publicou o jornal. Após a reunião, as potências ocidentais continuaram não vendo possibilidade de participação de Assad em um novo governo de unidade. Rússia e China insistem que a transição deve ser decidida pelos próprios sírios, e não por forças externas.

O Comitê de Coordenação Local (CCL), que organiza os protestos na Síria, disse que o resultado da reunião mostrou mais uma vez o fracasso em adotar uma posição comum. O comitê chamou o acordo de transição de "mais uma versão, diferente apenas na forma, das exigências dos líderes russos aliados ao regime de Assad e que o protegem militarmente e politicamente face à pressão internacional."

Burhan Ghalioun, membro sênior do CCL e antigo líder do Conselho Nacional Sírio, de oposição, disse à televisão Al-Arabiya que essa foi a "pior declaração internacional já feita em discussões sobre a Síria." De acordo com a página oficial do CNS no Facebook, ele descreveu o plano como uma "farsa".

O porta-voz do CNS, Basma Qadmani, entretanto, disse haver alguns "elementos positivos" no acordo, embora importantes elementos tenham permanecido "ambíguos demais, e o plano é muito vago para prever alguma ação real e imediata." Qadmani considerou positivo o fato de os participantes terem concordado que a família Assad não pode continuar governando o país. "O segundo elemento positivo é o acordo sobre o fato de que a transição deve respeitar as aspirações legítimas do povo sírio".

Ausência do Irã

O Irã, principal aliado de Assad, declarou que a reunião em Genebra foi "malsucedida", porque "a Síria não estava presente e algumas nações influentes não estavam presentes", declarou à televisão estatal o ministro iraniano do Exterior, Hossein Amir Abdolahian.

Os Estados Unidos e países Europeus supostamente se opuseram à presença do Irã, embora o enviado das Nações Unidas e da Liga Árabe, Kofi Annan, e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, quisessem a participação de Teerã.

Grupos da oposição síria devem realizar uma reunião de dois dias no Cairo a partir de segunda-feira e também devem se reunir com ministros árabes na terça-feira em uma tentativa de acordo sobre uma plataforma comum de ações, segundo informações da mídia egípcia e da Liga Árabe.

FF/afp/dpa/rtr

Revisão: Marcio Pessôa

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