Governo transferirá venezuelanos para São Paulo e Amazonas
22 de fevereiro de 2018
Inicialmente 530 migrantes que estão em Roraima serão distribuídos entre os dois estados. Estima-se que 40 mil venezuelanos atravessaram a fronteira com o Brasil para fugir da grave crise que atinge a Venezuela.
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O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, anunciou nesta quarta-feira (21/02) que o governo federal irá transferir 530 venezuelanos que estão em Roraima para São Paulo e Amazonas. O processo de transferências dos migrantes começará nos próximos 15 dias.
Padilha afirmou que São Paulo receberá 350 venezuelanos e o Amazonas 180, que serão transferidos para localidades com vagas em abrigos e postos de trabalho. A transferência será pré-acordada com autoridades locais. Posteriormente, outros estados, com vagas de emprego, deverão receber venezuelanos.
O governo dará preferência para transferir homens solteiros com qualificação profissional e que tenham interesse em ficar no país. Padilha disse que 40% dos venezuelanos que cruzaram a fronteira têm esse perfil.
Venezuelanos buscam uma vida melhor nas ruas do Brasil
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"Nós temos três tipos pessoas. As pessoas que vêm em busca de comida para família e retornam para a Venezuela. As pessoas que vieram para permanecer na região, especialmente as famílias indígenas. E aquelas que querem se internalizar para cidades onde possam ter ocupação", acrescentou o ministro.
Estima-se que 40 mil venezuelanos atravessaram a fronteira com o Brasil e atualmente estão vivendo nas cidades de Boa Vista e Pacaraima. Em 2017, mais de 17 mil venezuelanos pediram refúgio no país. Diante do fluxo migratório, Roraima pediu ajuda financeira e ações do governo federal para lidar com a situação, que sobrecarregou o sistema de saúde e aumentou a violência na região.
O governo anunciou ainda a construção de dois centros de acolhimento em Boa Vista e Pacaraima, com capacidade para abrigar 1.500 pessoas.
A Venezuela enfrenta uma grave crise econômica e política. A escassez de produtos básicos e o desemprego levaram milhares de venezuelanos a deixar o país. A onda migratória atingiu especialmente países que fazem fronteira com a Venezuela, como a Colômbia e o Brasil.
CN/efe/ots
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Brasil como esperança para refugiados venezuelanos
Despotismo estatal, crise de abastecimento, violência: esses são apenas alguns dos motivos por que milhares de venezuelanos abandonam seu país. Para muitos, o vizinho Brasil significa o começo de uma nova vida.
Foto: Reuters/N. Doce
Boa Vista: abrigos emergenciais em barracas
Muitos refugiados da Venezuela primeiro encontram abrigo no Brasil em barracas. As desta foto foram armadas pela Defesa Civil da cidade de Boa Vista, em Roraima. Em plena região amazônica, a cerca de 200 quilômetros da fronteira com a Venezuela, os refugiados recebem alojamento improvisado. A Igreja Evangélica local distribui refeições aos necessitados.
Foto: Reuters/N. Doce
Próxima parada: ginásio poliesportivo
O primeiro teto sobre a cabeça de muitos refugiados é o de um ginásio poliesportivo. Para o Brasil, que também enfrenta uma crise econômica, o acolhimento dos refugiados é tarefa complicada. Inúmeras cidades brasileiras já anunciaram a falta dos recursos necessários. Manaus, capital do Amazonas, já declarou estado de calamidade social.
Foto: Reuters/N. Doce
Aparência digna, mesmo na necessidade
Um cabeleireiro se ocupa de outro refugiado ao ar livre. Muitos jovens venezuelanos tentam a sorte no lado brasileiro da fronteira ou em outros países. Estima-se que cerca de 34 mil abandonaram a Venezuela em 2016. Em 2018, são esperados mais de 2 milhões de refugiados.
Foto: Reuters/N. Doce
Dar à luz no Brasil
Esta venezuelana deu à luz seu bebê no Brasil e recebe assistência no hospital. Em seu país, a assistência médica é extremamente restrita. Em situação econômica desoladora, o Estado venezuelano está incapacitado de adquirir os medicamentos e tecnologia médica necessários para assistir a população.
Foto: Reuters/N. Doce
Trabalho a todo custo
Nem bem chegam ao Brasil, os refugiados buscam alguma oportunidade de trabalho. As poucas economias que trazem consigo, em bolívares, não têm valor algum no Brasil. Por não encontrarem com facilidade empregos correspondentes a sua qualificação, mesmo venezuelanos com boa formação acadêmica têm que aceitar trabalhos informais.
Foto: Reuters/N. Doce
Vendedores ambulantes
Como a situação econômica no Brasil também é tensa, os refugiados concorrem com os vendedores ambulantes locais. Este homem portando uma mochila com as cores da bandeira nacional da Venezuela vende na rua pequenos acessórios para automóveis, como limpadores de para-brisa, protetores solares para vidros e sets de limpeza.
Foto: Reuters/N. Doce
Abrigos nas ruas
Atrás de um ginásio poliesportivo onde refugiados venezuelanos estão abrigados, esta família descansa em redes montadas na rua. Em muitos países sul-americanos, as redes são o lugar preferido para se dormir. A presença desses refugiados em Boa Vista, Roraima, vem gerando fortes sentimentos xenófobos entre a população local.
Foto: Reuters/N. Doce
Na mira das autoridades
Policiais de Boa Vista, Roraima, controlam regularmente os lugares onde vivem e se reúnem os refugiados venezuelanos. Sua situação de vida complicada acaba empurrando-os para a ilegalidade. A fim de melhorar suas condições financeiras, alguns se tornam criminosos, outros se prostituem – um desafio para forças de segurança e sociedade locais.