Trump seria perigoso para o mundo, diz autoridade da ONU
12 de outubro de 2016
Chefe das Nações Unidas para os direitos humanos diz que comentários do republicano na campanha presidencial dos EUA são inquietantes e alarmantes e colocam em questão os direitos de comunidades vulneráveis.
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O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein, afirmou nesta quarta-feira (12/10), em Genebra, que uma possível vitória do candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, nas próximas eleições seria perigosa em termos internacionais. Hussein ressaltou que não tem qualquer intenção de "interferir em nenhuma campanha política de nenhum país", mas disse que a situação é preocupante.
"Se Trump for eleito, partindo do que ele disse até agora, a menos que isso mude, creio que seria perigoso do ponto de vista internacional”, observou o jordaniano, referindo-se aos "comentários sobre o uso de tortura, o que é proibido pelo Direito internacional, e sobre comunidades vulneráveis de uma maneira que indica que podem ser privadas de seus direitos humanos. Muitos comentários de Trump vão nessa direção, são profundamente inquietantes e alarmantes".
De volta à campanha, Obama critica declarações de Trump
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"Sempre acreditei que líderes devem atuar de maneira ética e moral e expressar as opiniões dos seus eleitores de forma responsável", afirmou. O posicionamento adotado pelo republicano, segundo o diplomata, "é extremamente perigoso, porque aí já não se trata de exercer o direito de expressão e opinião, e entra-se no campo da incitação [ao ódio ou à violência]".
"Estamos diante de líderes políticos que manipulam mensagens e se escondem por trás das pessoas", disse. Nessas circunstâncias, os responsáveis políticos respondem a seus críticos com acusações de que estão criticando, na realidade, todos os seus simpatizantes. "Mas isso não está certo, as críticas são aos líderes e somente a eles. Acredito que precisamos repetir isso várias vezes."
RC/efe/lusa/ap/afp
As construções mais polêmicas de Donald Trump
As megapropriedades não só trouxeram riqueza para Donald Trump, mas também dores de cabeça. Veja alguns empreendimentos do multimilionário pelo mundo.
Foto: Getty Images/S. Olson
Hillary na sombra de Trump
O primeiro debate entre Hillary Clinton e Bernie Sanders, então ainda pré-candidatos do Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos, em outubro de 2015, aconteceu, literalmente, à sombra de Trump. Isso porque o Trump International Hotel and Tower em Las Vegas estende sua sombra sobre o Wynn Resort, onde estavam os democratas.
Foto: Getty Images/J.Raedle
Questão de gosto
A indignação em Chicago foi enorme quando se soube que Trump iria colocar seu nome em um novo prédio. O prefeito Rahm Emanuel chegou a chamar a construção de "brega e de mau gosto". Mas depois de cinco anos de processos judiciais, Trump conseguiu colocar seu nome no 16º andar em letras gigantescas.
Foto: Getty Images/S. Olson
Jogo de sorte ou de azar?
O Taj Mahal em Atlantic City, no estado de Nova Jersey, custou 1 bilhão de dólares. Só que, depois de 25 anos, em 2014 o complexo de hotel e cassino de Trump quase teve de declarar falência. Uma empresa de investimentos salvou o empreendimento, mas o nome Trump foi mantido. Já o hotel Trump Plaza em Atlantic City não teve a mesma sorte.
Foto: Getty Images/W.T.Cain
A sede em Nova York
Donald Trump se orgulha do seu centro de poder em Nova York. A Trump Tower, na Quinta Avenida, não é apenas a sede de sua campanha eleitoral: é onde o bilionário mora com a família. No prédio, também têm apartamentos o craque Cristiano Ronaldo, o ator Bruce Willis e o compositor Andrew Lloyd-Webber.
Foto: picture-alliance/AA
Símbolo controverso
Só o átrio já ocupa quase seis andares e é decorado com mármore e ornamentos de ouro. Alguns consideram a Trump Tower, no número 725 da Quinta Avenida, de mau gosto. Para outros, o projeto dos arquitetos Edward Larrabee Barnes e Der Scutt é elegante e atemporal. A torre tornou-se um ímã para os aficionados de arquitetura contemporânea e apoiadores de Trump.
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Riqueza em bairro pobre
O Trump Ocean Club, na Cidade do Panamá, tem um hotel de 400 quartos e 700 apartamentos, em parte ainda vazios. O edifício mais alto da América Latina até 2012 é conhecido pela sua silhueta única. A torre fica perto de um bairro pobre, o que reduziu sua atratividade.
Foto: Getty Images/AFP/R. Arangua
Resistência escocesa
Trump pretende construir na Escócia o "melhor campo de golfe do mundo". Só que o empreendimento está ameaçado porque Michael Forbes, um simples dono de terras, se nega a vender sua propriedade, que faz fronteira com o complexo. Durante uma visita ao local em junho, Trump elogiou o resultado do Brexit, embora a Escócia queira ficar na União Europeia.
Foto: Getty Images/J.-J. Mitchell
Trump no Oriente europeu
As Trump Towers em Istambul ficam no bairro Sisli, a parte europeia da Turquia, por isso são consideradas os primeiros arranha-céus de Trump na Europa. Só que de Trump tem apenas o nome, já que o proprietário é o bilionário turco Aydin Dogan. As declarações de Trump sobre o islã geraram a rejeição de muitos muçulmanos na Turquia.
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Projetos no Brasil
Além do hotel que foi aberto no Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos, Trump tem outro projeto ambicioso na Cidade Maravilhosa: cinco edifícios de 38 andares da Trump Towers Rio, na zona portuária. O que era para ser o maior complexo de escritórios em um país dos Brics, porém, ainda nem saiu do papel. As obras deveriam ter começado em 2015.