Milhares de refugiados retidos na fronteira com a Macedônia são levados a abrigos. Remoção deve durar dez dias e ocorre sem registro de violência. Acampamento insalubre virou símbolo da crise migratória.
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Autoridades dizem que retirada será sem uso da força
01:07
A polícia grega começou nesta terça-feira (24/05) a evacuar o campo de refugiados de Idomeni, na fronteira com a Macedônia. Cerca de 8 mil requerentes de asilo ficaram retidos no local depois de diversos países fecharem suas fronteiras ao longo da rota dos Bálcãs, impossibilitando que migrantes seguissem viagem em direção ao norte europeu.
Os refugiados de Idomeni são transportados de ônibus para abrigos próximos de Tessalônica, a segunda maior cidade da Grécia, informaram as autoridades locais.
"A evacuação está ocorrendo sem nenhum problema", afirmou Giorgos Kyritsis, porta-voz do governo grego para a crise migratória.
Autoridades dizem que retirada será sem uso da força
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Na fronteira, do lado da Macedônia, há uma presença massiva de policiais, mas não foram registrados confrontos. A remoção deve ser gradual e durar dez dias.
"Aqueles que arrumaram seus pertences para a viagem vão partir, porque queremos resolver isso, idealmente, até o fim da semana. Não estabelecemos um prazo definido, mas é a nossa estimativa", disse Kyritsis.
Segundo o porta-voz, há 6,5 mil vagas em outros acampamentos e novos abrigos ainda serão abertos.
Condições degradantes
Com o fechamento da rota dos Bálcãs, milhares de migrantes e refugiados ficaram retidos em condições insalubres por cerca de três meses em Idomeni, que se tornou um símbolo da crise migratória.
Requerentes de asilo que foram impedidos de seguir a viagem a pé em direção a países como Áustria e Alemanha chegaram a bloquear por semanas a passagem de trens em ferrovias da região e entraram em confronto com policiais, que agiram de forma violenta.
Ao menos 54 mil migrantes ficaram presos na Grécia com o fechamento da rota migratória, usada por milhares de pessoas no ano passado.
KG/rtr/afp
Viagem à Europa da perspectiva de refugiados
Exposição em Hamburgo mostra longa jornada do ponto de vista dos migrantes, resultado do projeto #RefugeeCameras. Risco, desamparo e raros momentos de alegria permeiam as imagens.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Partida sem volta?
Em dezembro de 2015, o alemão Kevin McElvaney entregou 15 câmeras descartáveis e envelopes pré-selados a migrantes em Izmir, Lesbos, Atenas e Idomeni. Sete retornaram ao jovem fotógrafo e fazem parte do projeto #RefugeeCameras. Zakaria recebeu sua câmera em Izmir. O sírio fugiu do "Estado Islâmico" e do regime Assad. Em seu diário de fuga, ele escreve que só Deus sabe se ele voltará à Síria.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Travessia de bote
Zakaria documentou sua viagem marítima da Turquia até a ilha grega de Chios. Ele ficou sentado na parte de trás do bote. Na exposição em Hamburgo, as imagens feitas por refugiados são complementadas por uma seleção de fotos tiradas por profissionais, que ajudaram a montar a representação das rotas de fuga. Todos eles doaram suas obras para apoiar o projeto.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Chegada perigosa
Hamza e Abdulmonem, ambos da Síria, fotografaram a perigosa chegada de seu barco a uma ilha grega. Não havia voluntários para recebê-los. Foi justamente isso que McElvaney tinha em mente quando lançou a #RefugeeCameras. Segundo o jovem fotógrafo, até agora a mídia proporcionou somente um "vazio visual" a esse respeito.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Sobrevivendo ao mar
Após o desembarque, vê-se um menino com roupas molhadas e colete salva-vidas numa praia. A imagem faz recordar Aylan Kurdi, o pequeno garoto sírio cujo corpo sem vida foi encontrado no litoral turco em setembro de 2015. A criança nesta foto conseguiu chegar viva à Europa. O seu destino é desconhecido.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Sete câmeras
Hamza e Abdulmonem também tiraram esta foto instantânea levemente desfocada de um grupo de refugiados fazendo uma pausa. Das 15 câmeras que McElvaney entregou, sete retornaram, uma foi perdida, duas foram confiscadas, e duas permaneceram em Izmir, onde seus donos ainda estão retidos. As três câmeras restantes estão desaparecidas – assim como seus proprietários.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Família em foco
Dyab, um professor de Matemática sírio, tentou registrar alguns dos melhores momentos de sua viagem até a Alemanha. Na foto, veem-se sua esposa e seu filho pequeno, Kerim, que nos mostra um pacote de biscoito que recebeu num campo de refugiados macedônio. A imagem revela a profunda afeição de Dyab por seu filho, diz McElvaney: "Ele quer cuidar dele, mesmo na árdua viagem que foi forçado a seguir."
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Do Irã à Alemanha
A história de Said, do Irã, é diferente. O jovem teve de deixar seu país, depois de ter se convertido ao cristianismo. Ele poderia ter sido preso ou morto. Para ser aceito como refugiado, ele fingiu ser afegão. Após a sua chegada à Alemanha, ele explicou sua situação, para a satisfação das autoridades. Ele vive agora – como iraniano – em Hanau, no estado de Hessen.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Não apenas selfies
Said tirou esta foto de um pai sírio e seu filho num ônibus de Atenas a Idomeni.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Momento de alegria
Em outro registro feito por Said, um voluntário que trabalha num campo de refugiados em algum lugar entre a Croácia e a Eslovênia brinca com um grupo de crianças, que tentam imitar seus truques.