Governo recomenda quarta dose a idosos com mais de 80 anos
23 de março de 2022
Ministério da Saúde orienta aplicação da segunda dose de reforço da vacina anticovid quatro meses após a primeira, de preferência com o imunizante da Pfizer-BioNTech.
Anúncio
O Ministério da Saúde recomendou nesta quarta-feira (23/03) a aplicação de uma segunda dose de reforço da vacina contra covid-19 em idosos com mais de 80 anos. A estimativa é que 4,6 milhões de brasileiros sejam imunizados com a quarta dose do imunizante contra o coronavírus.
De acordo com a nota técnica publicada pela pasta, a segunda dose de reforço deve ser aplicada, preferencialmente, com o imunizante da Pfizer-BioNTech. De forma alternativa, podem ser usadas as vacinas da Janssen e da AstraZeneca, independentemente da marca utilizada anteriormente. O intervalo deve ser de quatro meses após a primeira dose de reforço.
A recomendação foi discutida pelos especialistas da Câmara Técnica Assessora em Imunizações (CTAI), considerando a situação epidemiológica do Brasil e levando em conta estudos que mostram a redução da efetividade das vacinas contra covid-19 com o passar do tempo, principalmente entre as faixas etárias mais avançadas.
Segundo os estudos, a diminuição da efetividade das vacinas em idosos, a partir de três a quatro meses após a aplicação, pode ser explicada, também, pelo envelhecimento natural do sistema imunológico, o que exige uma estratégia diferenciada dos governos para a proteção desse grupo.
Estados já aplicam a quarta dose
O Ministério da Saúde ainda avalia a necessidade de uma segunda dose de reforço para outras faixas etárias e alerta que as recomendações podem ser revistas a qualquer momento.
Alguns estados já iniciaram a aplicação da quarta dose. Em São Paulo, idosos com mais de 80 anos começaram a receber a vacina na segunda-feira. Cerca de 900 mil pessoas dessa faixa etária estão aptas a serem imunizadas.
De acordo com a rede CNN, pelo menos outros seis estados também já iniciaram a aplicação da quarta dose: Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Pará, Rio Grande do Norte e Mato Grosso.
No Brasil, 74,4% da população em geral recebeu duas doses da vacina contra covid-19, e 34,7% uma terceira dose, de acordo com dados do site Our World in Data, da Universidade de Oxford.
le (ots)
As variantes do novo coronavírus
Para evitar a estigmatização e a discriminação dos países onde as variantes do Sars-Cov-2 foram detectadas pela primeira vez, a OMS padronizou seus nomes conforme letras do alfabeto grego.
Foto: Sascha Steinach/ZB/picture alliance
Várias denominações para uma cepa
A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que as novas variantes do coronavírus passam a ser chamadas por letras do alfabeto grego e não devem mais ser identificadas pelo local onde foram detectadas pela primeira vez. Cientistas criticavam ainda que estavam sendo usados vários nomes para a cepa descoberta na África do Sul, como B.1.351, 501Y.V2 e 20H/501Y.V2.
Foto: Christian Ohde/CHROMORANGE/picture alliance
Nomes científicos continuam válidos
A OMS pediu que os países e a imprensa passem a adotar a nova nomenclatura das variantes e evitem associar novas cepas aos locais de origem. A organização acrescentou, porém, que as novas denominações não substituem os nomes científicos, que devem continuar sendo usados em trabalhos acadêmicos.
Foto: Reuters/D. Balibouse
Variante alfa
A variante B.1.1.7 foi detectada em setembro de 2020 no Reino Unido e se espalhou pelo mundo. Segundo um estudo publicado em março na "Nature", há evidências de que a variante alfa seja 61% mais mortal do que o vírus original. Entre homens com mais de 85 anos, o risco de morte aumenta de 17% para 25%. Para mulheres da mesma faixa etária, de 13% para 19%, nos 28 dias posteriores à infecção.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante beta
Pesquisadores identificaram a variante B.1.351 em dezembro de 2020 na África do Sul. A cepa atinge pacientes mais jovens e é associada a casos mais graves da doença. Os cientistas sequenciaram centenas de amostras de todo o país desde o início da pandemia e observaram uma mudança no panorama epidemiológico, "principalmente com pacientes mais jovens, que desenvolvem formas graves da doença".
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante gama
A variante P.1 foi detectada pela primeira vez em 10 de janeiro de 2021 pelo Japão em passageiros vindos de Manaus. Originária do Amazonas, ela se espalhou pelo Brasil e outros países vizinhos. A cepa possui 17 mutações, três das quais estão na proteína spike. São provavelmente essas últimas que fazem com que o vírus possa penetrar mais facilmente nas células para então se multiplicar.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante delta
A variante B.1.617, detectada em outubro de 2020 na Índia, causa sintomas diferentes dos provocados por outras cepas, é significativamente mais contagiosa e aparentemente aumenta o risco de hospitalização, segundo sugeriram estudos. "O vírus se adapta de forma inteligente. Muitos doentes recebem resultados negativos nos testes, mas desenvolvem sintomas graves", explicou um médico de Nova Déli.
Foto: Christian Ohde/imago images
Variante ômicron
A nova variante B.1.1.529, batizada de ômicron pela Organização Mundial da Saúde, foi descoberta em 11 de novembro de 2021 em Botsuana, que faz fronteira com a África do Sul, onde a cepa também foi encontrada. A ômicron contém 32 mutações na chamada proteína "spike" (S), número considerado extremamente alto. Cientistas avaliam que essa variante se dissemina mais rapidamente do que as anteriores.
Foto: Andre M. Chang/Zuma/picture alliance
A busca pela padronização
O novo padrão foi escolhido após "uma ampla consulta e revisão de muitos sistemas de nomenclatura", afirma a OMS. O processo durou meses e entre as sugestões de padronização estavam nomes de deuses gregos, de religiões, de plantas ou simplesmente VOC1, VOC2, e assim por diante.
Foto: Ohde/Bildagentur-online/picture alliance
Nomes e apelidos polêmicos
Desde o início da pandemia, os nomes utilizados para descrever o Sars-Cov-2 têm provocado polêmica. O ex-presidente americano Donald Trump costumava chamar o novo coronavírus de "vírus da China", como forma de tentar culpar o país asiático pela pandemia. O vírus foi detectado pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan.
Foto: picture-alliance/AA/A. Hosbas
Novas cepas podem ser mais perigosas
Mutações em vírus são comuns, mas a maioria delas não afeta a capacidade de transmissão ou de causar manifestações graves de doenças. No entanto, algumas mutações, como as presentes nas variantes do coronavírus originárias do Reino Unido, da África do Sul e do Brasil, podem torná-lo mais contagioso.
Foto: DesignIt/Zoonar/picture alliance
Associação ao local de origem
Historicamente, vírus novos costumam ganhar nomes associados ao local de descoberta, como o ebola, que leva o nome de um rio congolês. No entanto, esse padrão pode ser impreciso, como é o caso da gripe espanhola de 1918. As origens desse vírus são desconhecidas, mas acredita-se que os primeiros casos tenham surgido no estado do Kansas, nos Estados Unidos.
Foto: picture-alliance/National Museum of Health and Medicine