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Governo Maduro culpa "ataque eletromagnético" por blecaute

23 de julho de 2019

Corte de eletricidade deixa ao menos 16 estados do país às escuras. Governo atribui falha a ataque contra sistema hidrelétrico. A mesma explicação foi dada em março, quando apagão deixou milhões sem água e comunicação.

Multidão caminha em rua de Caracas, na Venezuela
Apagão na hora do rush parou o metrô de Caracas e obrigou passageiros a seguir a péFoto: Getty Images/AFP/Y. Cortez

A energia elétrica começou a ser restabelecida paulatinamente na Venezuela nesta terça-feira (23/07), sete horas depois de um blecaute deixar às escuras pelo menos 16 dos 23 estados do país. Como ocorrido há alguns meses, Caracas voltou a acusar oponentes de sabotar o sistema de fornecimento de eletricidade.

Milhões de venezuelanos ficaram sem energia elétrica desde as 16h40 (horário local) desta segunda-feira. O governo de Nicolás Maduro atribuiu o corte a um "ataque eletromagnético" contra o sistema hidrelétrico do país – mesma explicação dada para o blecaute de quase uma semana ocorrido em março, que deixou milhões de venezuelanos sem água e comunicação. Na ocasião, o governo acusou os EUA e a oposição de estarem por trás do suposto ataque, e desta vez o país não foi mencionado. 

"Aqueles que atacaram sistematicamente o nobre povo da Venezuela, de todas as formas, voltarão a ser confrontados com a coragem que nós, os filhos do nosso libertador Simon Bolívar, demonstramos diante das dificuldades", afirmou o ministro das Comunicações, Jorge Rodríguez, em comunicado lido na TV estatal.

Rodríguez disse que as autoridades trabalham para restaurar a eletricidade o mais rápido possível. Ele disse que forças de segurança foram deslocadas e planos de contingência ativados para garantir serviços médicos básicos e manter as ruas seguras.

Pouco antes da meia-noite de segunda, o fornecimento de eletricidade foi restaurado parcialmente em Caracas, assim como nos estados de Nueva Esparta, Bolívar, Táchira, Lara e Anzoátegui, segundo informações do governo.

O ministro do Poder Popular para a Energia Elétrica, Freddy Brito, afirmou que o governo "ativou o Estado-Maior Elétrico e todos os ministérios e instituições, para atender às necessidades de nosso povo" enquanto dure a situação.

O governo decidiu suspender nesta terça-feira o "trabalho regular e atividades educativas", para ajudar no restabelecimento do fornecimento em todos os estados.

Em Caracas, as operações do metrô foram suspensas, obrigando milhares de usuários a deixar as estações em plena hora do rush e percorrer longas distâncias em ruas e avenidas engarrafadas.

O presidente da Assembleia Nacional e autoproclamado presidente interino do país, Juan Guaidó, responsabilizou o governo pelo "fracasso" na administração da eletricidade, uma área controlada pelos militares há uma década, quando os blecautes começaram a se tornar frequentes.

"Tentaram esconder a tragédia com racionamentos em todo o país, mas o fracasso é evidente: destruíram o sistema elétrico e não têm respostas", disse o líder opositor.

O país, que possui as maiores reservas comprovadas de petróleo, não registrava um blecaute dessa magnitude desde o de março, embora as falhas de serviço ocorram diariamente em várias regiões, especialmente no oeste e nas áreas de fronteira.

Mais uma vez, a falta de luz trouxe problemas como a queda da telefonia móvel, a interrupção no fornecimento de água potável, a paralisação das transações comerciais em algumas lojas e a desconexão da internet que, segundo estimativas, chegou a 94%.

MD/efe/ap/afp

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