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EducaçãoEstados Unidos

Governo Trump suspende admissão de estrangeiros em Harvard

22 de maio de 2025

Departamento de Segurança Interna excluiu universidade do Sevis, principal sistema de admissão de estudantes estrangeiros nos EUA. Medida marca novo capítulo na ofensiva do governo Trump contra gestão da instituição.

Estudantes caminham pelo campus de Harvard em Cambridge, Massachusetts, nos EUA
Um em cada quatro estudantes em Harvard é estrangeiro; mensalidades pagas por esse público são fonte importante de receita da universidade privadaFoto: Faith Ninivaggi/REUTERS

Numa escalada da queda de braço que trava contra uma das mais prestigiosas universidades de elite do mundo, o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (22/05) uma medida para barrar a admissão de estudantes estrangeiros em Harvard.

"Com efeito imediato, a certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio (Sevis) da Universidade Harvard está revogada", consta de carta endereçada à universidade e assinada pela secretária do Departamento de Segurança Interna da Casa Branca, Kristi Noem, segundo o jornal americano New York Times.

O Sevis é o principal sistema de admissão de estudantes estrangeiros nos Estados Unidos. A suspensão da certificação significa a perda de uma fonte de receitas crucial para Harvard, que tem até então resistido às pressões de Trump por mudanças na gestão da universidade.

A Casa Branca informou à universidade que a medida desta quinta-feira é parte de uma investigação do Departamento de Segurança Interna (DHS). "Isso significa que Harvard já não pode mais admitir estudantes estrangeiros", afirmou a pasta, acrescentando que os estudantes atualmente matriculados terão que migrar para outras universidades se não quiserem perder seus vistos.

Governo Trump acusa Harvard de promover ideologias antiamericanas e antissemitas

Em abril, a instituição já havia processado o governo Trump por tentar impor mudanças no currículo acadêmico e nas políticas de seleção de estudantes e funcionários. A universidade teve o repasse de milhões de dólares em fundos federais suspensos sob a alegação de promover o antissemitismo e antiamericanismo ao supostamente alimentar "uma latrina de motins extremistas".

Nesta quinta-feira, Noem, do DHS, também acusou Harvard de "coordenar com o Partido Comunista Chinês", e alegou que a universidade havia se negado a fornecer informações sobre alguns de seus estudantes estrangeiros e a participação deles em protestos. A instituição reagiu chamando a medida de retaliação ilegal.

"As universidades têm o privilégio, e não o direito, de matricular estudantes estrangeiros e se beneficiar das mensalidades mais altas que eles pagam para ajudar a engordar seus fundos patrimoniais de bilhões de dólares", disse Noem em um comunicado do DHS.

Estudar em Harvard custa entre 59 mil e 87 mil dólares por ano (cerca de R$ 332 mil e R$ 490 mil).

Só neste ano a universidade recebeu cerca de 6,8 mil estudantes internacionais; um em cada quatro estudantes é estrangeiro.

"Essa ação retaliatória ameaça prejudicar seriamente a comunidade de Harvard e nosso país, e compromete a missão acadêmica e de pesquisa de Harvard", afirmou a instituição.

ra (AFP, Reuters, ots)

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